As noites se desenrolavam em um ritmo monótono e inalterável. Tay, a cada dia que passava, parecia se tornar uma presença mais constante na residência, como uma sombra que se estendia ao longo do dia.
Macau, por outro lado, estava preso em um ciclo tedioso que parecia sugar a vida dele. Seus dias eram marcados por uma sequência previsível de eventos: acordar, comer, dormir. Uma rotina que, para muitos, poderia ser o ápice da tranquilidade, mas para ele, era uma forma de tortura.
Sentindo a solidão e a saudade corroerem seu peito, decidiu ligar para Vegas, seu irmão. A voz familiar sempre trazia um pouco de alívio, um sopro de normalidade em sua vida atual.
- Finalmente você resolveu ligar, Macau - a voz de Vegas soou aliviada do outro lado da linha.
- Se eu ficar ligando o tempo todo, Vegas, não vou aguentar - Macau respondeu, uma tristeza velada em sua voz.
- Como você está? Parece mais pálido. Deveria passar uns dias aqui, para recuperar a cor.
- Hum, pensarei sobre isso. Onde está Pete?
Vegas sorriu, uma felicidade evidente em sua voz.
- Eu pretendia te contar pessoalmente, mas não consigo me segurar. Nosso pai aceitou que eu e Pete começássemos a namorar.
- Mentira! Vegas, eu sabia! - Macau exclamou, surpreso e feliz pelo irmão.
- Estou tão feliz. Vamos visitar a avó dele hoje.
- Que felicidade, Vegas. Comporte-se, hein? Tem que conquistar a sogra.
- E você? Como está?
- Estou bem, Vegas.
- Macau...
- Sinto saudades, Vegas. Só isso. Aqui até que é bom. Meu marido não é tão ruim... mas...
- Venha passar uns dias aqui. Papai pode falar com seu marido.
- Talvez na próxima semana. Até lá, me mantenha informado. Preciso ir agora, tenho algo para fazer.
Vegas desligou, sentindo-se estranho. Seu irmão estava casado e ele nunca conseguiria aceitar isso.
Macau desligou o telefone, sentindo uma onda de tristeza o invadir. Era uma mentira. Ele não tinha nada para fazer. Nada. E nem tinha com quem desabafar sobre o namoro do irmão.
Mas não suportaria ficar em silêncio. Precisava falar com alguém.
Correu para o quarto do marido e percebeu que ele já havia se levantado. Foi até o salão e se deparou com um homem malhando. Não reconheceu o convidado à primeira vista. Observou o homem de costas, executando sua série de exercícios com uma calma impressionante.
- Está calculando um jeito de me matar? Saiba que eu sou velho, impotente e surdo, mas não sou cego.
Macau estava surpreso. Não reconheceu o marido vestido daquela forma.
- Não... hoje não. Tenho algo para contar e você é o único disponível.
- Hum... - Tay murmurou, claramente não esperando por aquilo.
Macau se aproximou, pegou uma toalha e a entregou a Tay para que ele pudesse se secar.
- Meu irmão está namorando o Pete.
- Hum... eu deveria ter alguma reação?
- Você não entende. Meu pai aceitou que ele namorasse com o Pete, nosso funcionário.
Tay não pensou muito antes de fazer um comentário que, se tivesse pensado, não teria feito:
- É óbvio que ele deixou. Empurrou a pestinha dele para mim, garantiu o futuro e a riqueza e ainda se livrou de você... um Ômega divergente.
Se Macau estivesse em um dia normal, teria feito Tay engolir as palavras uma por uma. Mas ele não estava.
- Azar pra você então. Porque você vai ter que me aturar aqui. Bem aqui, sentadinho.
Tay riu. Era tão fácil tirar a paciência de Macau. E ele ficou ali, observando todo o treino do marido.Quando finalizou, pediu para Macau esperar.
Enquanto a noite caía, Tay desceu as escadas, vestindo uma roupa branca que parecia brilhar sob a luz suave. Não era um truque de luz - a roupa era realmente branca.
Sem dizer uma palavra, ele pegou a mão de Macau e o conduziu até uma grande porta de madeira. Quando a porta se abriu, revelou uma área externa meticulosamente reformada. A grama verde contrastava com o céu azul e a piscina, uma expanse líquida e cristalina, parecia convidativa.
Macau ficou sem palavras, seus olhos arregalados de surpresa.
- Isso é para mim? Você reformou por minha causa? - perguntou, seu tom de voz cheio de incredulidade.
- Hum... você sentia falta de nadar e eu não sou o monstro que pensa, Tay - respondeu Tay, um sorriso brincando em seus lábios.
- Você não é... você é a fera - Macau retrucou, um sorriso tímido se formando em seu rosto.
- De Drácula 2000 passei para a Fera... as coisas estão melhorando, não acha? - Tay brincou, fazendo Macau rir.
- Seu bobo. Posso mergulhar? - Macau perguntou, já tirando a camisa.
- Deve! - Tay respondeu, observando enquanto Macau pulava na piscina com um sorriso de pura felicidade.
Naquela noite, durante o jantar, Macau estava quieto, mas havia um brilho de contentamento em seus olhos.
- Obrigado - disse ele, sua voz suave e sincera.
Tay, surpreso, respondeu: - Obrigado pelo presente.
Na noite calma, um som perturbador acordou Macau. Era Tay, seu marido, começando seu Hut, um período de necessidade fisiológica intensa exclusivo dos Alfas. O cheiro forte preenchia o corredor, aguçando os sentidos de Macau e fazendo seu coração bater mais rápido.
Tay estava deitado na cama, se contorcendo de dor. Seus músculos estavam tensos, suas veias saltadas, e o suor escorria de sua testa, molhando os lençóis. Seu cheiro, normalmente suave agora era forte e selvagem, enchendo o quarto.
Macau se aproximou, seu coração batendo forte no peito. Ele sabia o que Tay estava passando - o Hut era um período de necessidade intensa que apenas um Ômega poderia aliviar. Mas Tay estava sozinho, sem um Ômega para ajudá-lo.
Pegando uma toalha, Macau molhou-a com água fria e a colocou na testa de Tay, tentando aliviar um pouco do calor que emanava dele. Tay gemeu, seus olhos fechados com a dor, mas não se afastou do toque de Macau.
Quando Tay pareceu melhorar, Macau tentou sair, mas foi detido por uma mão fraca. "Fica, por favor," Tay implorou, sua voz fraca e rouca. Macau hesitou, mas o cheiro de Tay, a cama molhada e a voz fraca de Tay o fizeram concordar.
Ele voltou e ficou ao lado de Tay, passando a toalha em sua face e cabeça. O lobo de Tay estava agitado, e Macau podia sentir. Ele sabia que o pior ainda estava por vir. Tirou as sandálias e desabotoou a blusa, sabendo que aquela noite seria uma das mais longas de sua vida.
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MEU ÔMEGA DIVERGENTE
FanficABO Tay e Macau sempre! "Uma escolha complexa, um Ômega desafiador e um Alfa exemplar se entrelaçam nesta trama intensa e emocionante. Adentre nesta história repleta de paixões ardentes, reviravoltas inesperadas e um amor que desafia todas as conve...