Doze

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Eu estou sentada bebendo meu café, igual aqueles filmes antigos que se passa na França, a diferença é que dessa vez eu vou encontrar com uma pessoa que nunca achei que veria outra vez, o mesmo pra ele. Uma mulher para na frente da minha mesa e puxa a cadeira para se sentar.

- Voltando dos mortos, Lila? – eu a olho, seu cabelo está curto, ela usa um sobretudo bege e o cabelo está nos ombros.

- Posso dizer o mesmo de você Emily! – eu sorrio para ela.

- Então... você achou quem estava te seguindo? – ela pergunta e eu assinto.

- Sim, meu pai – ela me olha confusa. – Não era ele quando minha família morreu, era o irmão gêmeo dele.

Ela assente e faz seu pedido ao garçom, e se vira para mim.

- Mas eu não estou aqui para falar de mim, se não estaria na terapia – ela ri assentindo. – Porque você morreu? Não vai me dizer que o passado também veio te atormentar!

- Digamos que sim – ela agradece ao garçom pelo café. – E você?

- Não foi escolha minha! – eu começo encostando no banco. – Depois do acidente com a moto.... meu pai fez o possível e o impossível para me matar, e aqui estou eu. Katherine Grant, Agente da Interpol!

- Uau, é muita mudança pra dois anos! – ele diz bebendo seu café.

- Você não faz ideia – eu a olho séria dessa vez. – Mas você não veio aqui para um reencontro amigável.

Ela me olha e suspira antes de falar.

- Eu preciso sumir, eu já fiz isso, mas com a ajuda da JJ, e o FBI não pode saber que eu ainda estou viva! – ela diz e eu assinto. – Lila, eu preciso sumir de verdade dessa vez.

- Eu tenho duas coisas para falar. – ela me olha confusa, mas ainda sim curiosa. – eu ajudo você, se você não tiver nenhum problema com o cheiro da Itália. E meu nome agora é Katherine, Lila morreu.

Ela assente terminando de beber seu café.

- Tudo bem – eu sorrio para e lhe entrego uma passagem de avião – Como sabia?

- Meu pai! Ele sempre está um passo à frente, e faz questão dos filhos dele também! – eu falo com uma voz de desgosto e me levanto para ir embora – Foi bom te ver!

- Katherine! – ela chama e eu me viro – Ele sente sua falta, você deixou um furo na equipe que até hoje não conseguimos fechar.

- Eu também sinto falta deles, e posso dizer o mesmo de você, aposto que estão chorando muito agora... Porque eu sei que eu chorei... – eu sorrio e volto a andar encontrando o Simon encostado no carro.

Simon me dá um beija e me abraça olhando para Emily que nos observava de longe. Eu apoio meu queixo em seu peito o olhando.

- Vamos? – ele me olha sorrindo.

- Vamos! – ele abre a porta do carro para mim.

Para onde a gente vai? Eu também não sei, mas vamos.

Dois anos depois.

Alaska.

Faz quatro anos que trabalho pra Interpol, e três que eu e o Simon estamos juntos, por algum motivo meu pai nos mandou pro Alaska, ele disse algo sobre querer netos e que estávamos demorando demais... ele que se foda, se quiser netos vai ter que se acostumar a não ter.

- Amor? – o Simon me chama do quarto.

- To na varanda! – eu respondo e o vejo vindo até mim só de boxer e coçando os olhos como uma criança que acabou de acordar.

Ele me abraça e treme com o vento frio (Claro né, ele ta só de cueca em pleno inverno no Alaska) eu o cubro com meu cobertor o abraçando.

- Você quer morrer congelado? – eu pergunto rindo dele.

- Eu esqueci que estamos no Alaska, ontem a gente estava no Havaí! – ele me abraça escondendo o rosto no meu pescoço e fechando os olhos.

- Vamos voltar pra cama! – eu falo empurrando de volta pra dentro – Eu não quero meu namorado doente!

Ele ri e me arrasta de volta pro quarto me fazendo deitar com ele de volta na cama, e ficamos assim o resto dia, claro que íamos uma vez ou outra roubar comida da cozinha. Tinha tudo pro dia acabar do jeito que começou, perfeito, mas não foi isso que aconteceu já que meu celular tocou e tudo começou a virar o pior inferno em qual eu já estive, e acredite nesses anos que eu trabalhei para a Interpol, eu já entrei em vários infernos.

- Kat, foi o pai... – ele diz me fazendo sair de cima do Simon e me sentar na cama.

- Do que você está falando?

- Me dá esse celular – a voz da Ava soou baixinho – Oi, Kat, é a Ava.

- Desembucha!

- Foi o pai que matou sua família, e é ele que continua matando as outras enquanto viaja é por isso que ele sempre desaparece e é por isso que ele te deixou viva – a Ava é sempre sincera, sincera até demais.

- Não... ele me deixou viva porque eu era a filha do meio! – eu sussurro fazendo o Simon me olhar confuso.

Eu fico escuto a Ava falar mais algumas coisas antes de desligar, o Simon ficou segurando a minha mão por todo o tempo.

- Eu tenho que voltar – eu falo para ele – Voltar pro FBI...

- Do que está falando? – ele se aproxima, e eu pude ver as lagrimas em seus olhos.

- A Ava descobriu um DNA compatível com o do Sr. Winter... ele matou minha família... e muitas outras – ele aperta a minha mão.

- Então a gente.... – ele pergunta deixando as lagrimas caírem.

- Não vou terminar com você só porque vou voltar! – ele não parece acreditar em mim – Simon...

Ele solta a minha mão e se levanta colocando sua calça de moletom pela primeira vez desde que chegamos, a duas semanas atrás.

- É eu que estou terminando com você, nós dois sabemos que mesmo se tentássemos, não iria dar certo... – ele me olha. – Você nunca deixou de amar ele... – ele pega a jaqueta e anda até a porta do quarto.

- Mas... – ele parou e virou a cabeça me olhando pelos cantos dos olhos. – A gente está juntos... e eu amo você – eu sinto as lágrimas caírem.

- Eu também te amo... – ele sorri, mas não volta a deitar. – Mas eu não consigo competir com ele, Lila. – e então ele saio do quarto sei lá pra onde.

Ele tem razão... eu ainda amo ele, mas... eu também amo ele, e a partir de agora eu sei que ele me odeia e isso sim me faz querer nunca ter contado para ele que eu ia voltar pro FBI.

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