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Gavi estava evitando Pedri. Não de uma forma suave e madura, mas ele literalmente estava fugindo de todos os possíveis lugares que González poderia cogitar estar. Não era uma função fácil, tendo em vista que eles estudavam na mesma sala e estavam juntos em praticamente todas as aulas. Mas também, o menor não estava feliz com isso e sua cabeça parecia explodir de tanto pensar.

Estava sendo desgastante e todo esse esforço estava fazendo com que ele ficasse ainda mais nervoso e ansioso, sequer conseguia concentrar nas atividades escolares. A única coisa que aliviava sua mente era o futebol e nisso ele tinha certeza que estava se saindo muito bem. Uma das confirmações eram os constantes elogios do técnico.

O próximo embate seria na sexta-feira e os rapazes estavam bastante focados em fazer dar certo. Gavi, como capitão, estava emanando bastante palavras e energias positivas ao time, mesmo que estivesse um caco por dentro. Não poderia deixar isso o afetar. Saiu do treino cansado mais que o normal. Não estava conseguindo comer e nem dormir direito.

Quando chegou em casa, foi para o seu quarto. Não tinha mais pique pra nada. Deitou na cama e suspirou, observando o moletom de Pedri em cima da sua cadeira da escrivaninha. Alcançou a peça e se acomodou novamente, abraçando o tecido. Não tinha mais o cheiro do mais velho, mas ainda sim, o fazia lembrar dele.

O mais novo sabia que estava sendo imaturo, não era novidade para ninguém, mas Gavi nunca foi capaz de encarar de frente seus problemas. Ele prefere se fechar, maltratar a si mesmo e ignorar as coisas em sua volta até que tudo ficasse no lugar. Mas dessa vez, estava demorando a passar e talvez tivesse que encarar as coisas como elas são. Ou não.

Seu celular vibrou e o rapaz ignorou, ficando de olhos fechados por mais uns segundos, até o aparelho vibrar mais vezes. Respirou profundamente e levou sua mão até o bolso, desbloqueando o aparelho. Se deparou com mais algumas mensagens de Pedri. O mais velho tinha mandando várias e o outro não respondia.

Gavi leu tudo com o coração na boca e sentiu seus olhos lacrimejando

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Gavi leu tudo com o coração na boca e sentiu seus olhos lacrimejando. Ele sabia o que estava sentindo, mas não queria admitir. Ele tinha medo. Medo dos comentários, da violência, de sua família e, principalmente, medo dele mesmo não estar sendo verdadeiro com o que sente. Jogou o celular para o lado, fechando os olhos. Não queria fazer nada.

•••

Sexta-feira chegou e com ela o jogo. Todos estavam bastante animados - primeiro que, com o jogo, não teria aula e segundo que, os rapazes estavam muito bem treinados e propícios a ganharem. Gavi estava sentado no vestiário, olhando para um ponto aleatório em sua frente. No fundo, bem no fundo, ele desejava que Pedri aparecesse ali e desejasse boa sorte a ele.

Mas aquele pensamento era egoísta demais, tendo em vista que ele que estava evitando o mais velho. Pablo passou a mão no rosto, focando em amarrar bem suas chuteiras, mas estava sendo uma tarefa impossível. Ele nunca foi bom com isso, mas agora parecia que estava pior. Respirou fundo, se concentrando e fazendo um nó torto, colocando para dentro da mesma. Assim, não tinha risco de correr.

Te Quiero - GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora