6. Propagação

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Se fosse era uma rosa branca...

Uma que ainda pica nas mãos dos incautos.

Uma que das quedas das pétalas faz altos.

Para no fim ser lembrada em fotografia,

Seja em funeral, batismo, ou casamento.

Lá está ela, de dor ao vento!

Pronta para se deixar mergulhar no sentido,

De só ser mais uma...

Rosa de aparente brilho.

Até que a menina a pega e coloca-a em água boa,

E de osmose em osmose,

Ela se renova,

E parece que em vez de castanha, ganha vigor.

Pois lhe foi dada a certeza que na vida há muito esplendor...

Esplendor de ser amada e não deitada ao lixo.

Esplendor de ser tocada e não menosprezada.

Esplendor de ser cuidada e não crucifixo.

Esplendor de ser flor e não atracada!

Dá-se a propagação da sua fragância,

Da sua vez existencial,

ela será mais do que branca, será glória, será capital!

De tal forma que quem a guarda na contemplação,

sabe que ela é memorial do que desvanece,

na pura sabedoria, na perturbante exaustão!

Tapeçaria de ExistênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora