Obsessed

33

-Eu sei que não consegue ficar longe de mim pequena, mas tem passado tempo de mais na minha casa, o que há?- perguntei para a ruiva sentada em meu sofá.

Eu tinha acabado de voltar do hospital e era óptimo ver ela, mas aquela dúvida tinha matelado minha mente por muito tempo.

-Quem disse que há alguma coisa? Você passava o tempo todo na minha casa e eu nunca reclamei!- me olhou e eu sorri para a floresta que a ruiva carregava no olhar.

Ela era linda de mais.

-Eu não estou reclamando!- revirei meus olhos. Eu não estava reclamando de todo.- Mas tudo bem se não quiser me contar!

-Então eu já vou, se despede do Ken por mim e por favor me deixa dormir essa noite!- pediu ao se levantar e eu ri, incrédulo.

-Falou a ruiva que liga para mim a uma da manhã porque não consegue dormir!- eu amava quando ela fazia isso.

-Sim, eu ligo, mas porque eu sonho com você pensando em mim!- disse e logo fez cara de quem não queria ter dito, o que me fez rir.

-Sonha comigo, pequena?!- sorri ao me aproximar da garota baixinha.

-Sabe muito bem que essa frase não saiu como eu queria!- me apontou e eu sorri mais, sem dizer nada, apenas andando em sua direção.

-Sonha comigo?- repeti a pergunta, dessa vez no tom mais baixo, por conta da proximidade.

-Já ouviu falar em espaço pessoal?- perguntou, levando sua mão até meu peito, buscando por alguma distância, mas foi em vão.

Em um só movimento, segurei sua cintura e puxei seu corpo para o meu.

-Matt!- disse meu nome, nervosamente e eu sorri.

-Sonha comigo?! Jessy.

Me esforcei para não fechar meus olhos. Seu cheiro. Sua pele. Ela. Perto de mim. Era surreal. Respirei fundo, com os olhos fixos nos dela.

Eu não tinha intenção alguma de chegar àquele ponto quando iniciei aquela conversa.

Merda. Eu tinha que aprender a saber quando parar. Mas era difícil, quando o assunto era Jessica. Era difícil porque eu não queria parar.

-Sonha co...

-Sim!- Me cortou quando eu ia perguntar uma quarta vez.

Seus olhos fixos nos meus fizeram meu coração acelerar e com certeza que a mão que continuava espalmada em meu peito, tinha sentido isso.

Dizem que nós vemos o que queremos. Bom, meus olhos miraram sua boca.

E que, querer é poder. Eu queria beijá-la, então, eu podia beijá-la.

Eu ia beijá-la.

Como dois ímanes de pólos opostos, nossos rostos se atrairam, senti minha mão tremer um pouco quando Jessy fechou seus olhos e respirei fundo, me sentindo uma criança de 12 anos.

Porra. Eu odiava o poder que aquela ruiva tinha sobre mim.

O barulho de algo sendo derrubado chegou a nossos ouvidos e Jessy se afastou de mim, assustada.

Já eu, busquei com irritação a origem do som e revirei meus olhos quando estes acharam meu irmão bastardo que tinha derrubado uma garrafinha de água.

Jessica passou as mãos no rosto e limpou sua garganta.

-Eu estava te esperando, para me despedir, enfim, até amanhã Boneco Ken!- beijou a bochecha do loiro e eu tive a levé impressão de que ela le sussurou algo, mas ignorei quando a ruiva caminhou até mim.- Tchau!- disse simplesmente e passou do meu lado.

Mordi meu lábio com força, não resistindo a tentação e virar meu pescoço e acompanhar seus passos, com os olhos.

-Filha da puta!- falei para meus botões depois que a ruiva já se tinha ido embora.

-Coitado para não escorregar na baba!- meu primo soltou, me lembrando de sua existência.

Dirigi minha atenção para sua pessoa. Aquele desgraçado. Kennedy sorriu para mim. Ele tinha feito de propósito.

-Ela pediu para eu não deixá-la fazer besteira!- Ken disse simplesmente e eu franzi um pouco meu cenho.

No fundo, eu tinha que agradecê-lo.

-Concordo, não me deixa fazer besteira também!- pedi.

É isso que beijar a Jessy seria, uma grande e prazerosa besteira.

-Sabem que eu não sou vous baba né, também tenho uma vida para cuidar, vocês dois são bem grandinhos e sabem o que fazem!

-Eu dispensava o sermão mãezinha!- revirei meus olhos e Kennedy imitou meu gesto, me mostrando seu dedo do meio.