Sai do banheiro muito menos aflita e me assustei quando no corredor vi o loiro de antes, encostado à uma das paredes, falando com o outro loiro, com o qual eu tinha saído de casa.
Franzi meu cenho, enquanto me aproximava deles.
Quatro esferas da cor do ocean me fitaram e eu franzi mais meu senho, os dois sorriram exibindo suas covinhas.
-Ela não lembra de mim!- o menor disse aparentemente entristecido e eu me mantive com o cenho franzido.
-Caralho, ela não lembra mesmo!- o maior disse surpreso.
-E porquê deveria?- perguntei, mostrando o quão confusa estava e eles riram baixo.
-Fiquei meio ofendido, jurou que se lembraria de mim para sempre!- disse simplesmente.
Forcei minha cabeça, aparentemente oca a puxar a cara do garoto que me olhava e arregalei meus olhos quando finalmente me lembrei.
-Filho da puta!- falei eufórica e pulei em seu pescoço para abraçá-lo.- Boneco Ken!- lembrei do jeito que eu o chamava quando o conheci.
-Barbie ruiva!- ele riu, envolvendo minha cintura em seus braços, ele estava maior que eu e muito mais bonito do que há cinco anos atrás.
Kennedy McKnight estava lindo, tinha tirado o aparelho e aparentemente não usava mais óculos, seus cachos loiros eram perfeitos e o corte americano combinava com ele.
Não éramos mais da mesma altura, ele estava gigantesco se comparado a mim.
-Cinco anos, porra, cinco anos sem dar notícias seu desgraçado!- me afastei para olhá-lo, mas logo o abracei novamente.
O Ken estava de férias em casa do Matthew quando nos mudamos então ele foi o primeiro amigo que eu fiz naquela cidade.
-1825 dias!- Ele era um nerd da matemática.- E eu senti saudades suas em casa um deles, mas eu estava num internato na Inglaterra, Jessy não nos deixavam ter celular!
-Puta merda! Só não some de novo!- o abracei uma terceira vez é por nenhum motivo, dessa vez, eu chorei em seu ombro.
Não fazia ideia da saudade que sentia, até àquele momento. O Ken era muito mais que o o primo do melhor amigo do meu irmão, ele era meu primeiro amigo de verdade, meu primeiro crush, meu primeiro amor.
Os melhores meses da minha vida eu passei do lado dele.
Quando ele foi embora, eu desenvolvi minha "pequena" obsessão pelo Matthew, só para não sentir falta dele.
-Não chora Barbie! Eu não vou sumir!- acariciou minhas costas e eu respirei fundo, ao me afastar para limpar meu rosto.
Neguei com a cabeça e ri de mim mesma, eu estava muito envergonhada.
-Como sabia que estaríamos aqui?- perguntei com o cenho franzido e Ken olhou para o primo, que sorriu coçando sua nuca.
-Ele não sabia como te fazer a surpresa então, quando fui para casa, contei para ele que viriamos assistir o jogo dos Lakers!
-Eu adorei a surpresa!- sorri para Kennedy, que sorriu de volta para mim.
-Eu só não imaginei que algum dia Jessy Turner fosse gostar de basquete!- cruzou os braços e eu revirei meus olhos.
-Não gosto!- falei sincera e Matt riu baixo.
-Nem eu!- Ken fez carreta e eu ri.- Quer sair daqui?
Antes de responder, olhei para Matthew, pedindo autorização e sorri quando o mesmo assentiu.
-Obrigada!- beijei a bochecha do loiro maior e segurei a mão do menor.
Ken sorriu e sem soltar minha mão, abraçou meus ombros com seu braço.
Ele cheirava bem.
Andamos até ao estacionamento, ele destravou um Porsche prateado e eu franzi meu cenho em sua direção.
- Sabe dirigir?- perguntei intrigada eo loiro sorriu para mim.
-Sei!- disse orgulhoso.
-Não é justo!- ele sera só um ano mais velho que eu.- Eu também quero aprender!
-Eu te ensino Barbie ruiva!- sorriu quando entramos no carro e eu sorri de volta.
O loiro colocou as chaves na ignição e apertou o botão que ligava o motor, depois sorriu e olhou para mim.
-Coloca o sinto!- disse calmamente e eu franzi meu cenho em sua direção, mas obedeci.
Quando o barulho dos pneus derrapando no asfalto se fez ouvir, eu entendi o porquê de ele ter me mandado colocar o cinto.
-Tem certeza que sabe dirigir?- perguntei com o coração acelerado e a voz falha, enquanto o loiro entrava na rodovia sem sequer olhar para os lados antes.- Como conseguiu passar no exame de condução?
-Quem disse que eu fiz um exame?- riu enquanto passava por entre os carros, andando na contra mão.
-PORRA! Kennedy!- ri alto, assustada e cravei minhas unhas em seu ombro, fazendo o garoto rir também.
Ao poucos ele foi diminuindo a velocidade e quando estávamos em uma estrada pouco movimento eu tirei o sinto.
-Você é maluco!- falei em um sorriso e ri baixo ao perceber que era para mim que as pessoas sempre diziam aquela frase.- Para onde estamos indo?
-É surpresa!- me olhou e sorriu.
-Então tá!- eu esperava tudo do Kennedy, ele sempre foi do tipo romântico, amava ler livros com histórias de amor.- Quanto tempo vai ficar por aqui?
-Quanto tempo quer que eu fique!- perguntou um pouco sério e eu franzi meu cenho.
-Não brinca assim boneco Ken!- suspirei.- Sofri muito quando foi embora!- falei baixo.
Kennedy nada disse, apenas respirou fundo, concentrado na estrada.
A medida que eu ia reconhecendo a paisagem do lado de fora, eu já começava a fazer alguma ideia de qual era sua surpresa.
Sorri alegremente para o garoto que retribuiu o gesto, fazia tempo que eu não ia para aquele lugar.
Quando chegamos Ken estacionou seu carro no estacionamento que estava deserto, talvez por serem quase 7 da noite.
Me apressei em tirar meus sapatos e desci do carro descalça, fazia tempo que eu não pisava na areia da praia.
Assim que o loiro desceu, também descalço, eu sorri para ele e corri para abraçá-lo.
-Era para isso ser um piquenique, mas o Matt avisou sobre o jogoacima da hora, então tive que improvisar!- disse agarrado a minha cintura.
-Seu fofo!- beijei sua bochecha e ele sorriu.
Ken segurou minha mão e caminhou comigo até ao capom de seu carro, aonde ele se encostou e me olhou, ainda segurando minha mão.
-Eu estava falando sério Jessy!- suspirou, segurando minha outra mão e eu suspirei também.
-Sobre?- perguntei, sem ter certeza se sabia do que ele falava.
-Quanto tempo quer que eu fique?- me olhou nos olhos e eu respirei fundo.
-Se eu disser para sempre, vai ficar?- o olhei seriamente e vi o garoto sorrir antes de segurar meu pescoço.
-Eu fico Barbie ruiva!- me abraçou e eu sorri, mesmo sem saber se ele estava ou não falando sério.
Mas não tinha como ser sério. Não tinha como ele ficar, ele tinha que voltar para Londres e eu tinha isso bem ciente em minha cabeça, então não me permiti ficar muito iludida com suas promessas vazias.
Por mais que Ken tivesse vontade de ficar, aquilo era algo que não dependia dele.
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Obsessed
Novela JuvenilEu podia não conseguir que ele se apaixonasse por mim, mas estava determinada, desde os 10, a fazer com que ele me desejasse, nem que fosse por uma única noite. Claro que eu ser uns quatro anos mais nova que ele e ainda por cima, ser a irmã mais nov...