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Quando finalmente a parte mais importante da noite chegou, eu não consegui comer direito.

Não tinha como.

Respirei fundo e mordi meu lábio com força, fazendo esforço para que nenhum dos adultos percebesse que minhas mãos tremiam, e felizmente eles estavam demasiado entretidos em uma conversa só deles, enquanto meu primo, quase se rachava, segurando a risada.

Senti meu corpo pegar fogo e encarei a ruiva que era responsável por aquilo.

Ela sorriu. E eu me arrependi profundamente da merda de aposta que tinha feito e que com certeza ia perder.

Olhei sua mão, fina, que passeava por minha perna, chegando cada vez mais perto do meu membro.

Engoli seco e segurei o ar dentro de meus pulmões e mordi um pouco mais forte meu lábio.

Jessy sorriu.

-Eu desisto!- soltei os talheres na mesa e murmurei para que só ela escutasse.

Porra ela nem tinha me tocado ainda.

-O quê?- perguntou, com um sorriso perverso no rosto e eu neguei com a cabeça, quando sua mão ficou por cima do meu membro.

-Porra Jessy!- segurei seu pulso e a ruiva riu baixo.

Eu sabia que ela gostava daquilo. Estar no contrôle.

-Não escutei o que disse!- falou baixo em meu ouvido e eu respirei fundo, sentindo sua mão se movimentar em mim.

-Jessica!- seu nome saiu em um sussurro e mais uma vez a ruiva riu.

-Príncipe!- Minha mãe chamou minha atenção e eu a olhei no mesmo instante que Jessy recolheu sua mão.- Tudo bem? Está vermelho!- Minha mãe me olhou, ela não era burra, e tão pouco se interessava pela conversa dos se amigos. Sarah Moonien sabia o que se passava e seu pequeno sorriso me provou isso.

-Eu só preciso ir ao banheiro!- falei, com a voz quase inexistente e me levantei rapidamente em seguida.

-Espera, eu te acompanho, pode se perder!- a voz da ruiva chegou a meus ouvidos e eu ri, sem me dar ao trabalho de me virar para olhá-la.

Neguei com a cabeça quando ela me alcançou e subimos as escadas juntos.

Não pude deixar de notar que seu vestido subia a cada degrau.

Assim que chegamos à porta do banheiro social, eu a abri, e segurando a mão da ruiva, a puxei para lá dentro, trancando a porta logo em seguida.

Segurei sua cintura e a coloquei sentada em cima do balcão. Nem com isso Jessy conseguiu ficar na mesma altura que eu, o que me fez sorrir.

-Eu perdi! Perdi feio!- falei perto de sua boca e foi sua vez de sorrir.

-Eu sei, loiro, vai ter que me levar para o shopping e comprar tudo que eu quiser!

-Farei isso, ruiva! Amanhã!

-Amanhã?- perguntou e eu assenti.- E o que vai fazer hoje!?- me provocou, com as mãos em meu pescoço e eu sorri, depois de engolir seco.

Pela primeira vez na vida, meu consciente e meu subconsciente concordaram em algo.

Algo que não podia ser mais errado.

Mas seus lábios, nos meus, pareciam algo certo. E só tinha um jeito de descobrir qual lado pesava mais, se o certo ou o errado.

Respirei fundo, sentindo a pele de sua perna com minha mão, e inconscientemente eu a apertei, o que fez sua boca se abrir um pouco, como se ela quisesse dizer algo, algo que não foi dito.

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