Hoje eu achei meu diário. Está destruído. Com várias páginas rasgadas e manchadas com sangue. Não importa, nunca escrevi nada bom nele. E também não conseguiria escrever mais nada.
É estranho pensar que em até poucos meses atrás, eu ainda conseguia fazer muita coisa. Mesmo estando deste jeito e com a mente desejando acabar com tudo. Eu ainda conseguia sair para o quintal e para a varanda. Conseguia cozinhar e arrumar a casa com o papai, e também conseguia me distrair lendo livros ou jogando no computador.
Hoje eu mal consigo sair da cama. Tenho pesadelos o dia inteiro. Tento me mutilar o tempo inteiro. Minhas mãos tremem. Tenho que usar a voz para que o celular digite palavras, e não vai demorar muito até que eu não fale mais.
Eu não vou cumprir a promessa que fiz para a Helena. Nem para o papai. Eu estou morrendo. Está sendo bem devagar e doloroso, mas eu estou conseguindo o que queria há muito tempo.
Eu pedi por isto.
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Meu Diário
Non-FictionMe chamo Ana. Tento relatar sobre a minha vida como costumava fazer no meu antigo diário físico. Não há coisas boas para se ler neste diário.