De manhã eu acordei com o Simon me sacudindo de leve falando que já estava na hora de dormir, quando eu pensei em xingar ele meus braços apenas se esticaram o abraçando em meu peito.
- Kat... – ele sussurra.
- Nãoooo – eu falo sem o olhar – Só mais cinco minutos!
- A gente não tem cinco minutos... – Ele sussurra olhando para o outro lado.
- Kat! – a voz da Ava ecoa pela lugar – Temos que trabalhar!
- Odeio a Rússia – eu solto o Simon e me levanto do chão andando até o banheiro.
Eu saio do banheiro vestindo uma calça de couro que esquenta até a minha alma, uma bota e uma jaqueta de inverno. Eu ignoro os dois conversando (próximos de mais se é que me entendem!), e eu caminho até a pequena cozinha que tem no quarto fazendo um chocolate quente para mim.
- Faz um copo pra mim? – o Simon pergunta apoiando o queixo no meu ombro.
- Você tem duas mãos! – eu lembro ele – Você pode muito bem fazer! – ele fica inquieto e então começa a beijar meu ombro – Por favor... – ele repetia entre os beijos.
- Tudo bem, eu faço – eu reviro os olhos pegando outro copo para fazer pra ele – Pode me soltar agora!
- Não – ele resmunga – Ta frio lá! – eu reviro meus olhos sorrindo – Você não vai reclamar ou me chutar pra fora da cozinha?
- Quer que eu faça isso? – ele nega – Então fica quieto!
Ele sorri e fica ali me abraçando enquanto eu faço o chocolate quente dele, a Ava para na porta observando a cena como a filha de algum casal rico. Eu olho para ela e sorrio para ela.
- Quanto tempo vocês estão juntos? – ela pergunta provocando o Simon.
- Quase duas semanas! – eu respondo entregando a caneca para o Simon – Porque? – o Simon me olha confuso.
- Ela está perguntando se romanticamente a gente... – o Simon diz e eu me viro bebendo um gole do meu chocolate quente.
- Eu sei! – eu passo pelos dois saindo da cozinha e pegando a chave da mão da Ava – Vamos temos que trabalhar!
Os dois se olham e me seguem para o carro, e sim eu levei o copo comigo, o que eu achei estranho foi eu não ter derrubado ele no primeiro passo que eu dei. A Ava sentou atrás depois de colocar o caminho no GPS para mim, enquanto o Simon começa a me dizer sobre as leis de transito para ter certeza de que eu não iria ser presa por causa delas.
Assim que chegamos na estação policial da Rússia a Ava começa a dizer que tinham deixado uma sala com um painel com os as fotos dos casos em ordem e prontas para serem usadas. Eu sigo ela até a sala junto com o Simon segurando minha mão e me perturbando sobre estar feliz pela nossas duas semanas juntos, eu tento ignorar ele sem sorrir.
- Aqui está, fica à vontade – a Ava disse – Eu vou estar ocupada tentando descobrir quem vazou a notícia, tem uma máquina de café no fim do corredor – ela diz apontando para o corredor.
- Obrigada – eu sorrio para ela – Ava! – ela me olha – Você não sabia, não foi sua culpa! – ela sorri e segue o caminho dela.
Realmente, não foi culpa dela, eu não sei o que deu em mim, acho que o frio mexeu com a minha cabeça, ou... com meu coração... ah, que se foda, eu não to afim de descobrir, só sei que foi uma completa idiota, até mesmo com o Simon.
- Você se desculpou? – o Simon pergunta confuso.
- Não é isso que se faz quando você mesma faz merda? – eu olha para o mural.
- É só não imaginei que você iria se desculpar...
Ele tem razão eu não sou o tipo de pessoa que se desculpa do nada, mas eu realmente estava errada enquanto a isso.
- Aliás desculpa, eu fui uma grossa filha da puta com você sem nenhum motivo – eu falo e ele sorri vindo até mim.
- Tudo bem, mas sabemos que tinha sim um motivo – eu rio olhando para ele.
- Fica quieto – eu o empurro com meu ombro.
Ficamos trabalhando ali o resto do dia e graças ao Simon descobrimos outro padrão do assassino, ele gosta de passar tempo com as vítimas, por isso a maioria das vítimas tem uma ficha de desaparecidos no sistema. Então formos até onde esse departamento fica e ficamos mais algumas horas lá separando a ficha de algumas possíveis vítimas que ele podia ter pego, no fim do dia acabamos com vinte pessoas, mas excluímos as idosas e adolescentes ficando só com as crianças e jovens adultos.
- Vamos? – o Simon diz esticando os braços.
- Deixa eu terminar aqui... – ele pega o arquivo da minha mão me fazendo o olhar. – Ei!
- Vamos! – ele repete dessa vez mandando ao invés de perguntar – Está tarde e o trabalho não vai fugir, Kat!
Eu suspiro e me levanto pegando minhas coisas e seguindo para onde o carro estava, dessa vez ele dirigiu. Não vimos a Ava desde de manhã, acho que ela deve estar tendo problemas para encontrar quem contou a empresa sobre a criança. Pelo lado bom acho que ele não vai matar ninguém enquanto continuarmos a ignorar ele nos jornais.
- O hotel não era pra aquele lado? – eu pergunto apontando para uma esquina que passamos.
- É, mas não vamos pro hotel hoje, vou te levar para jantar – ele sorri olhando para mim. – Vamos comemorar nossas duas semanas juntos!
Eu tento falar alguma coisa, mas fico quieta sabendo que não importa o que eu dissesse ele não iria mudar o rumo, então eu só encostei no banco e o observei dirigir em silencio.
- O que foi? – ele pergunta quando paramos no sinal vermelho.
- Nada – eu sorrio para ele – Só pensando em algumas coisas... e pessoas... – ele assente encostando no banco.
O olhar dele penetrando no meu, seus olhos castanhos que agora estão pretos graças a iluminação, e aquele sorriso... aquele maldito sorriso.
- Não sorri pra mim assim! – eu olho para frente e ele ri vendo o sinal verde.
- Assim como?
- Não se faz de idiota, você não vai conseguir me seduzir assim tão fácil – eu falo rindo também.
Eu tinha esquecido como era ser feliz e cansada de ser alguém que eu não sou, mas agora eu posso ser. Eu ainda tento entender quando foi que isso voltou a ser um trabalho e não algo que eu sou obrigada a fazer, ficar triste por ter deixado meu namorado achando eu estou morta sendo que eu estou bem aqui... vive e me apaixonando por outro homem... foi para isso que eu fui criada? Eu costumava saber, mas agora eu não tenho certeza...
(OBS: algumas partes foi inspirada na música "What I Was Made For" da Billie Elish, para o filme Barbie)
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Just Like Fire
FanfictionKatherine Grant, agente da Interpol com um passado secreto que ninguém além de sue pai e irmãos sabe. Mas que no final tem que enfrentar o passado e ele é mais amigável do que o esperado.