MEU ÔMEGA DIVERGENTE

PRA SEMPRE

- Como você chegou aqui antes de mim? - Time indagou, surpreso ao ver Gun em seu quarto. Ele estava puxando o outro pela camisa, um gesto de frustração misturado com admiração.

- Com uma coisa que inventaram... helicóptero, conhece? - Gun respondeu com um sorriso maroto.

Era possível querer matar uma pessoa e ao mesmo tempo não?

- Eu disse que resolveria isso. - Time insistiu, sua voz carregada de determinação.

- Isso, é um filho. Meu filho. E você achou mesmo que eu ia deixar você sozinho? Achou mesmo que eu deixaria você partir com um simples e seco 'Ok'? Cada um usa as armas que tem, Time. Você tinha o ônibus e um discurso de tempo para se proteger e eu tinha a sabedoria da idade e um helicóptero.

Time estava com raiva por não ter resposta. As roupas, o cansaço, tudo estava incomodando seu corpo.

- Vamos tomar banho. - Ele disse abruptamente.

- O que? - Gun perguntou, confuso.

- Banho! Não consigo lhe dar uma resposta à altura estando sujo.

Gun poderia ter questionado a lógica de Time, mas decidiu aceitar a loucura. No banheiro, o clima mudou. Sob o chuveiro, Time deixou toda a tensão fluir. Gun abraçou o pai de seu filho, entendendo que ele estava apenas com medo. Beijou-o, a água levando tudo de ruim embora.

O beijo terminou na cama. O sexo foi a consequência. Nem lembraram que estavam na casa do pai de Time porque o barulho que fizeram não foi nem um pouco tímido.

Os dois deitados lado a lado, o alfa sempre com um porte protetor.

- Quero acompanhar essa gravidez do início ao fim, Time. Ninguém sabe, até agora, mas eu não tive esse privilégio com Vegas e Macau. - Gun olhou longamente para Time. - A mãe dos meninos era difícil. Na verdade, éramos difíceis. Quando ela engravidou de Vegas foi um alívio. Achei que mudaria com o tempo, mas ela cada vez mais ficava reclusa. Era um casamento sem amor, já sabíamos disso. Então, eu só tive contato quando meu filho nasceu. Ainda lembro da alegria quando vi meu alfa bebê. A vida continuou, dois estranhos. Mas estava bem. Eu implorei, pra gente tentar ser uma família de verdade. E ela tentou. Aí veio o Macau. Achei que tudo se resolveria, mas... tudo mudou. Ela não queria. Ela não queria outro filho. Então, no meu último ato, pedi pra ela seguir a gestação. Depois ela estaria livre. Um alfa separado não era bem visto. Mas ela pediu apenas uma quantia pra recomeçar a vida. Me mudei para a fazenda. Longe de tudo. Lá ela ficou até Macau nascer. Trancada. Antes mesmo do umbigo de Macau cair, ela se foi. E como num passe de mágica, eu me tornei um alfa com dois filhos. Macau pensa que a mãe morreu e Vegas... Vegas sabe. Eu nunca disse. Mas ele sabe.

- Eu sinto muito. - Time disse, sua voz suave.

- Não sinta. Eu fiquei melhor quando ela partiu. Não a culpo. Ela me deixou meus filhos. Por isso, peço pra valer: Fique comigo. Como meu companheiro. E pai do meu filho. - Gun falou, sua voz carregada de emoção.

Time abraçou Gun ainda mais forte.

- Pra sempre? - perguntou.

- Sempre! - Gun respondeu com convicção.

Time balançou a cabeça que sim.

- Para sempre, a partir de agora, meu alfa. - Ele sussurrou, selando a promessa com um beijo.

*