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- Cai no último treino. Para de me encher!

Gavi resmungou, subindo as escadas e indo em direção ao seu quarto. Aurora estava tentando tirar informações de seu irmão, inclusive sobre o fato do seu pescoço estar com algumas marcas avermelhadas. Fazia um dia desde o encontro dos garotos e seu corpo estava marcado em partes específicas.

- Não me diga mentirinhas. Dói demais. - cantarolou a música, rindo baixo consigo mesma e caminhou atrás do menor. Entrou no ambiente, analisou o quarto e sentou na cadeira que ficava em frente a sua escrivaninha.

- Você é uma boba.

- Vamos lá, Pablo. Não confia mais na sua irmã? - esboçando um bico, a loira se propôs a fazer um pequeno teatro. A família Gavira amava fingir um drama quando estava atrás de conseguir alguma coisa. Martín revirou seus olhos, sentando na cama.

- Não é isso, é só que...

- Não me diga que foi a Me... - se espantou ao pensar na possibilidade e Gavi arregalou os olhos, negando diversas com a cabeça. Pegou um dos travesseiros da sua cama e acertou na menina, mas sem muita força. Só para que ela não terminasse a temida frase.

- Vira essa boca pra lá, peste!

- Graças a Deus. O meu coração quase saiu pela boca... - suspirou, um tanto quanto aliviada e ajeitou seus cabelos que tinham sido bagunçados pelo travesseiro. Em seguida, encarou o menor novamente, com um sorriso daqueles que dizia que ela não iria desistir. - E aí?

- Qual o motivo de querer tanto saber? - franziu seu cenho, colocando as mãos em cima de sua barriga e só de imaginar Pedri, seu rosto se iluminou e sentiu uma paz dentro de si. - Se te deixa mais tranquila, é uma pessoa boa. Muito boa, aliás.

- É o Pedri. - encolheu os ombros, simplesmente dizendo. Pablo novamente arregalou os olhos, sentando-se na cama e olhando fixamente para sua irmã.

- Como você sabe?

- Apesar de suspeitar, eu não sabia. Mas é aquilo de jogar o verde e a pessoa cair, sabe? - murmurou de modo sapeca e o irmão fez uma careta. Ele tinha caído em mais uma das armadilhas de sua irmã e isso era o auge. Se acomodou melhor na cama, abraçando seu outro travesseiro. - Além disso, mami disse que você saiu com ele na sexta-feira. Tudo faz sentido. É só pensar, hermano.

- E vai fazer o que com essa informação? - indagou a loira, umedeceu seus lábios e observou quando a outra se levantou, começando a dançar sem motivo nenhum. Às vezes, Gavi suspeitava que Aurora tinha algum neurônio à menos ou tinha caído do berço quando era bebê. Tinha que perguntar a sua mãe.

- Uma festa, é claro.

- Boba! - gargalhou, enfiando sua cabeça no travesseiro, mas logo cessou o riso, quando a mesma se aproximou. A menina sentou ao seu lado, colocando a mão em seu braço.

- Mas, falando sério, o que te preocupa?

- Não é nada demais... - o tom da conversa havia mudado de uma hora para outra. Antes num tom de brincadeira, agora estava um modo sério. - Certo, talvez tenha algo. Mas deve ser coisa da minha cabeça.

- Se é coisa da sua cabeça, então significa alguma coisa. Quer falar? - sua irmã sempre deixava as coisas confortáveis, seja qual fosse o tema pertinente. O menor suspirou, sentando direito na cama e encostando suas costas na cabeceira.

- Eu só... nunca me apaixonei por ninguém dessa forma. Tudo bem, eu sou novo ainda, mas é algo que nunca senti. Só um medo bobo, um frio na barriga e pensamentos de que pode não dar certo. - desabafou, fechando momentaneamente os olhos. Ele era um rapaz novo, que estava se descobrindo e Pedri tinha sido uma peça fundamental para isso.

Te Quiero - GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora