capítulo 61| grande caçada

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NÁPOLES - ITÁLIA

G A B R I E L

__  não estou entendendo o que estamos fazendo nesse lugar?

O traidor pergunta e fecho o porta-malas.

Abro a porta do carro para ma belle, e ela sai encarando um dos homens que a forçaram a assistir a tortura do seu melhor amigo.

__  em outro momento eu me livraria de você rápido e fácil, mas, o meu lírio me contou que haviam vários homens desdenhando e desejando fazer mal à ela, eu não gosto quando mexem no que me pertence.

__  eu, eu, eu não sei...  do que está falando senhor Basile.

Forço um sorriso e agarro o seu pescoço, suspendendo seu corpo e prendendo-o contra uma árvore.

__  me ouça com atenção seu imbecil, não estou falando, e sim afirmando que você queria fazer mal a minha Perséfone, sabe qual é o destino de quem mexe com a mulher de Hades? Eu te darei uma passagem só de ida para inferno, mas não antes de pagar pelos seus pecados, aqui, neste bosque.

__  senhor...  deve estar havendo algum engano eu nunca vi essa senhorita na minha vida.

__  quanto mais negar, pior o castigo, mas que seja, de uma maneira ou de outra o seu destino já está traçado.

Solto seu corpo no chão e ele massageia o pescoço.

__  você só foi homem para foder com meu amigo contra a vontade dele e com meu psicológico, mas agora diante do seu chefe aquele que você traiu com a mãe, não tem coragem de afirmar.

__  vad... __  Bella o  interrompe acertando um chute no meio das suas pernas e ele grita.

__  lave a sua boca para falar de mim imbecil.

A confusão em seu rosto me diverte.

__  por que está com essa cara? Esperava que eu ainda fosse aquela mulher amedrontada que assistiu o amigo sendo torturado sem poder fazer nada além de chorar e implorar para que você e os outros parassem? __ ela sorri friamente, confesso, essa outra versão me deixa ainda mais obcecado. A Bella doce e pura me encanta, me fascina, mas essa aqui, me tira da realidade me faz sentir ainda mais possessivo, querendo aniquilar qualquer um que se aproximar querendo a roubar de mim.

Eu tenho o melhor dos dois mundos em uma só mulher, sou um filho da puta de sorte.

__  eu... eu...  fui obrigado. __ se defende e ela sorri com escárnio, acertando outro chute no meio das suas pernas.

__  desgraçada! __ o grito ecoou pela floresta.

Retiro minha arma do coldre e entrego à ela.

__  fique aqui, vou buscar o que vamos precisar, se ele tentar qualquer coisa, não hesite em atirar.

Ela assente apontando a arma na direção do imbecil.

Sigo para a cabana, e as lembranças do que fizemos juntos ainda me excitam, olho para os arcos jogados e procuro pelas aljavas, vinte flechas para cada um deve ser o suficiente. Pego duas, junto com os arcos e volto para encontrar minha mulher e o traidor, ele fala algo e tem sua atenção.

Pigarreio e homem parece tenso.

__  Posso participar? __ questiono, e o olhar que Bella lança em minha direção é acusatório.

__  você pretendia sequestrar meu pai? __ a pergunta me faz sorrir de lado.

__  achei que já tivesse ficado claro o quanto eu e seu pai não nos gostamos.

__  por que esse babaca está dizendo que você ia matar a minha família?

__  porque eu realmente iria, mas não posso fazer isso com você, mesmo odiando seu pai, você o ama, e por enquanto não pretendo fazer mal algum nem à ele e nem a qualquer membro da sua família.

__  por enquanto?

Arqueio uma sobrancelha e ela permanece séria, lhe entrego o arco e aljava, ela coloca a bolsa na costa e ainda espera pela minha resposta.

__  o que quer que eu fale? Que vou amar toda a sua família, que eles vão se tornar parte de mim? Entenda lírio, eles só estão vivos por sua causa.

__  idiota! __ brada e dou de ombros.

Ela não pode querer que eu simplesmente ignore meus instintos e finja amar a família feliz que o idiota do seu pai tem.

__  o foco é ele, que inclusive está tentando nos enrolar, e me decepciona saber que você acredita mais em um traidor do que em mim.

Ela revira os olhos.

__  que seja, me diga como faremos isso?

Olho para o homem, coloco a minha aljava nas costas, e agarro o seu braço.

__  você tem cinco minutos de vantagem, corra e se esconda, se até o anoitecer nós não o encontrarmos estará livre.

Ele engole em seco e o liberto e corre como se a sua vida dependesse disso e bom, essa é situação.

__  sabe usar arco e flecha querida? __ pergunto.

__  sim, mas temos que ir atrás dele. __ admite.

__  vai na frente, mas antes preciso que saiba de algumas coisas.

__  do quê?

__  existem quatro regras que deve aprender sobre a caçada meu lírio. __ me aproximo, colocando seu corpo na minha frente, a diferença de altura me permite abaixar um pouco a cabeça e sussurrar em seu ouvido.

__  primeira, verifique os rastros da presa.

Ela engole em seco, venero a maneira como seu corpo reage a mim.

Aponto para a trilha de pegadas que o imbecil deixou no chão lamacento.

Havia chovido na noite anterior, as árvores impedem que o sol possa adentrar em boa parte do bosque.

__  segunda, use todos os seus sentidos.

Coloco as mãos em seus olhos e ela respira fundo.

__  ouça os sons a sua volta querida.

Água em alguns metros de distância, o vento soprando em nossa direção, alguns corvos que habitam as árvores gorjeiam provavelmente espantados por alguém, um verme que em breve servirá de comida para eles.

__  terceira, se camufle confunda a caça.

Retiro minhas mãos e a trilha que o homem deixou irá facilitar para seguir os seus rastros.

__  use árvores que escondam todo seu corpo.

Me afasto e a viro de frente para mim.

__  quarta e última, ao avistar o alvo, mire e atire.

As suas pupilas dilatam diante de mim.

__  entendi, vamos nos separar?

__  se desejar a minha companhia irei com você.

__  não, quero fazer isso sozinha.

__  então fique a vontade lírio, procure a sua presa.

Um sorriso frio adorna seu rosto, a puxo para mais perto, tomo seus lábios sentindo muito mais do que só o seu gosto, ela retribui, colocando as mãos em volta do meu pescoço, a pego em meu colo e cruza as pernas em volta da minha cintura.

Sustento seu corpo apenas com uma mão, uso a outra para massagear seu seios, a coloco no chão e nos encaramos ofegante.

__ vai. __ é tudo que falo, antes de vê-la sumir em meio as árvores.










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