Capitulo 11.3 Angel dos Leone ( Caos Version)

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Christopher Arcangelo Aka Caos.

Reuniões fodidas, eu sempre odiei aquela porra. Era poucas vezes que eu havia estado em uma delas, mas parecia que Myung não queria me levar para aquele lugar por um motivo banal. Eles estavam muito bem vestidos, suas expressões imperturbáveis como se aquele lugar estivesse sendo preparado para ser deles. Myung caminhava um passo à frente, enquanto Junghwa estava ao seu lado. Com as mãos enfiadas nos bolsos eu caminhava mais atrás. O barulho da música da boate foi substituído por um som abafado quando descemos para o subterrâneo.

Algumas pessoas olhavam para nós, mas parecia que Myung gostava da atenção que estava ganhando, aquilo para ele era um grande jogo, uma forma de curar o tédio. A tensão do ar se tornou palpável no meu corpo quando vi Nicolau, havia alguns dos seus caẽs e a forma como ele se levantou, com um sorriso no canto foi como se ele buscasse algo naquela noite.

— Myung, é sempre um prazer. — Ele estendeu a mão, um sorriso político, mas, o de Myung era venenoso.

— Igualmente.

Eu estava estressado, talvez tudo que eu quisesse era acabar com Nicolau naquele momento, mas estar com os Leone me impedia de muitas coisas, eles me davam certos acessos, mas, me tiravam outros.

— Você trouxe o Caos — Nicolau disse e Myung sorriu caminhando até a poltrona.

— Porque eu não traria o meu grande lutador das Underground.

— Como discutimos da última vez, Arthur tem grandes chances de derrubar o Caos.

— Claro, estou ansioso quando você tirar as drogas do seu lutador e o colocar no ringue, será como palhaço no circo. — O sorriso de Nicolau tremeu.

— Cada um, joga com suas cartas.

— Estou adorando jogar com amadores. — Myung disse. Escondi meu sorriso, lambendo os lábios ficando em pé atrás da sua poltrona ao lado de Junghwa.

Nicolau se sentou e um tabuleiro foi posto na mesa. Eles jogariam? Era para isso que eu estava ali? Puta que pariu, que merda! Olhei para Junghwa percebendo que ele olhou de canto para alguns homens saindo.

O jogo se dava tranquilo e monótono, mas eu estava surpreso em ver Nicolau pegar mais peças de Myung. Ele tinha um sorriso rasteiro no rosto. Era impossível que Myung tinha vindo apenas para perder, puta que pariu.

— Que interessante, pensei eu você era um bom jogador. — Nicolau disse e Myung apenas sorriu.

— É interessante ver como os porcos se esfregam em uma pequena poça de lama, Nicolau. — Respondeu ele movendo uma peça. Nicolau sorriu, mas, quando ele olhou para o tabuleiro, seu sorriso foi morrendo aos poucos. Eu não entendia nada de xadrez mas, sua expressão foi impagável. — Sua vez.

Nicolau travou, engolindo em seco. Myung encostou na poltrona com seu sorriso rasteiro.

— Fascinante não é? Você é um homem ambicioso, é divertido te dar o poder e vê-lo amarrar a corda no próprio pescoço. Não importa qual peça você mova, todas as minhas estão em xeque-mate para o seu rei e a rainha.

— Como dizem, você não é alguém para ser subestimado.

— Você sabe como são os negócios. — Myung disse colocando o cigarro na ponta dos lábios e Junghwa o acendeu — Eu tenho as underground, New York pertencer a mim é apenas a consequência disso.

— É uma ameaça ousada — Nicolau disse de sobrancelha erguida e maxilar travado.

— Eu não gosto de ameaças. — Myung disse abrindo os braços e sua voz saiu assustadora — nós estamos apenas jogando xadrez. Vamos mais uma partida? — perguntou.

— Porque não trocamos o jogo e colocamos os lutadores no ringue?

— Seria divertido, mas vamos guardar a luta para depois, eu gosto de uma boa plateia.

Myung era cínico, pelos anos que eu conhecia Nicolau estava surpreso como ele não havia feito algo, ve-lo ser amarrado por Leone era tão satisfatório. Um peão dos Leone se aproximou cochichando algo no ouvido de Junghwa, Myung virou o queixo em sua direção.

— Parece que serei eu a ir primeiro. — Myung se levantou — Até a próxima, Nicolau.

— Eu me pergunto o que você ganha ajudando Christopher. — Ele disse antes de sairmos.

— Ah, da mesma forma que o ódio cintila nos seus olhos quando você percebe que Caos não pertence mais a você.

— Você gostou do animalzinho? — Myung riu das palavras de Nicolau.

— Ele não é meu, Junghwa deu dois filhotinhos para o Angel. — Disse divertido — Eu recomendo que você tome cuidado, Nicolau. Titi é muito apegado aos filhotinhos e você já sabe o que os Leone fazem quando tocam no querido marido do meu irmão.

Eu agradeci quando fomos embora, aquilo tava o caralho de uma porra. Eu tinha deixado Ryung todo estressado no apartamento, já estava sentindo que ele iria dar trabalho para aceitar o fato de eu sair para as docas sem ele. Myung bufou alto quando saímos da sala.

— Essa brincadeira já está chata. Ele é super tedioso e sem sal.— Ele disse revirando os olhos.

— Ele pode ser um chiclete no solado — Respondi. Ele me olhou de cima para baixo antes de sorrir rasteiro.

— Mas, está sendo divertido ele puto com você. — Gargalhou.

— Meu ursinho não está em casa. — Junghwa disse e a risada de Myung cortou.

— Titi saindo do prédio? Ele ordenou que o deixassem passar? — Eles estavam olhando na tela do celular de Junghwa — Titi odeia dar ordens.

Ambos viraram o olhar para mim e meu coração bateu frio. Ah! não caralho... Ryung... puta que pariu Lindinho.

— Lindinho está aqui, não é? — perguntei apertando os punhos.

— Ninguém nunca me deu tanto trabalho que nem seu namoradinho. — Myung disse. Bufei.

— Merda, ele queria vir. Viria de qualquer jeito. — Respondi apressando meus passos.

Meu coração batia descontroladamente enquanto voltamos pelo corredor das docas em direção às pistas de dança. Eu estava desesperado, o pensamento de Nicolau o encontrar primeiro era aterrorizante. A cada instante que passava e eu não o encontrava uma preocupação crescia no meu peito e martelava na minha nuca.

Não percebi quando me afastei de Junghwa e Myung, apenas estava desesperado para achar Ryung. Virei-me quando alguém segurou no meu ombro, encarei Junghwa.

— Vamos. — Ele disse e eu apenas o segui.

— Como você sabe onde eles estão? — perguntei estressado e irritado.

— Meu ursinho tem um rastreador. — Ele respondeu.

— Onde está Myung? Merda onde meu Lindinho esta?! — Esbravejei, Junghwa parou olhando para mim.

— Você grita muito, eu desgosto disso. Meus ouvidos doem. — Ele disse.

— Junghwa — Myung o chamou se aproximando — Nicolau acabou de marcar a data da morte dele.

— Eu disse ser melhor tê-lo matado quando ele apareceu na nossa casa.

— Eu queria me divertir — Myung deu de ombros.

— Você parou de pensar depois que mandou Yejoon embora. — Junghwa respondeu e o clima pesou, a expressão de Myung mudou.

— Fodasse — respondi indo atrás de Junghwa. Não ligava para o drama familiar deles, eu queria apenas Ryung de volta.

Underground 2: Fora do ringue ( original version)Onde histórias criam vida. Descubra agora