ESTRANHO

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Pessoal, vocês devem ter percebido, certo? O clima já mudou para o romance. Tenho a impressão, só uma leve impressão, que Tay nunca tinha experimentado um chá como esse. Um cházinho de menta. O chá foi tão forte que ele quase esqueceu que ele é o Alfa da relação.



Macau notou que Tay estava demorando e ele estava faminto.

Pegou a primeira camisa que encontrou e a vestiu. Também calçou as sandálias de Tay. Quando chegou à sala, encontrou Tay conversando com outro homem.

O estranho ficou surpreso ao ver um ômega semi-despido descendo as escadas. E Macau, por sua vez, sentiu raiva ao perceber que era por isso que a comida estava demorando.

Tay parou de falar e olhou para o marido. Ele era lindo.

Chamou Macau com um aceno de mão.
- Este é meu marido, Macau. E este é meu amigo de longa data, Time.

Macau apertou a mão do outro homem, que o avaliava de forma descarada e julgadora.

- Marido? Como assim marido?
- Estamos casados. Foi uma decisão rápida. Como eu estava te dizendo, você pode ficar no quarto de hóspedes. Hoje os funcionários estão de folga, mas fique à vontade. - Olhou para Macau - Fique aqui, vou pegar algo para comer.

- Eu acho que isso não vai dar certo.
- Isso o quê?
- Esse casamento relâmpago. Tay não queria se casar. E mesmo que quisesse... você...
- Eu?

Macau já tinha entendido o que o outro pensava. Mas ele estava forçando o outro a repetir em voz alta.

- Você, tão exótico.
- Exótico é o pombo que tem tudo para não voar, mas voa. Eu sou bonito mesmo.
- Não me entenda mal, é só que... sua nudez me assustou.
- Ainda bem que eu me casei com Tay e não com você. Porque se isso aqui te assustou... imagina se você soubesse o que eu fiz com ele ontem na cama e foi P-E-L-A-D-O.

O convidado iria responder, mas Tay chegou. A expressão do outro mudou.

- Fique à vontade. Estarei no quarto se precisar de algo.
- Hum...

Macau nem respondeu nada. Mas sentiu o peso do olhar do outro.

No quarto, Macau se deliciou com a comida sem dizer uma palavra. Ele não era adivinho, mas sabia que aquele Time gritava problema.

Terminou de comer, escovou os dentes com uma escova nova que encontrou na gaveta do banheiro.

Ele tinha planejado fazer mais algumas coisas com o marido. Para ganhar experiência, pode-se dizer.

Mas não sabia se ainda queria.

- Você está quieto. Estranho. Diga.
- Nada, ué, estou cansado. Parece que ter esse negócio de fogo no rabo é cansativo.

- Isso me faz lembrar... não é um pouco tarde para você ter o primeiro cio? Geralmente os ômegas têm entre 12 e 14 anos.
- E você não é muito velho para implorar ajuda de um ômega no período de Hut?
- Estou velho para muita coisa, Macau, mas ter a companhia de um belo ômega na minha cama não é uma delas.
- Você está muito falante, nem parece aquele velho rabugento com quem me casei. O que era? Era só falta de transar aquele seu péssimo humor.
- Tenho meus momentos, Macau. Alguns bons, outros nem tanto. Mas por que em um momento estamos bem e no outro você volta a me atacar?

- Diga você. Diga você porque tem um estranho agora dormindo ao lado.

- Macau. Já te disse. Somos amigos de longa data.

- E seu amigo sempre vem te visitar no seu Hut?
- Ciúmes?
- De quê? Só fiquei com você para cumprir meu dever de marido.

Tay dessa vez sorriu. Ele já estava começando a entender Macau. Foi o mais perto possível do marido.

- Quem quer apenas cumprir o dever de marido, não geme e chupa o marido daquele jeito.

- Já ouviu falar em fingimento?

- Já, mas não você! Além disso, se você não sabe, as presas só aparecem quando o ômega está completamente satisfeito. E suas pequenas presas apareceram bem rapidamente.

Macau sorriu, pego de surpresa.
- E minhas presas poderiam aparecer mais vezes... mas tem um ômega intrometido em casa.-Olhou
com desdém para Tay-triste pra você.

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