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O jogo estava prestes a começar.

Faltavam apenas uma hora e a ansiedade estava à mil entre os rapazes. Naquele momento, os garotos estavam se preparando para iniciar o aquecimento e, quando retornassem ao vestiário, teriam que colocar seus uniformes e entrar em campo para valer, no último embate do ano.

Gavi sentia que seu coração ia sair pela boca. Alguns de seus companheiros de time estavam bem tranquilos sabendo que aquilo era apenas uma final entre escolas, mas para o menor não. Ele entendia que a única oportunidade de entrar em um time grande quando finalizasse os estudos era começar desde cedo.

Pelo menos na Espanha, era assim. Você tinha que respirar e viver o futebol para ser reconhecido. Tinha que ter boas indicações de técnicos e também dar sorte de um olheiro estar em um ótimo dia. Era tudo muito difícil e requisitado e, por isso, ele não poderia errar nem no mais simples ou perder uma chance.

- Aquecimento em cinco minutos, rapazes. - o estagiário do técnico avisou, recebendo um aceno de todos. Pablo suspirou, terminando de colocar seu uniforme reserva e amarrar suas chuteiras. Quando deu o tempo, saiu para o campo com os outros e sentiu seu estômago revirar.

A arquibanca estava lotada.

As pessoas cantavam o hino da escola, comemoravam, tinham bandeiras e estavam com a camisa do time escolar. O menor mordeu o lábio, apreensivo e tentou se manter calmo. Nunca, nos dois anos fazia futebol, tinha visto tanta gente presente em um jogo. Apesar de assustador, era incrível.

Olhou atentamente ao redor, procurando sua família e amigos. Não foi difícil encontrá-los na segunda fileira com gigante sorrisos no rosto. Sua mãe, seu pai e sua irmã estavam presentes. Além disso, também tinha Ferran, a namorada de Ferran que ele não se lembrava o nome e Isabella, prima de Pedri.

Por falar em Pedri, seu coração deu uma saltada. Rapidamente franziu a sobrancelha ao não encontrá-lo e observou uma cadeira vazia ao lado de sua irmã. Sentiu uma sensação ruim ao não ver o mais velho, suspirando. Ele precisava do seu amor ali com ele.

- Gavira! Onde está indo? - ignorou a voz do seu técnico quando começou a caminhar em direção a sua família, focando apenas em ter alguma resposta plausível sobre a falta do outro.

- Oi, cariño. Boa sorte no jogo! - sua mãe gritou da arquibancada, arrancando um leve sorriso do mesmo. Aurora desceu entre as pessoas, pedindo desculpas ao esbarrar em algumas delas e alcançando seu irmão na grade, que não era muito alta.

- O que te incomoda, hermano? - nem deu oi, sabendo que algo estava incomodando Gavi. O menor resmungou, olhando novamente para os lados e tentando ver se estava doido. Percebeu que o outro realmente não estava, causando uma frustração. - Ele vai chegar!

- Já era para ele estar aqui, Au. Ele disse que chegaria antes de todos.

- Calma. Ele pode ter tido um imprevisto, mas eu tenho certeza que ele vai vir. - consolou o mais novo, fazendo um carinho em seu ombro. Sim, ele tinha certeza que Pedri iria. Pedri nunca falhava com seus compromissos, ainda mais se fosse com Gavi.

- Você está certa. - murmurou, ainda com o coração disparado. Ele também queria saber se tinha acontecido algo e se o mais velho estava bem. - Manda uma mensagem para ele perguntando se está tudo bem?

- Mando. - sorriu de canto e Pablo deixou um beijo na testa da loiras. Agradeceu novamente, acenou para sua família e amigos, se afastando e indo em direção aos outros jogadores que aqueciam.

- Eu estava falando com você. Hoje é a final, não podemos ter distrações. - Marcus começou a encher a paciência do mais novo que apenas murmurou um "desculpa" e começou a se concentrar em seu aquecimento. O outro time também se aquecia na outra metade do campo. Eram grandes e robustos. Será que eles tinham de dezesseis a dezoito anos mesmo?

Te Quiero - GadriOnde histórias criam vida. Descubra agora