MEU ÔMEGA DIVERGENTE

NOITE TRANQUILA

Como Macau disse, ele não voltou atrás em sua palavra Saiu do quarto do marido, deixando-o sem reação.

É preciso deixar claro aos Alfas desde o início: os ômegas são quem comandam o jogo. E se há um ômega recém-casado e pós-Hut em casa, outro ômega não pode entrar.

Ah, mas ele não tem culpa? Mas ele não precisa saber disso.

Macau se vestiu com uma roupa simples e foi à casa de sua amiga. Precisava conversar com alguém e, por ali, só tinha ela.

Quando entrou, percebeu que a casa era ainda mais linda do que imaginava. A amiga, uma alfa, estava em trajes casuais e o recebeu já com um copo de suco nas mãos.

- Senti que precisava disso. E desabafar... tenho certeza que já encontrou Time por aí.
- Hum... acertou. Já que meu marido está com Time, vim ficar com minha marida.
- Como você está?
- Bem!

Ela se sentou com ele. Macau foi uma surpresa agradável. Sentia quase como se fosse seu filho, pelo menos tinha idade para isso.

- Quero saber como você está depois de ontem, Macau. Você está longe de tudo. Seus amigos e seu irmão. Acabou de ter suas primeiras experiências sexuais. Então, agora vou repetir a pergunta: Como você está?
- Estou um pouco... surpreso. Dormir com Tay não foi como eu achei que seria e eu gostei.
- O Tay não é de jogar fora não. Tem seus problemas. Mas...
- Mas você conhece todos eles, né?
- Hum... sim.
- Eu não. E isso é péssimo.
- Por isso, vamos sair. E coloque uma roupa de bar. Só voltaremos no escuro.
- Bebida?
- Sim, bebida à vontade, eu pago.
- Sorriso do imperador?
- Aí você abusa. Sorriso do imperador quem tem é seu marido, guardado a sete chaves. Mas com carinho, você consegue arrancar dele.
- Desafio aceito. Vou me trocar.

Macau saiu feito um furacão. Entrou em casa e no seu quarto, vestiu um conjunto que adorava: uma jaqueta tipo cropped, na verdade era um semi-cropped, e uma blusa fina por baixo. Uma calça apertada. Os brincos que não saíam da sua orelha. Os colares e os anéis.

Na boca, apenas um gloss, mas um rímel bem forte nos olhos. Era de dia ainda, mas iria anoitecer em algum momento.

Quando passou pelo escritório, Tay estava saindo com o ômega do lado.
Viu Macau, mas demorou um pouco para entender que aquele era o seu marido. Foi Time quem perguntou:

- Vai sair assim?
- Vou sair assim e assado também.
- Foi só uma pergunta.
- E eu respondi mesmo sem querer.
Macau olhou para o marido, estendendo as mãos.
- O que?
- Dinheiro, ué, eu sou lá ômega de andar sem dinheiro.

Tay não entendeu nada. A assistente tinha todas as contas dele e ele sabia que Macau fez essa cena de propósito, mas não sabia o motivo.

- Mas por que você não usa a assistente? Será mais fácil.

Foi Time quem respondeu.

- Ha... deve ser porque eu posso e vou receber o dinheiro das mãos do meu marido. Sabe como é, né? Coisa de casal - bateu na cabeça como se lembrasse de algo - Perdão, você não sabe porque você não é casado. Mas agora estou um pouco sem tempo, para lhe explicar.

Pegou o cartão que Tay estava tirando da carteira e correu para a porta, deixando Tay perdido no que tinha acontecido ali.

Enquanto ia pelo caminho com a alfa, Macau sorria da cara de Time.

Ele não precisava do dinheiro do marido.
Uma coisa o pai de Macau fazia questão era deixar os filhos com dinheiro. Ele suspeitava que era porque Macau se metia em tantas enrascadas que o dinheiro seria necessário em algum momento para iria salva-lo.