43 - Ladrão de pênis

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O clima estava estranho no "bar do amor"

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O clima estava estranho no "bar do amor". 

Isso porque as faíscas entre Bryan e o homem com quem Cora estava se envolvendo, Márcio, ao se fitarem eram nítidas, quase visíveis. Não que o mais velho soubesse da história passada entre sua 'namorada' e o irmão de Luna. Ele apenas estava devolvendo os olhares ameaçadores.

Já Lina e Enzo, apesar do conflito evidente naquele ambiente, aparentavam viver em um universo à parte. O casal estava naquela fase do envolvimento que tudo se transformava em risada ou sexo. Os dois estavam genuinamente felizes, principalmente porque aquele pseudo-relacionamento, do qual ainda não haviam definido em que patamar se encontrava, parecia ter sido formulado pelo destino. Há três meses, nenhum deles se imaginaria nesta posição. 

A única coisa incômoda, pelo menos para Enzo, era a inevitável presença de Luna naquele ambiente. 

Inicialmente ele acreditava que a ex-namorada fosse passar a virada com o irmão, na praia. Sabia que eles não estavam juntos, contudo, sabia, através de Lina, a pretensão da garota de fazer as pazes. 

 Entretanto, ao vê-la ali e ouvir de sua boca que arrastaria Caio até o local para ficar com o grupo, sentiu que a situação poderia gerar algum conflito à frente. Até porque, por mais que estivesse com o coração mais calmo em relação à vingança de Luna, os dois ainda não tinham conversado. Nem sabia se valia à pena debater sobre. Justamente por isso optou por fingir sequer conhecê-la, quem sabe tornaria aquela aproximação mais fácil.

Mas sabia que isso não poderia durar a noite inteira, até porque todos ali já estavam um pouco embriagados e sabe-se que, na maioria das vezes, bêbados não têm papas na língua.

Lina arrastou Cora ao banheiro com a desculpa de que precisava retocar a maquiagem, mas a verdade é que estava muito curiosa sobre o motivo da presença de Márcio. Não entendia o porquê da amiga estar se envolvendo com o mais velho, afinal, sabia que seu coração batia por Bryan. Aquilo, no fim, deixaria Márcio, que não tem nada a ver com essa disputa para mostrar quem vai sair por cima, muito ferido.

Assim que adentram o banheiro, Lina faz questão de trancar a porta e indagar a amiga. Ela estava com um copo de vinho na mão e um sorriso irônico nos lábios. 

— Por que aquele homem está aqui, conosco, Cora? — Lina é direta e incisiva com sua amiga, que vira o corpo em sua direção e cruza os braços. 

— Porque nós estamos juntos? — Devolve em tom de pergunta e arqueia uma das sobrancelhas. — Pensei que isso estivesse óbvio para todos aqui. 

— Cora, meu amor. — Lina dá uma golada no vinho. — Você pode falar isso para todos e mentir o quanto quiser, sinceramente não ligo. Mas pra mim, não. Te conheço bem o suficiente para ter certeza de que não existe sentimento, pelo menos da sua parte, pelo Márcio. — Sorri ironicamente. — Beleza, ele é um gostoso e está de parabéns por ter ido à cama com um homem desse tipo, mas convenhamos que, pelo que te conheço, não existe nada além de tesão ali. Então me explica, Cora: por quê?

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