Obsessed

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Respirei fundo, tentando não encarar a ruiva que se preparava para mergulhar em minha piscina.

Ela só podia estar tentando me deixar louco.

Já tinha se passado um mês desde a última vez que eu e Jessy tinhamos nos falado direito pessoalmente.

Nenhum de nós dois queria conversar sobre os assuntos delicados que nós precisávamos conversar então, nós dois ignoravamos e flirtavamos um com o outro por mensagens e chamadas.

Como uma ridícula especie de relacionamento a lonha distância. Mesmo que morassemos um na frente do outro, tentavamos sempre nos evitar.

Era o mais certo e seguro a se fazer.

-O que faz ai?- uma voz surgida do nada me fez franzir o cenho, antes de olhar para trás.

-Pai?- perguntei surpreso e vi um sorriso amarelo rasgar seu rosto.- O que você faz aqui? Porquê não avisou que vinha? Eu podia ter ido te buscar no aeroporto!

-Eu precisava dar uma passadinha em outro lugar antes!- meu pai olhou para trás e eu franzi mais meu cenho, quando a figura de uma mulher de cabelos escuros apareceu ao seu lado.- E eu queria fazer uma surpresa!- meu pai disse sorridente e eu sorri também, correndo para abraçar minha mãe.

-Meu príncipe!- ela sussurou em meu ouvido, enquanto eu a abraçava com mais força a cada segundo.

Era tão bom ver ela fora do hospital.

-Mãe!- segurei o rosto da mulher relativamente baixinha quando comparada a mim e sorri.

Sorri, como se não à visse a anos, porque era assim que eu me sentia, mesmo tendo ido visitá-la ao hospital todos os dias.

Fazia muito, muito tempo que eu não a via em casa.

-Só não sufoca minha esposa por favor!- meu pai riu quando eu voltei a abraçá-la.

-Tio Came!- uma ruiva cumprimentou comentente e eu sorri vendo ela fazer o aperto de mão secreto que tinha com meu pai.- Tia Sarah!- abraçou minha mãe com força, depois que dei espaco e sorri.- Não sabia que voltariam hoje, desculpa, o Kennedy me convidou para dar um mergulho.

-Não se desculpe minha querida! Essa casa também é sua!- Minha mãe disse simpática.

-E falando no Kenny, onde ele está?- assim que as palavras do meu pai chegaram a meus ouvidos, minha expressão mudou completamente.

Eu o olhei, e ele me olhou, apelando por paciência.

-Kennedy!- chamei alto depois de abrir a porta vidrada que dava acesso direto à piscina, onde meu irmão bastardo estava.

Assim que me ouviu, saiu da piscina e pegou uma toalha para limpar seu corpo, enquanto vinha até mim.

-Senhor Moonien!- Kennedy sorriu um pouco para meu pai que o encarava com um sorriso no rosto.

Meu primo sempre tratou meu pai com formalidade e distância.

-Já mandei parar de me chamar assim garoto!- meu pai riu, o apontando e eu suspirei.

Não era justo. O Kennedy merecia saber a verdade.

-Desculpa!- coçou sua cabeça húmida.

Kennedy, assim como eu, era a cópia exata do nosso pai.

Cameron Moonien, com seus olhos extremamente azuis, seu grande porte, os cabelos loiros, o maxilar rijo, os dentes grandes e as covinhas.

Era estranho que ninguém mais percebesse o quão eu e o Ken éramos parecidos.

Não parecidos, do tipo "ah eles são primos" mas parecidos do tipo "vocês são gémeos?" todo mundo simplesmente ignorava isso.

Eu também ignorava, antes de saber a verdade.

Quando demos por isso, Jessy e minha mãe não estavam mais na cozinha.

Servi mais whisky no copo do meu pai e olhei em volta, também notando a ausência do Ken.

-Pai...- comecei, mas ele já sabiam como ia terminar, então nem sequer precisou que eu falasse.

-Eu sei campeão, e eu vou contar, só preciso de achar o momento certo!

-Momento certo? Já se passaram 16 anos! Ele merece saber!

-E saberá, Matt, agora para de se preocupar com isso porque é um assunto meu, vá se arrumar para o jantar na casa dos Turner!- disse simplesmente e saiu da cozinha, me deixando lá, sozinho.

Respirei fundo e enxi meu copo de whisky.

Eu quase me esqueci da porra do jantar que eles faziam todas as poucas vezes que meu pai estava na cidade.