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-Dói muito?- perguntei ainda abraçada a meu irmão e o moreno negou com a cabeça em resposta, ele estava calado, desde que o fiole tinha começado, nem sequer criticou o filme de terror ridículo que eu tinha escolhido.

Não gostava de vê-lo daquele jeito.

-Acho que vou dormir!- Harry se livrou de meu abraço e levantou do sofá indo escada acima.

Pensei segui-lo mas Matt, quase como se lesse meus pensamentos, segurou minha mão e eu entendi seu olhar.

Suspirei e me sentei ao lado do loiro, abraçando sei corpo.

-Seu namorado tá com ciúmes!- Matt disse em voz alta e eu franzi meu cenho, logo levando meu olhar ao outro loiro, que nos olhava.

-Eu não estou com ciúmes!- garantiu com o cenho franzido e eu sorri um pouco para ele.

-Vem!- estendi minha mão em sua direção, ainda abraçada a Matt.

Ken caminhou até nos e depois de segurar minha mão, se agachou a minha frente.

-Eu não estou com ciúmes!- repetiu antes de beijar minha palma.- Só estou preocupado, não gosto quando fica triste!

Antes que eu pudesse dizer algo, Matt se soltou de mim e se levantou, indo até a cozinha.

-Tudo bem, acho que também vou dormir! Depois me conta o final do filme!- me levantei depois que o loiro fez o mesmo.

-Claro, Deusa! Eu te acompanho até ao quarto!- deu espaço para que eu passasse na frente e foi o que eu fiz.- Não fica assim, vai passar!- disse atrás de mim e eu suspirei.

Por algum motivo suas palavras me deixaram mais desanimada que antes.

-Eu sei! Boa noite Kennedy!- me despedi, e sem esperar que o loiro respondesse, abri a porta do quarto de hóspedes.

Vi meu irmão se mexer um pouco na cama e respirei fundo. Eu não deveria estar naquele quarto de hóspedes, mas eu queria dormir com ele.

Harry fingiu estar adormecido e eu respondeu quando chamei por seu nome.

-Eu sei que está acordado, não está roncando!- falei seria e andei até a cama, ele roncava muito.- Posso dormir aqui?- pedi, olhando o moreno descamisado e o vi se sentar na cama.

Seus olhos estavam vermelhos e suas pestanas humidecidas, o corte em sua boca bonita estava um pouco escuro e seus hematomas roxos. Ver meu irmão naquele estado partia meu coração.

Meu irmão não me olhou diretamente, e piscou seus olhos muitas vezes, tentando, falhadamente segurar suas lágrimas.

-Ele não é meu pai!- disse com a voz quase inaudível e eu franzi o cenho, me sentando na cama.

-Não fala isso, com certeza o papai só estava zangado, ele vai pedir desculpas quando estiver mais calmo!- segurei sua mão grande, mas ele logo a puxou para longe de meu alcance.

-Ele não é meu pai, Jessy!- repetiu e eu franzi mais o cenho sem compreender.- A mamãe traiu ele quando eles namoravam, por isso ele me odeia, eu...

Meu irmão não conseguiu mais falar, o som de sua voz foi substituído pelas lágrimas que molharam seu rosto.

-Eu sou a porra de um bastardo! Ele disse que devia ter feito minha mãe me abortar quando podia, ele... Me desculpa Jessy!- pediu.

-Porquê?- me afastei do abraço e segurei seu rosto, o forçando a me olhar nos olhos.

-Se não fosse eu, você seria filha única e a vossa família seria feliz!- disse com a voz embargada e eu revirei meus olhos, sentindo lágrimas se formarem nos mesmos.

-Vai a merda, seu feio! Nunca mais fala isso, eu ia odiar ser filha única e a culpa de NOSSA família ser como é, não é sua então não fala mais besteira e vamos dormir logo!

Harry nada disse, somente se deitou e eu fiz o mesmo, o abraçando.

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