A MARCA,A FERA

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Tay despertou primeiro, o que era incomum. Geralmente, após o Hut, ele mal conseguia abrir os olhos. Quando ele se virou, a razão se tornou evidente.

Macau estava ao seu lado, esparramado na cama, completamente nu e monopolizando a maior parte do lençol. Não era difícil deduzir o que havia acontecido. Tay, um alfa legítimo, senhor de tudo, encontrava-se perdido, sem saber o que fazer. Ele não tinha certeza da reação de Macau. Se ele iria entrar em pânico. Tay tinha certeza que ele entraria em pânico.

Enquanto ele ponderava, Macau despertou.
- É dia ou noite?
- Não sei... Macau.
- Obrigado, viu.
- Hum?
- Eu te ajudei no seu Hut - Macau fez uma cara de ofendido - Sacrifiquei minha virgindade para ser devorado por um lobo no Hut.

Tay estava em choque. Ele não tinha feito isso, tinha? Ele nunca se perdoaria se tivesse atacado Macau. Ele se aproximou, e Macau estava de cabeça baixa, emitindo sons como se estivesse chorando.

- Macau, me desculpe - Quando Tay virou o outro, se deparou com Macau sorrindo.
- Assustei você. A sua cara foi impagável.
- Quer morrer agora ou depois?
- Depois! Agora quero banho. Mas minhas pernas não obedecem. Quem poderá me ajudar?
- O que deu em você? - Tay perguntou, já colocando o outro nos braços.

No chuveiro, a água morna fez seu trabalho de relaxar os músculos doloridos. Macau puxou Tay para debaixo do chuveiro também. As mãos de Tay massagearam o couro cabeludo de Macau e, ao descerem, se depararam com a marca dos seus dentes. Ele estava ainda perdido quando acordou, mas agora ele se lembrava da noite anterior.

Beijou a marca em Macau.
- Fui muito bruto com você?
- Você está vivo, né? Então já tem a sua resposta.
- Macau, é difícil conversar com você. Não sei como agir. Achei que você iria surtar depois de ontem, mas você está aí fazendo graça. Não consigo acompanhar.

- O que você queria que eu fizesse? Sair chorando porque dormi com meu marido? Não, Tay. E além do mais, você cedeu primeiro. Você me pediu para ficar.

- Não! Não, Macau. Eu estava em um Hut, não tem comparação.

- Segredo... eu também estava no meu calor infernal. O primeiro, vale ressaltar, mas você falou primeiro.

Tay se lembrou. Claro que se lembrou, ele praticamente implorando. O desejo. A menta. E Macau.
- Você jogou sujo.
- Eu? Defina sujo.
- Sujo, Macau.

Macau desligou o chuveiro que ainda estava ligado.
- Vou te mostrar o que é jogar sujo.

Uma das coisas que os ômegas são por natureza é observadores. E durante a noite anterior, Macau observou, dentro do possível, o que fazia Tay suspirar. Então, quando as pequenas presas deslizaram pelo pescoço de Tay e a mão de Macau também deslizou pelo abdômen, ele gemeu. Macau só parou quando encontrou o membro do marido já duro. Se ajoelhou tão rápido que Tay só sentiu a língua deslizando em um vai e vem delicioso.

Muito delicioso. Então ele só conseguia acelerar e gemer. Às vezes, Macau parava, fazendo-o reclamar.

Quando Tay estava perto do clímax, Macau simplesmente parou. Voltou a ligar o chuveiro como se nada tivesse acontecido.

- Macau, volte.
- Peça do jeito que eu quero.
- Não!
- Então, vou terminar meu banho, marido.

Tay estava irritado. Ele estava excitado e com uma ereção insuportável. E ainda tinha o leve sabor de menta.

Uma vez mais, ele iria ceder àquele caprichoso ômega.

Segurando as mãos de Macau para trás, Tay usou a perna para forçar Macau a se abrir.
- Por favor, meu ômega, deixe-me terminar.

Macau abriu as pernas e desligou o chuveiro. Retornou ao beijo com Tay como se a interrupção não tivesse ocorrido.

Tay começou a penetrá-lo lentamente, mas a lentidão estava torturando-o. Começou a estocar com mais força. O corpo pequeno de Macau encaixava-se tão bem no seu, e agora Macau rebolava no mesmo ritmo.

Tay não conseguiu mais se conter, gemeu alto e foi acompanhado pelo orgasmo de Macau, que logo cravou suas presas nele novamente.

Ainda ofegante, Macau respondeu:
- Isso é jogar sujo, Alfa. E pela sua cara de satisfeito, você gosta muito do seu sujinho aqui.

- Você não consegue ficar sem dar uma resposta nem por um minuto.
Um minuto.

- Um minuto é muito. Além disso, se estou falando, é porque gostei.

- Isso não é verdade.
- Se estou dizendo...
- Ômegas não gostam da primeira vez, Macau. Principalmente dessa forma.

Macau já estava enrolado com uma toalha no quarto. Ele iria se vestir para comer.

- Ômegas normais. Por que eu não gostaria de ter um Alfa gemendo para mim e me implorando coisas?

- Desisto. Eu desisto de você para sempre. Em um momento estamos bem, no outro estamos assim.

Aff, os alfas são apenas bebês grandes. Ele sempre disse isso ao irmão e agora tinha certeza da verdade.

Aproveitando que Tay estava deitado em uma pose de derrota, deitou-se ao lado dele.

- Eu gostei, Tay. Estava preparado para o pior.

- Verdade?
- Verdade. Minhas mordidas em você não me deixam mentir.

Tay sorriu, convencido. Abraçou mais o marido.

- Vou pegar algo para você comer. Fique aqui. Vista uma das minhas camisas.

Macau apenas balançou a cabeça.

Quando Tay saiu do quarto, Macau mudou de posição. Foi mais perto de onde Tay dormia. Queria sentir mais o cheiro de pimenta e, se tudo tivesse corrido bem, um bebê já deveria estar em sua barriga. Tudo estava indo como ele queria, em plena execução.


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