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São cinco da manhã. Estou gravando isto sóbria, antes de tomar meus remédios.

Eu me sinto solitária às vezes. Mesmo ouvindo e vendo coisas o tempo inteiro,  eu me sinto sozinha. É estranho. E ruim. Eu já tive amizades, ainda que poucas e virtuais. Ou, ao menos tentei ter. No fim das contas, eu não consigo ser uma boa amiga com ninguém. Sempre fiz mal pra quem de aproximasse de mim. Nunca conseguia conversar sobre coisas boas ou sobre coisas normais. Eu sempre piorei tudo.

Eu me afastei de tudo e todos. Acho que isso foi uma coisa boa. Assim eu não faço mal para as outras pessoas. Eu nunca quis isso.

Eu já amei um dia. Só uma vez. Me apaixonei por uma pessoa que era muito gentíl, divertida e compreensiva. Ela me acalmava. E eu só conseguia retribuir com mais tristeza. Mais uma vez, me afastar foi a melhor opção. Eu não queria fazer mal a alguém tão bom.

Tento não chorar. De verdade. Eu não queria ser um monstro. Eu nunca quis fazer mal pra ninguém. Me dói muito. Muito ver o quanto eu fiz mal pro papai. Pra Helena. Para as pessoas que tentaram me ajudar. E só viram o quão ruim eu era.

Alguém morta por dentro. Só isso.

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