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Mordi meu lábio com força, tentando convencer a mim mesmo de que aquilo era ideia estúpida, mas não deu muito certo.

Não deu certo de todo.

Respirei fundo, nervoso e toquei na campainha.

Aquilo era possivelmente a pior ideia que eu já tinha tido na vida.

-Boa tarde, o tio Clayton está?- perguntei para a governanta assim que a mesma abriu a porta.

Eu sabia que ele estava.

-Está sim, pode entrar menino Moonien!- ela disse educada e me deu espaço para passar.

-A Jessy também está?- perguntei, só para confirmar.

-Não, não, a menina Jessica saiu com seu primo tem uns trinta minutos!- sorriu gentilmente e eu lhe retribui o gesto.- Só um minuto, vou lá chamar o senhor Turner! Pode se sentar!

-Está bem, obrigado!

Vi a mulher de trinta e poucos anos subir as escadas e respirei fundo, me sentando no sofá.

Senti saudades de passar as tardes ali, estudando com meu melhor amigo, mas não tinha nada que eu pudesse fazer.

Da última vez que falei com Harry, ele pediu desculpas por ter ido sem avisar e me contou tudo sobre seu pai, não ser seu pai, eu até entendi seu lado, mas o obriguei a me dizer onde estava.

-Matthew Moonien, a que devo a visita?- o homem de barba ruiva, feita, disse em um sorriso largo e eu fiz esforço para retribuir.

Era difícil ignorar o facto de ele ter feito da vida do meu melhor amigo um inferno.

-Eu preciso conversar com o senhor!- disse me levantando e apertando sua mão.

-Claro, venha para meu escritório! Do que se trata?- perguntou curioso, enquanto subiamos as escadas e eu engoli seco, antes de responder.

-Jessy!- a menção do nome de sua filha pareceu deixar o homem ruivo um pouco confuso, mas ele fez questão de tentar disfarçar, coçando sua barba, enquanto abria a porta do seu escritório.

Respirei fundo e desejei sorte para mim mesmo.

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