MACAU

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Macau parecia realizado. Mesmo com Time ainda na casa, ele se sentia tranquilo. Mas quando sentiu a dor aguda e viu o sangue, o medo tomou conta, seguido pela culpa.

Será que ele tinha sido imprudente? Ele deveria ter percebido que estava grávido, mas não sentiu nada.

Vegas ficou com eles durante os dias que Macau precisou. A presença do irmão foi um conforto para ele, mesmo em um momento tão difícil. Tay também estava sofrendo. Se não estivesse tão envolvido com Time, talvez tivesse percebido a mudança em Macau mais cedo.

Mas, depois de alguns dias, Macau começou a se recuperar. O brilho e as cores voltaram à casa.

Agora, Tay estava observando Macau na piscina. Ele desceu para ver o marido de perto.
- Essa água não está fria demais?
- Está gelada! Você deveria vir aqui me esquentar.

Tay olhou para o outro, entendendo muito bem o que ele queria dizer. Despiu-se o mais rápido que pôde e pulou na água. Macau o abraçou com amor. O marido se mostrou outra pessoa nesse momento delicado.
Macau tomou a iniciativa e não se decepcionou.
Estava com saudades do marido.
Então, quando Tay o encostou na borda da piscina, ele se apoiou e se deliciou com cada estocada que o marido dava.
As mordidas e os chupões sempre estavam presentes nas transas dos dois, e a melhor parte era antes do gozo de Macau, as presas rasgando sua pele. Seu lobo sentindo o prazer multiplicado por dois.
Então Tay, logo depois, gozava até perder as forças.
Finalizando com o sorriso de quem sabe que ali é o melhor lugar para se estar.

Em uma manhã chuvosa, Macau estava emburrado porque queria sair da casa do drácula. Mas queria que Tay o acompanhasse.

Quando Tay se aproximou, ficando de joelhos para fazer cócegas em Macau, ele sentiu um cheiro diferente.
Era menta,
Era pimenta,
Era... mel? Própolis?
Cheirou o marido e quando tocou sua barriga, sentiu.
O lobo rugiu.
- Macau...
- Hum...
- Você está grávido. Vamos ter um filhote cheirando a mel.

Macau não sabia o que fazer. Colocou a mão na barriga e sorriu, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Tem certeza?
- Por minha vida, tenho certeza.

O abraço foi forte e o beijo demorado.

A partir daí, o cuidado foi redobrado.
O médico vinha toda semana para uma consulta.
Até mesmo o lado rebelde de Macau foi deixado de lado.

Recebeu a notícia da visita de Time, mas na verdade nem se importou.
Estava tão feliz. Não iria contar a ninguém, só depois dos três meses.

Com Time na propriedade, Macau evitava sair.
Ele só ficava no quarto, imaginando o rostinho do filhote.
Cheiro de mel. O pai dele já sentiu o cheiro de mel, então ele seria a bolinha mais doce do mundo.

A visita de Time foi rápida, eles mal se encontraram e, ao contrário das outras vezes, Tay ficou o mínimo possível com ele. Apenas resolvendo coisas dos negócios.

Macau tomava seus remédios, vitaminas e chá todas as noites.

Na madrugada, acordou assustado. A cama branca estava cheia de sangue e o quarto cheirando a mel... mas antes que Macau pudesse raciocinar, o cheiro foi embora e mais uma vez Macau teve a certeza de que seu bebê não estava mais ali.
Tay só abraçou o marido. Ele não sabia o que fazer. Era a mesma dor, mas em Macau era diferente.

O médico chegou, mas também não tinha o que dizer. Macau era jovem. Os cuidados estavam sendo redobrados e mais um bebê não nasceria.
O lobo de Macau só suspirava. O de Tay chorava.

A perda desta vez foi mais profunda, mais dilacerante. Macau estava em desespero, uma angústia indescritível. Ele tinha feito tudo, tudo exatamente como deveria ser feito. Ele estava em seu quarto quando a porta se abriu lentamente. Era Pete, trazendo consigo todo o seu amor.

Assim que o abraçou, Macau desabou em um dilúvio de lágrimas. Pete cuidou de seu cunhado, que estava tão desolado que até mesmo comer se tornou um fardo insuportável. Um mês, dois meses, quatro longos e intermináveis meses.

Era assim que Macau contava os dias, marcados pela dor e pela revolta. Tay, durante esse tempo, tentou trazer alguma vida para a casa, decorando-a. Ele sabia que Macau eventualmente se recuperaria e queria que ele encontrasse uma casa cheia de vida.

Uma noite, Macau sonhou com dois filhotes correndo por uma floresta. Quando finalmente os alcançou, entre risos, eles lhe ofereceram um pote de mel.

Com um beijo na testa, eles lhe entregaram o mel, dizendo: "Para que você possa voltar a ter doçura em sua vida, papai".

Macau acordou com o marido abraçado a ele, e o aroma de mel preenchendo o quarto.

Ele se olhou no espelho. Era uma pessoa diferente. Cabelos longos, rosto inchado de tanto chorar, usando a bata que o irmão lhe deu. Decidiu que era hora de trazer doçura de volta à sua vida e que faria isso com a força dos dois filhos que continuavam a viver em seu coração.

Tomou um banho demorado, passando produtos de beleza em seu corpo como há muito tempo não fazia.

Abraçou o marido, envolvendo-o com seu aroma de menta.
- Você está bem, amor?
- Sim, nossos filhotes querem que eu continue. Eu tenho que continuar por eles.

Beijou o marido lentamente, nos lábios, no pescoço e na testa.

Uniram seus corpos com amor e cuidado. Ele sabia que Macau não iria se quebrar, mas o amou como se fosse a última vez.




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