07

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- Fica à vontade, Pedri. Estamos a sós! - o mais novo murmurou assim que entrou em casa com González, deixando sua mochila em cima do sofá. Não gostaria que o outro ficasse com vergonha e tentaria deixar tudo o mais natural possível.

- Sua casa é… maneira. - Pedri murmurou, olhando em volta com total atenção, como se fosse… admiração. Uma paz lhe invade ao entrar no ambiente e ele adorava a calmaria, mesmo tendo pouco disso na sua vida. - Você mora só com seus pais?

- Não. Minha irmã, Aurora, também mora aqui. Mas ela passa a maior parte do tempo na faculdade. - umedeceu os lábios e deu de ombros, chamando o mais velho com a mão para irem em direção a cozinha. - O que você gosta de comer? Já garanto que não sou tão bom assim cozinhando, mas consigo uma nota sete.

- Sete? Está sendo realista ou iludido?

- Muito realista, tá bom? - Gavi fez um pequeno beiço, resmungando enquanto ia atrás das panelas para cozinhar qualquer coisa. Estava quase mordendo as costas de tanta fome. - Como você foi um menino mau, vai comer o que eu fizer e, se reclamar, não vai adiantar. Vai ter que comer!

- Você está acostumado a mandar dentro e fora de campo, não é? - Pedri riu com a expressão do mais novo, se apoiando no balcão e observando o outro começar a preparar algo. Ele poderia sim ajudar, mas estava sendo saudável para seus olhos observá-lo cozinhando. Era uma boa visão. - Agora, mesmo que esteja ruim, vou fingir que está bom. É isso que você quer?

- Sim, é isso mesmo. - Pablo piscou em sua direção, mas logo voltou ao que estava fazendo. González não sabia o motivo, mas se sentia bem ao lado de Gavi, isso quando ninguém estava olhando. Provavelmente, se vissem ele com o rapaz, começaria um falatório sem necessidade. Ele não se importava, mas preferia ficar na dele.

E assim, os próximos minutos seguiram. Gavi conseguiu fazer um belo macarrão com molho à bolonhesa e Pedri ajudou fazendo um suco de laranja. Ambos sentaram nas cadeiras da mesa de jantar, começando a comer. De fato, estava bem saborosa, só faltava um pouco de sal, mas passava tranquilamente na avaliação de Pedri.

- Está muito bom. Parabéns, Gavi! - terminou o seu segundo prato de comida, respirando fundo. Fazia tempo que não comia tão bem assim.

- Não mente, Pedri. Pode ser sincero! - Pablo encarou o mais velho, esperando a resposta do mais velho. Ele estava brincando quando disse que era para o outro dizer que estava bom, independente de como estivesse.

- É sério. Acha que eu repeti duas vezes por dó? - ergueu uma sobrancelha, terminando o seu suco e sorrindo de leve. - Nota oito. Já pode casar!

- Cruzes! Deixa isso para uns bons anos. - Gavi tinha acabado de sair de um relacionamento e estava surtando com tudo que tinha acontecido.

- Desculpe, eu esqueci sobre o ocorrido. - González murmurou um pouco desconfortável, coçando a nuca.

- Tudo bem. Eu vou lembrar por alguns dias, quando olhar no espelho, mas vai passar.

- Não está doendo? Ficou bem avermelhado. - num ato involuntário, Pedri levou sua mão até o rosto do menor, especialmente onde as unhas da morena tinham atingido e passou seus dedos delicadamente ali. Gavi engoliu o seco. Era o primeiro contato físico dos dois e aquilo tinha o atingido de uma forma inesperada.

- N-não… Quer dizer, ardeu um pouquinho quando eu lavei, mas vai passar. - tentou responder sem entregar que estava abalado com aquela situação e quase resmungou com o mais velho se afastou. - Bom, eu vou levar isso na cozinha. Pode ir subindo. Meu quarto é a última porta à esquerda.

Pedri assentiu. Tentou ajudar, mas Gavi disse que não precisava. Subiu as escadas, encontrando a porta indicada e entrou no ambiente. Era tudo bastante organizado e bem a cara do mais novo. Tinha bastante coisa de futebol, mas o que chamou sua atenção foram os quadros de fotos. Parou em frente a prateleira e sorriu involuntariamente ao ver Gavi, pequeno, correndo atrás da bola.

Te Quiero - GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora