Hired To Kill [CONCLUÍDO]

17- Bewildered

4/5

Pov Shawn

Quando eu peguei esse trabalho, jurei que faria de tudo para cumpri-lo. Como sempre fazia.

Esse era meu lema, nunca fazer nada pela metade e muito menos me envolver. Mas não tinha como.

Esse trabalho era diferente dos outros.

Realizando ele, eu teria a chance de conseguir o nome do desgraçado filho da puta que matou a minha mulher e meu filho. E aí sim, poderia ter minha vingança.

Vingança. Isso pra mim parecia tão saboroso.

Sabe o porquê? Porque só assim poderia voltar a respirar em paz e dedicar o resto da minha vida a minha menina.

Eu já fiz muitas coisas erradas. E essas coisas chamaram inimigos. Inimigos que fariam de tudo para acabar com minha raça. E tenho certeza absoluta que foi um desses inimigos que fiz durante os anos de trabalho, que invadiu minha casa atrás de mim.

E como não me acharam, acharam algo que iria me ferir mais que a morte.

E realmente.

Quando Maribel morreu e levou junto consigo nosso Evan, eu tive que ser forte. Muito forte. Eu precisava ser forte para cuidar de Emily. Nossa menina.

Apesar de não estar no tempo certo para nascer, ela veio prematura. Ficou 3 semanas na UTI neonatal e foi essas 3 semanas que pude viver meu luto.

Aluguei um apartamento próximo ao hospital para ficar próximo da minha menina e lá, trancado, acho que nunca chorei tanto. Eu me sentia um lixo por não ter conseguido proteger minha mulher e meu filho. Eu me senti por muito tempo o pior homem do mundo.

Nós sonhávamos tanto em ter nossos bebês no colo desde o momento descobrimos a gravidez. E quando soubemos que iria ser gêmeos?

Eu nunca estive tão feliz.

Eu iria se pai. Pai de dois bebês que por sorte teriam o sorriso da mãe e quem sabe até os olhos.

Maribel me fez mudar em tão pouco tempo. Ela me fez acreditar que poderia ser um novo homem. Ela me fez acreditar que poderia ainda ser feliz apesar da vida que levo.

Por ela eu me questionei se era isso que queira para minha vida.

Viver em perigo e dando de cara com a morte todos os dias, valeria a pena? Correr o risco de nunca mais ver a mulher da minha vida e meus bebês crescerem, valeria a pena?

Eu ficaria bem em perder de ver o primeiros dentinho. Os primeiros passos. As primeiras palavras. O joelho ralado. De ensinar eles a andarem de bicicleta. De sofrer assim que eles decidissem ir pra outro estado para começar uma faculdade? Eu ficaria bem em não estar lá para prometer a eles que estaria sempre ali, pra eles!?

E se eu morresse, eles teriam lembranças minhas? A mãe deles falaria de mim?

Eu estaria disposto a isso?

Não.

Eu não estaria.

Não era isso que queria pra mim. Não mais.

Eu queria meus filhos. Eu queria e escolheria pela primeira vez, a minha família. Porque eu estava tendo a minha família.

Aquele era meu último trabalho.

Depois daquele dia, eu seria um homem comum. Com um trabalho comum, por mais que eu provavelmente demorasse a me acostumar. Não que eu precisasse trabalhar já que eu tinha uma boa quantia guardada que daria até para pagar as faculdades dos meus filhos.