11: Missão Cumprida.

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Niki chegou na loja em que tanto pensou naqueles últimos dias, principalmente depois de todos aqueles acontecimentos. Passou pela porta de entrada, podendo ouvir o som do sininho ecoar pelo lugar e a dona aparecer por trás do balcão, e ambos não conseguiram esconder seus sorrisos.

— Meu afilhado preferido! Que bom vê-lo aqui novamente. – a mulher foi até o garoto, puxando-o para um abraço.

— Eu sou o seu único afilhado! – retribuiu ao abraço da mais velha, sentindo aquele cheirinho único que ela tinha. Mel com Hortelã.

— Por isso é o meu preferido, oras! – colocou as mãos na cintura, rindo. — Então, veio buscar aquele presente?

— Sim! Onde ele está? – seus olhos brilhavam em ansiedade.

— Irei trazê-lo, espere aqui. – saiu andando para outro lugar, o qual Niki não prestou tanta atenção.

Ficou distraído vendo as novas coisas da loja, lembrando de seus amigos e família a cada acessório ou roupa que via. Mesmo a loja de sua madrinha não sendo muito famosa e rica como as outras, muitas pessoas iam comprar algo pelo bom preço, as promoções e pela boa qualidade dos tecidos das roupas.

Hwang Yeji era o nome dela. Ela era uma mulher doce, empática, tudo de bom que se podia imaginar, ela conseguia ser. Yeji é irmã do seu pai e fora ela quem ajudou a família a se adaptar em solo coreano, e também se pôs a ajudar o irmão e cunhada em uma procura de emprego.

— Aqui está, querido. – ela voltou com uma pequena caixinha de embrulho rosa claro, com um laço branco que destacava os pequenos morangos do embrulho. — Eu mesmo decorei a caixa, espero que o seu amigo goste e não jogue fora.

— Tenho certeza que ele não fará isso, madrinha! – recebeu o objeto com um sorriso enorme no rosto.

— Você gosta bastante dele, não é?

— Muito..

— Eu espero que o universo seja bom para vocês, e que nada de ruim aconteça para impedi-los de se amarem. – seus olhos brilhavam, mas não era de felicidade, seu sorriso era quebrado.

— Não foi culpa sua. – iria abraçá-la, mas lembrou que Yeji não gostava de abraços quando estava triste, então se manteve em seu devido lugar.

— Você ainda é novo demais para entender sobre isso, Riki. – riu sem ânimo, colocando a mecha rosa de seu cabelo atrás da orelha. — Bom, acho melhor você ir logo! Não quer chegar atrasado e perder a oportunidade de entregar isso para o menino, não é?

— Tem razão, melhor eu ir andando! – guardou o presente com cuidado dentro da mochila, se certificado de que não amassaria.

— Traga esse Sunoo aqui qualquer dia, eu iria amar conhecê-lo. – disse acompanhando o afilhado até a porta da loja, vendo-o se distanciar.

— Irei trazê-lo sim! – disse antes de acenar para a mais velha e atravessar a rua.

O garoto correu pela calçada para chegar logo na escola, e um único pensamento ocupava sua mente: a missão está cumprida.

Yeji sorriu pequeno observando o menino correndo pela calçada, logo lembrando de tudo que ele disse sobre Sunoo. Achou lindo a forma que o afilhado falava do garoto, podendo lembrar da sua primeira paixão da escola que conseguiu levar para a vida, mas o universo estava contra ela e tirou seu único amor de si.

Voltou para dentro da loja e, para se distrair dos pensamentos, começou a arrumar as coisas desorganizadas para acabar o estresse. Pode ouvir o sino da porta tocar e seu olhar rapidamente foi naquela direção, vendo uma mulher adentrar o lugar.

— Boa tarde! – cumprimentou a moça com um sorriso, sendo retribuída rapidamente. — Seja bem-vinda! No que posso ajudar?

— Boa tarde, muito obrigada. – respondeu sorridente. — O aniversário do meu irmão está perto e eu queria escolher um presente pra ele.

— Hm.. presentes de aniversário é o que não falta por aqui! Me diga do que seu irmão gosta, será mais fácil para identificar o presente perfeito.

— Ele gosta bastante de roupas alegres e um pouco folgadas, também ama skincare e objetos fofinhos para por na capa do celular..

— Acha que essa roupa ficaria boa nele? – mostrou uma calça preta de tecido fino, junto de uma camisa verde.

— Esse é bem o estilo dele! – olhou para o número das peças, sorrindo. — Vão caber certinho!

— Então acertei no número? – assentiu. — Ótimo! Vamos embrulhar.

Foram até o balcão e Yeji pegou o que precisava para fazer o embrulho do presente, não demorando para terminar. Logo a compra já estava nas mãos da mulher, que já tirava o cartão da máquina e recebia sua segunda via.

— Aqui está! – entregou o papel para a moça, nunca deixando de sorrir.

— Muito obrigado! Eu nunca me senti tão confortável em uma loja assim, parabéns para a pessoa que lhe contratou!

— Eu sou a dona daqui, na verdade! Então, muito obrigado, eu tenho um bom gosto mesmo.

As duas caíram na gargalhada, até um pensamento vir na cabeça de Yeji: aquela mulher era bonita, muito bonita mesmo.

— Bom, eu já vou indo! Prometo voltar aqui mais vezes, amei o atendimento. – se curvou em agradecimento.

— Eu quem agradeço! – acenou para ela, até que saísse pela porta e sumisse de sua vista.

Soltou o ar que nem sabia que estava prendendo, acabando por deixar um sorriso bobo escapar. Não via a hora de ver aquela mulher novamente.

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