Uns mandam, outros puxam.
Uns calam-se, outros reclamam.
É assim a fraternidade laboral.
Que vive do lucro e não da moral.
Mas de quem será o trono?
Do pobre indigente ou do patrono?
Ninguém ousa afirmar
Ou ponderar sequer...
Nesta e noutra vida.
Certo é que ninguém quer perder um bom funcionário
Muito menos para o amigo empresário.
Pois com amizades assim, quem precisa de sinceridades?
Quem ousa difamar tais seres tão superiores nas suas grades?
Grades escuras, de pouca sensatez, mas de alto risco.
Risco riscado no sucesso, no mérito, no trabalho.
Afinal, não se pode ter tudo?
Ou o ouro ou o couro.
Ou a prata ou a negociata.
Ou os diamantes ou as cicatrizes.
Ou as safiras ou os requintes.
Fosse um homem, diria que não era a mulher.
Fosse à mulher, diria que não era o homem.
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Tapeçaria de Existência
Poetry"Tapeçaria de Existência" é uma obra de poesia portuguesa contemporânea, que traz consigo um objetivo audacioso: extrair diferentes lições de vida de todos e cada um dos poemas que a compõem. Nas páginas deste livro, os versos cuidadosamente entrela...