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Muitas vozes ao mesmo tempo sooaram em seus ouvidos, mas ela não conseguia ver os donos delas, por mais que abrisse os olhos, continuava tudo escuro.

Sua cabeça doía mais que o resto do meu corpo e ela sentiu algo molhar sua mão quando a levou até à tempora.

Jessica sentia cada gota do seu sangue deixar seu corpo, em uma rapidez inédita.

Alguém gritou por ajuda. Não era ela, mas a pessoa, quem quer que fosse, tirou as palavras da sua boca.

Tentou se levantar, mas em uma circunstância em que nem sequer seus olhos lhe obedeciam, não esperou que com o corpo fosse diferente.

Tossiu um pouco e sentiu um líquido sair forçadamente de sua boca, quase como se fosse extremamente necessário que ele passasse para o lado de fora.

Seu corpo não era mais dela. Ele não a obedecia, estava todo dormente.

E do nada, uma enorme onda e medo bateu contra seu peito. Ainda escutava muitas vozes, mas nenhuma que conhecesse.

E como que por milagre, conseguiu ver algo, era a imagem de uma menina ruiva e um menino loiro, brincando no jardim, eles riam e corriam de um lado para o outro. Tinham acabado de se conhecer. Era o primeiro amigo que fazia en toda sua vida.

Aquela era a memória mais feliz que existia em sua mente, em nenhum outro momento de sua vida a garota de 15 anos tinha sido realmente feliz quanto naquele dia.

A última coisa que ela sentiu foi uma lágrima, escorrendo pela lateral de seu rosto, muito dramaticamente.

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