Quando seus sogros não gostam de você

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Elisa P

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Elisa P.O.V

Era injusto como minha namorada era tratada pelos meus pais. Pena que só percebi quando a vi pegar sua bolsa e ir embora.

Achei que eles se dariam bem, meus pais sempre acolheram meus companheiros passados. Mas com minha garota estava sendo diferente a situação, e eu não entendi.

   — Cadê aquela garota, foi embora?

   — Foi, óbvio. Vocês passaram a tarde a maltratando!

   — Filha, ela não é uma boa pessoa para estar ao seu lado, no máximo, uma interesseira

   minha mãe tentava argumentar

   — Interesseira, mãe? Olha como fala da minha mulher! Ela não é assim e ela sequer precisa do meu dinheiro ou coisa do tipo. Deveria respeita-la e respeitar o nosso namoro, porque eu não vou perde-la pela sua ignorância com ela e isso serve para você também pai

    Peguei minha mochila do sofá em direção a porta da frente.

  — Vai embora? Elisa...

  —Só volto quando vocês dois começarem a respeitar a minha namorada. Tchau!

Me perguntei preocupada se ela tinha ido a pé para seu apartamento ou havia pegado algum táxi.

Suspirei irritada de tanto ligar para ela e sequer ser atendida para ouvi-la me xingando em português.

Tentei chegar o mais rápido em seu apartamento. Assim que entrei com a chave que ela havia me dado, não a encontrei em nenhum lugar. Teimosa, deve estar vindo a pé.

Alguns minutos e a porta bateu, ouvi seus sussurros, palavras que eu não poderia entender. Mas pela feição, estava xingando toda minha geração. Os saltos na mão, o cabelo bagunçado, rosto pouco vermelho e a feição brava. Mulher gostosa!


     Me levantei do sofá, aliviada em vê-la

  — Amor, te liguei tantas vezes, por que não atendeu?


  —Talvez seja porque eu não quero falar contigo, Almeida. Estou com raiva de você e de seus pais também.

Jogou os saltos no chão, pisando duro até a cozinha, e me deixando sozinha na sala.

   — Precisava sair daquele jeito, garota? Fiquei preocupada, e você ainda vem a pé, está louca?

   — Louca é a senhora sua mãe, Elisa! Aquela velha caduca do caralho — rebateu, pegando a garrafa de água — Fiquei lá por três horas e foi o suficiente para perceber que seus pais são horríveis comigo

   — amor...

   — Não, você viu todas as vezes que me ignoraram, o jeito rude de falarem comigo e eu não rebati nenhuma vez por você. Mas chega, tá legal?! Eu sei que eles não gostam de mim, tudo bem, mas poderiam apenas me respeitar, certo?

   — Eu briguei com eles...

   — Não quero afetar o relacionamento de vocês, Elisa. Só quero evitar esses momentos ruins em que sou maltratada. Então por favor, para de ficar tentando a aproximação deles comigo, só está piorando...

Disse tudo tão cansada, tão desanimada.

A abracei, me sentindo culpada.

   — Tudo bem, amor. não vou insistir nisso, não está mesmo dando certo

Não preciso que meus pais a ame, mas que a respeite. Porque foi ela quem eu escolhi para casar.

   — Tô com fome, Lisa — comecei a sorrir












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