5. Trono

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Uns mandam, outros puxam.

Uns calam-se, outros reclamam.

É assim a fraternidade laboral.

Que vive do lucro e não da moral.

Mas de quem será o trono?

Do pobre indigente ou do patrono?

Ninguém ousa afirmar

Ou ponderar sequer...

Nesta e noutra vida.

Certo é que ninguém quer perder um bom funcionário

Muito menos para o amigo empresário.

Pois com amizades assim, quem precisa de sinceridades?

Quem ousa difamar tais seres tão superiores nas suas grades?

Grades escuras, de pouca sensatez, mas de alto risco.

Risco riscado no sucesso, no mérito, no trabalho.

Afinal, não se pode ter tudo?

Ou o ouro ou o couro.

Ou a prata ou a negociata.

Ou os diamantes ou as cicatrizes.

Ou as safiras ou os requintes.

Fosse um homem, diria que não era a mulher.

Fosse à mulher, diria que não era o homem.

Tapeçaria de ExistênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora