15. Livramento

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De que me livro num livro?

Da têmpera a espelhar-se ou da alma a repartir-se?

Não sei...

Talvez um dia saiba.

Que não há enxofre que cegue mais do que o que

sai da língua.

Que não há distância maior do que a da tua mão

não tocar na minha.

Que não há música mais hedionda do que a do teu gemido

com verbos que não são os nossos.

Por isso proclamo o meu livramento...

Nestas linhas inventadas ao som do momento!

Mas que contam o maior segredo da paixão efémere...

A de que ela é ferrão, é camaleónica, é ténue!

A poesia é tudo isto e não é...

Anarquia, flagelo, precípicio, mas, sobretudo um Não!

Aquele que não queres ler!

Tapeçaria de ExistênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora