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Pedri estava radiante.

O garoto não se lembrava da última vez que tinha passado com tanta felicidade uma data comemorativa. Todas elas, até então, foram regadas de tristeza e azar, mas ele sentia que, finalmente, poderia ser grato. Por sua vida e também por tudo que estava construindo.

A data era vinte e dois de dezembro quando Gavi o chamou para sua casa. Ele aceitou sem questionar, afinal, eles ficavam mais juntos do que separados. E também, nem tinha motivo para ficarem afastados. A distância só servia para sentir saudade e eles não queriam esse sentimento.

Quando chegou a residência dos Martín, foi surpreendido com a família inteira - Aurora, sua sogra e seu sogro -, empenhados em decorar a casa para o natal. González não sabia dizer, mas sentiu seu coração se aquecer por completo com aquela cena. E, ainda mais, por poder fazer parte.

- Estávamos te esperando, Pepi!

Seu garoto lhe cumprimentou com um abraço carinhoso e também animado, recebendo um selar em seus lábios como resposta. Pedri só sabia sorrir. Pablo segurou em sua mão, levando-o até o meio da sala, enquanto o namorado falava com o restante do pessoal.

Todos se empenharam em focar na decoração. Montaram a gigante árvore de pinheiro, colocaram bolinhas vermelhas e douradas, bem clichê, encheram-a de pisca-pisca e mais diversos detalhes que se assemelham ao natal. Tudo bem temático.

E, naquela tarde, ele pode sentir como se sua criança interior estivesse voltando a tona. Sentiu-se especial e, principalmente, incluso a algo que anos nunca tinha acontecido. Tudo estava se encaixando e, apesar de perfeição não existir, estava próximo.

- Agora só falta a estrela! - Aurora exclamou, recebendo um sorriso de todos. Pegou o objeto brilhante, encarando todos e caminhou até o mais velho, entregando ao rapaz.

- O quê? - questionou e franziu a sobrancelha, sem entender.

- Coloca lá, Pedri!

Sorriu carinhosa ao cunhado e o rapaz encarou o seu namorado que estava ao seu lado. Gavi sorria acenando positivamente, lhe incentivando com um aperto em seu braço. González levantou-se do sofá, pegou o objeto e esticou a mão ao seu amor, chamando-o também para se levantar.

- Se eu estou aqui hoje, tem um motivo.

Pablo, naquele momento, tinha a certeza de sua escolha e de que queria para passar toda sua vida com o rapaz. E, juntos, os dois garotos apaixonados protagonizaram a cena da noite, colocando a estrela no topo da árvore de natal, que piscava com suas diversas luzes, assim como o coração de ambos.

O dia vinte e quatro de dezembro se aproximou e o clima estava ótimo, assim como a festa natalina que tinha começado há algumas horas. Todos estavam reunidos, até mesmo sua tia e prima, que foram convidadas. Ansu, Ferrán e Frankie não puderam ir, mas confirmaram presença no ano novo.

- Estou com fome!

Gavi resmungava em seu braço, esboçando um bico em seus lábios. A tradição era comer só ao passar o dia, depois da meia noite e todos respeitavam isso, afinal, não tinha crianças - mesmo que Pablo parecesse um bebê, reclamando de segundo em segundo.

- Falta só uns minutinhos, amor.

- Você sabia que eu posso morrer em alguns minutinhos? - arregalou os olhos claros, continuando a abraçar o braço do namorado. Aproveitou para dar uma apertada em seus músculos, franzindo o cenho. - Andou malhando?

- Só se for levantamento de garfo. - riu leve, encarando o namorado e deixando um beijo em sua testa, atraindo o olhar do namorado. Antes que pudesse dizer algo, Isa e Aurora aproximaram-se, sentando-se ao lado dos rapazes.

Te Quiero - GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora