Capítulo 9 A Partida de Caos

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Deslizei as pontas dos dedos pelo braço de Ryung e respirei fundo. Fechei os olhos afundando o nariz nos seus cabelos, não importava se usávamos o mesmo shampoo eu tinha certeza que nele ficava diferente.

Ainda estávamos dentro da caminhonete, nus, depois de mais um round naquela noite. Ele beijou a minha bochecha e mexeu nos meus cabelos.

Olhando nos seus olhos meu coração comprimia em uma dor absurda que me fazia respirar com dificuldade. Suas bochechas estavam rodadas pelo o calor abafado do sexo que tivemos e ela a forma bruta que eu segurei suas bochechas em algum momento do sexo. Mas, seu sorrisinho satisfeito e seus beijos no meu queixo tornava tudo insano.

— Vou fumar um cigarro Lindinho, já volto. — Falei e ele revirou os olhos.

— Christopher...

— Só um Lindinho, eu já volto, prometo.

— Eu vou com você. — Ele me disse quando nos sentamos.

— Não, está muito frio lá fora e eu não vou demorar. — Rebati enquanto colocava minha calça. Puxei meu casaco, o vestindo e dei um selinho nos seus lábios. — Volto já, pra te foder mais. — Falei e ele revirou os olhos.

— Pervertido. — Ryung falou rindo.

Desci da caminhonete e fechei a porta, acendendo um cigarro. Traguei ele e olhei pelo vidro do carro, vendo Ryu pegar 21 e sorrir olhando ele, levantando os bracinhos do robô. Suspirei quando meu celular vibrou no meu bolso e olhei o nome de Jihen na tela, olhei para Ryung outra vez e traguei o cigarro, indo para mais longe da caminhonete. Conferi o carro e atendi a ligação.

— Alô?

— Caos.

— Como vão as coisa por aí Jihen? — Perguntei, respirando fundo.

— Estamos com tudo pronto, as Underground's estão começando. — Traguei o cigarro uma última vez e o joguei no chão.

— Estarei ai. — Falei, sentindo um bolo se formar na minha garganta.

— Estarei esperando. Caos, as apostas sobre a sua luta com Arthur já estão altas. Meus mestre está muito interessado nisso.

— Pode apostar o mais alto que puder, eu irei vencer.

— Contamos com isso.

Desliguei a chamada, o preço que eu estava pagando era absurdamente alto. Joguei o cigarro no chão antes de quase correr pra dentro da caminhonete. Ryung olhou para mim e eu me inclinei, o beijando intensamente. Segurei 21, jogando para os bancos da frente e Ryung arfou.

— Não jogue! — Ele me disse alarmado.

— Desculpe Lindinho. — Sussurrei enquanto beijava o pescoço dele.

O que eu faria agora? O tempo tinha terminado.

(...)

Acordei sentindo as pontas dos dedos de Ryu no meu rosto, ele os deslizava pelas minhas sobrancelhas. Mantive os olhos fechados, sentindo-o colocar a minha franja para o lado, ainda estávamos apertados nos bancos de trás da caminhonete e ele estava sobre mim, em silêncio. Meu coração acelerou quando ele beijou minha bochecha e seu polegar deslizou pelo meu maxilar, mas Ryung não me chamou e eu aproveitei aquele longo silêncio, apenas sentindo os carinhos dele. Ultimamente não estávamos ficando tão juntos, eu estava tão ocupado e ele ficava tentando ao máximo me fazer descansar. Eu queria o agarrar e ele ficava me empurrando para longe.

Apesar de tudo eu tinha certeza que desde que o Lindinho entrou na minha vida muita coisa em mim foi posta em jogo, eu queria o dizer mil e uma coisas, mas não conseguia e tudo se resumia a o agarrar e pronto, esperar que ele entendesse. Tenho altas expectativas de que ele tenha entendido e eu achava que sim, principalmente quando ele dizia que me amava.

Underground 2: Fora do ringue ( original version)Onde histórias criam vida. Descubra agora