O5: Um Aviso É Um Aviso.

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— Cadê o amigo de vocês? – Jay perguntou curioso – lê-se, provocador.

Perceberam a decepção e desconforto no olhar dos três, porém Niki parecia mais irritado do que decepcionado. Para diminuir o clima, Jungwon pediu que eles se sentassem, logo os garotos fizeram. Comeram em silêncio, nenhum dos seis sabiam o que falar sobre; Niki e Sunoo estavam de frente para o outro, com o Nishimura de cabeça baixa, envergonhado por ser um dos "quase envolvidos" daquela situação.

— Então.. vocês estão afim de sair nesse fim de semana? – Jake quebrou o silêncio com aquela pergunta, atraindo olhares confusos dos três amigos.

— Sair? Com vocês? – Jongseong arqueou a sobrancelha.

— É.. ir ao shopping. – coçou a nuca levemente envergonhado por ter recebido aquela reação.

— Não acho que o amigo de vocês iria gostar disso. – fora Sunoo quem disse, terminando de beber seu leite de banana.

— O que ele gosta ou não, não é problema nosso. – Niki respondeu o Kim, sua cara não era nada boa. — Não mais.

— Acho que não seria uma má ideia, né? – Jungwon olhou para os mais velhos, sorria pequeno e com um brilho no olhar.

Os dois pensaram por alguns segundos, será mesmo que seria bom?

— Vou pensar. – disseram em uníssono, abaixando o olhar para suas bandejas.

Quando todos terminaram suas refeições, cada trio seguiu caminhos diferentes. Sunoo estava distraído conversando com os dois, quando de repente sentiu algo bater em sua cabeça. Olhou para o chão, vendo uma bolinha de papel.

— Sun? – Jungwon chamou por ele só perceber que o garoto não os seguia mais.

Pegou a bola de papel e a desfez, lendo e se surpreendendo com o que estava escrito.

Por favor, gatinho, me desbloqueia, prometo não fazer ou falar nada que te deixe desconfortável.

— Não acredito.. – riu anasalado, amassou o papel outra vez e jogou na lixeira mais próxima.

— O que era? – Jongseong passou o braço pelos ombros dos dois mais novos, encarando Sunoo,  esperando sua resposta.

— Nada de interessante, uma bobagem, sabe?

Os dois amigos se contentaram com aquela resposta, começando um novo assunto em seguida.

[. . .]

Niki se distanciou do casal, indo na direção do terraço da escola. Deu uma olhada antes de abrir a porta para ter certeza de que ninguém estava vendo, logo abrindo-a e subindo as escadas. Abriu a porta para chegar ao terraço, encontrando Heeseung sentado no batente com um cigarro entre os lábios.

— Por que fizeram aquilo? – foi a primeira coisa que saiu antes de dar uma tragada e soltar a fumaça.

— Aquilo o que? – manteve um pouco de distância do mais velho, odiava aquele cheiro.

— Sentaram com o Sunoo e os amigos dele e me deixaram sozinho. – encarou o japonês sério, dando mais uma tragada.

— Você sabe muito bem, Heeseung. Não se finja de desentendido. – revirou os olhos e bufou, dando mais alguns passos pro lado.

Ficaram em silêncio, Heeseung terminava seu maço e Niki fitava o chão. Aquela era a primeira situação em que a amizade dos dois ficava estranha, não estavam acostumados com aquilo. Era tenso.

— Vocês não vão me deixar, né? – perguntou quebrando o silêncio, Niki o encarou por breves segundos antes de voltar a fitar o chão. — Niki..

— Você errou feio com o Sunoo. – impediu a fala do rapaz, virando-se para olhá-lo. — Feriu os sentimentos dele, o usou e depois deu a desculpa de que está apaixonado pela minha irmã!

— Mas eu estou! – ficou de frente com o maior, encarando-o.

— Não, Heeseung, você não está! Nunca esteve. Você só pensa em si mesmo, nunca nos sentimentos dos outros. – cerrou os punhos e o olhou com raiva. — Eu sei que já é tarde demais para alertar a Kazuha sobre você, mas eu irei te alertar.

Tocou o peitoral do rapaz com o indicador, deixando ele um pouco nervoso.

— Fica longe da minha irmã, senão eu quem faço da sua vida um inferno. – se afastou do, até então, amigo, e se direcionou para fora do terraço. — Ou você muda, ou nós nos afastamos! Você está avisado, Heeseung. E um aviso, é um aviso.

[. . .]

Sunoo chegou em casa um pouco mais cedo, sua professora acabou faltando naquele dia e sua turma foi liberada. Depois de um longo e bom banho, ele estava deitado na sua cama, rolando seus contatos até achar aquele que estava bloqueado. Acabou lembrado da bolinha de papel que lhe foi atingido mais cedo, sorriu.

— O que poderia dar errado?

Desbloqueou o contato, logo podendo vê-lo online. Resolveu mandar algo, mas não sabia o que exatamente, até que uma coisa viesse em sua mente.

me:
oi gatinho, pensei melhor no que você disse, quer sair hoje?

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