2O: A Volta Dos Que Não Se Foram.

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A sexta-feira chegou mais rápido que o esperado, era o último dia de aula, finalmente as férias de junho começariam e teria uma festa naquele fim de semana para comemorar. E o grupo de amigos estava reunido na casa de Sunghoon, ambos decidindo o que fariam naquelas férias.

— Como esse é o mês do Sun, eu pensei em nos irmos pra casa de campo dos meus avós. – Jay comentou, deixando o citado alegre.

— Eu topo! – o avermelhado sorriu de orelha a orelha e bateu palmas.

— Seria legal. – Jake murmurou.

— Vamos passar os dois meses de férias lá? – Taehyun arqueou a sobrancelha.

— Se vocês quiserem, sim.

Continuaram com o papo, decidindo melhor sobre essa viagem. Como iriam, quanto tempo ficariam e o que deveriam levar; passaram bom tempo naquele assunto, até que Taehyun lembrou de algo.

— Vai ter uma festa na casa de um tal de Choi Yeonjun, alguém vai?

— Eu ouvi falar mesmo, se vocês forem, eu vou. – Jay respondeu.

— Faço das palavras do Jay, as minhas. – Sunghoon pronunciou e Jake concordou.

— Não sou da Hanlim, então não. – Yunjin proferiu enquanto fazia uma trança em Wonyoung.

— Pode levar acompanhante.

— Vamos, Yun, podemos ficar juntas! – a Park virou um pouco o rosto para olhar a mais velha.

— E quem disse que você vai? – Taesan arqueou a sobrancelha e cruzou os braços.

— Eu também fui convidada, ok!? – mandou língua para o irmão, vendo-o revirar os olhos.

— Se Yunjin ficar de olho em você, não tem problema. – o mais velho dos irmãos disse.

Taesan soltou um "tanto faz" antes de voltar sua atenção para seu jogo online, e Wonyoung fez um toca aqui com a Park.

— E vocês, não vão?

— Se as minhas irmãs permitirem, sim. – Sunoo respondeu a pergunta e balançou as pernas.

— Não curto festas. – fora a vez de Niki responder.

— Pra mim, tanto faz. – Heeseung deu de ombros.

— Bom, temos até o final do dia para nos encontrarmos lá! – o Kang proferiu e teve e concordância de todos.

[. . .]

Niki acabará de voltar para casa com a companhia de Jay e, ao notar um carro estacionado em frente a residência, achou estranho.

Se despediu do Park e adentrou a casa, dando de cara com várias malas pela sala de estar, e algumas vozes vindo da cozinha.

Ao se aproximar do cômodo, viu sua irmã e mãe conversando com dois homens. Eles estavam de costas e não conseguiu reconhece-los.

— Ah, querido, que bom que chegou! – sua mãe foi até si e, com sua fala, os convidados viraram-se para olhá-lo.

— Filho!

Hayato caminhou até o mais novo, puxando-o para um abraço apertado.

— Eu senti tanto a sua falta! Como você está crescido. – bagunçou os fios do garoto.

— O que ele tá fazendo aqui? – olhou para o outro presente ali.

— Não fale assim com seu irmão, Niki. – May pediu com a voz calma, não queria ver o filho brigar com o enteado outra vez.

— Também senti sua falta, maninho.

O Nishimura riu anasalado e negou com a cabeça, desacreditado com a fala do outro.

— Que cara de pau.

— Vejo que tirou isso de mim.

— Não me compare com você.

— Você não é tão bom quanto eu mesmo.

— Chega, vocês dois! – Hayato aumentou o tom de voz, atraindo a atenção dos dois. — Vocês precisam aprender a conviver sem brigar, principalmente agora que vão morar juntos.

— Nem ferrando. – Niki olhou para os pais sem reação. — Você passa anos fora, e quando resolve voltar, trás ele também? O que você tem na cabeça, pai?

— Ele também é seu irmão, é tão difícil aceitar?

— Não entendo o motivo de vocês ainda tentarem fazer com que eles se dêem bem. – Kazuha pronunciou. — Eles não se gostam, pronto! Não precisa ficar forçando nada.

— Falou a que força relacionamento com um homossexual. – o meio-irmão comentou.

— O que você sabe sobre minha vida, garoto?

— Mais do que você imagina, garota.

Os três estavam se fuzilando com o olhar. Hayato respirou fundo para não acabar tendo um ataque do coração, enquanto May tentava lembrar onde errou por estar passando por tudo aquilo.

E após uma série de implicâncias, cada um foi para o seu devido quarto surtar lá. Niki passou as mãos entre os próprios fios, os jogando para trás enquanto tentava manter a calma diante daquela situação.

Sentou na beirada da cama e ficou encarando os próprios pés, pensando em como seria difícil conviver com seu meio-irmão durante bastante tempo.

Odiava o fato de que seu pai havia traído a mãe com uma modelo chinesa enquanto estava grávida de si, e principalmente ao saber que ela perdoou a traição do marido. Também odiava o fato de que, após tais atos, aquele garoto surgiu em meio as traições do pai.

May não tinha coragem de se divorciar do marido, o amava e queria passar o resto da vida ao seu lado, mesmo que isso lhe custasse um par de chifres e um enteado.

Niki não conseguia entender aquilo, Kazuha não ligava para nada que envolvesse qualquer outra pessoa a não ser ela mesma, o que deixava o garoto ainda mais irritado.

Olhou para o relógio na parede, vendo ele marcar duas e meia da tarde. Ainda estava cedo para se arrumar para a festa, e não iria voltar para a casa de Sunghoon, uma hora dessas ele estava tirando o seu sono da beleza.

O que lhe restava era continuar em casa, aguentando seu pai babando o outro filho.

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