O coração de Cora poderia sair pela boca a qualquer momento, devido ao nervosismo que toda aquela situação havia lhe provocado.
Márcio poderia ser muitas coisas, entretanto, ela não imaginava que o mais vemhor lhe trataria com agressividade, independente das circunstâncias. Apesar de tudo, agora, ali, com Bryan, se sentia protegida.
E, pelo menos o relacionamento, que na sua concepção foi um de seus maiores erros, havia chegado ao fim. Estava feliz por isso. Mais feliz ainda por Bryan ter lhe defendido. E agora os dois estavam ali, na sala privativa, com a porta trancada e se encarando, apenas aguardando o primeiro a se pronunciar.
As pupilas do rapaz estavam dilatadas enquanto encarava a garota à sua frente. Assim como Cora, Bryan também tinha ficado nervoso com toda a situação e se sentia aliviado por tudo ter terminado bem.
É que estava acostumado com a postura imponente de Cora. Ele estava muito mal por ter percebido que a garota tinha ficado apavorada. Foi naquele momento ele percebeu que, independente das consequências, deveria estar ao seu lado. Também concluiu que essa atitude deveria ter sido tomada há mais tempo.
— Acho que lhe devo desculpas. — Bryan começa. — Sinto que se tivesse sido sincero sobre o que sinto, nada disso teria acontecido. Falhei muito contigo, Cora.
— Você não errou sozinho, Bryan. — Cora respira fundo. Como está sentada à frente do rapaz, ela apenas consegue esticar o braço e pegar na mão dele. — Eu também não fui sincera sobre te amar.
— Sobre me amar? — Ele pergunta e Cora sorri tímida.
— Sim, Bryan. Mas tive meus motivos para não expor, você nunca me passou muita confiança. — Cora admite cabisbaixa. Em resposta, Bryan levanta e se aproxima dela, ajoelhando ao seu lado e elevando sua face no mesmo instante.
— Se soubesse que o que sentia por mim ia além do desejo carnal, por Deus Cora, teria agido diferente desde o início. Não sou um insensível de merda e sem coração, sem contar que... — Bryan encara profundamente os olhos dela e respira profundamente. — É recíproco, porra. Desde o primeiro beijo, primeiro toque. A verdade é que sempre foi você.
Cora pisca algumas vezes e, sem pensar muito, puxa o rosto de Bryan para si, unindo seus lábios em um beijo saudoso e sexy, selando as pazes de uma forma extremamente satisfatória para ambos.
Bryan se afasta e levanta enquanto encara a garota à sua frente lascivamente. Já Cora entende o sinal e também fica de pé, dando alguns passos para colar o corpo no do homem que verdadeiramente ama.
Antes de unirem os lábios novamente, o rapaz inclina o rosto da garota delicadamente para que seus olhares se cruzem e sorri.
— Eu também te amo, caso não tenha ficado explícito o suficiente. — Bryan admite em voz alta e Cora sorri. — E é agora que você aceita ser minha namorada, né? Ou vai precisar de um tempo para esquecer aquele merdinha? — Questiona e, em resposta, recebe um beijo lancinante.
Cada célula de Bryan vibrava devido ao contato da língua de Cora com a dele. Sim, eles se envolvem há tempos, mas naquele momento, em específico, as coisas eram diferentes. Depois de tantas brigas e enrolações, ela era sua.
Dentro daquela sala privativa, o tempo não parecia correr. Os dois não se importavam se Lina, Enzo, Caio e Luna estavam do lado de fora os aguardando, ou se o clima era péssimo. O momento era deles. Absolutamente deles, de mais ninguém.
Enquanto isso, do lado de fora, o quarteto bebia para tentar afastar o clima estranho que permeava a mesa em que estavam. Menos Luna, porque ainda tomava remédios fortes devido à recuperação e a garota xingava internamente a cada minuto por isso.
Sim, os casais tinham feito uma grande dança das cadeiras e, por mais que estivessem confortáveis entre si, ao se unirem, as coisas ficavam muito estranhas.
O climão era palpável. Só que as doses de Whisky começaram a pesar para o Valentine mais novo, então ele simplesmente parou de se importar com isso. Sabia que Luna e Enzo ainda não estavam de bem, mas sua embriaguez levou esta questão para o segundo plano. Estava tão feliz por estar há alguns passos de seu sonho que qualquer coisa que não fosse isso tornou-se irrelevante.
— Estão namorando? — Caio pergunta enquanto encara a bebida âmbar no copo. Em seguida levanta o olhar e encara o irmão e Lina, que estão sentados à sua frente. — Vocês, hum?
Enzo engole em seco e encara Luna, que observa as pessoas ao redor, apesar de estar mais do que atenta à conversa.
— Ainda não. Estamos nos conhecendo, curtindo essa fase. Não temos pressa. ,— Dá de ombros. — E vocês? — Dá uma golada na bebida à sua frente. — Estão? Digo de verdade, no caso. — Ele sorri e quem responde é Luna.
— Não. E o relacionamento de semanas atrás pode ter sido falso e por um motivo idiota, mas vivemos coisas reais. — Ela cruza os braços e respira profundamente. — Inclusive, isso me faz lembrar que precisamos conversar. De verdade. A garota pontua.
Enzo encara Lina, que segura uma das mãos dele com as dela e o lança uma piscadela compreensiva, como se estivesse concedendo permissão.
— Tudo bem. — Enzo levanta enquanto se apoia à mesa. — Vamos ao bar. Mas logo adianto. — Ele encara friamente a ex-namorada. — Não quero brigas, não estou com paciência ou disposição para isso.
Luna levanta.
— Enzo, eu quase morri. — Ela responde e o rapaz engola em seco, imediatamente se arrependendo pela grosseria. — Se tem uma coisa que não quero é brigar, principalmente com você, que em breve se tornará meu cunhado. — Ela fica em silêncio por alguns segundos e o lança um sorriso largo. — Puta merda, isso soa estranho pra caralho.
— Nossa, sim. — Enzo responde e todos da mesa riem. — Agora vamos. — Ele segue em direção à bancada de madeira e Luna vai logo atrás.
O movimento do bar é intenso. Luna e Enzo demoram alguns minutos para realizar a tarefa que cumpririam em segundos em outras circunstâncias.
Assim que chegam ao local desejado, ficam de costas para as bebidas, apoiando as costas na bancada de madeira com a ajuda dos cotovelos. Os dois observam, a distância, Lina e Caio, por quem nutrem sentimentos que jamais imaginariam que em algum momento seriam capazes.
Enzo respira profundamente e encara Luna, que ainda observa o Valentine mais novo a distância.
— Diga, Luna Simões: o que deseja falar comigo?
Nota da autora
Peço desculpas pela demora. Essa semana foi um caos, estou me empenhando para fazer matérias jornalísticas para participar de um concurso. Inclusive, quem não sabe, sou jornalista.
Mas espero que gostem. Estou chegando à parte final.
Esse capítulo não foi revisado, ou seja, pode conter erros de ortografia. Peço desculpas por qualquer coisa.
Não deixem de votar e comentar, por favor! Não desistam de mim pela demora, ainda estou aqui e com muitos projetos em mente!
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Vingança Adocicada ✔️
RomanceApós descobrir uma traição imperdoável, Luna decide orquestrar uma vingança adocicada: seduzir Caio, irmão gêmeo de seu namorado. Sempre criticado por seu espírito livre e nunca se comprometer, Caio vê na proposta de Luna a chance perfeita de silen...