MALU

3

SANCHÉZ

Sou acordada com o barulho do radin antes do meu despertador tocar.

– Qual foi de ta me perturbando hora dessa?– pergunto logo de mau humor.

– Ih acordei a bonita. – meu irmão fala através do aparelho – Cheio de trabalho pá tu hoje, pode brotar. – GB fala.

– Só mandar um café pá dento e tô descendo. – respondo me levantando.

Ando até minha cozinha e avisto dona Rose em pé mexendo nos armários.

– Acordou com os galos? Seis da manhã já ta aqui Rose? – pergunto e ela sorri para mim. 

– Com a bagunça que você faz nessa casa, menina, nem se eu viesse de madrugada daria conta. – ela fala com as mãos na cintura e eu dou risada

Tomo meu café rápido e subo para me arrumar, visto um calção preto e uma blusa branca esportiva da nike, boto as havaiana no pé e caminho em direção à porta vendo Rose agora na sala.

– Inventa de vim cedo e querer meter o pé tarde não em senhora.

– Senhora é tua vó. – ela fala brava e eu saio de casa rindo dela.

Subo na minha moto e desço pá boca principal. Chego lá e cumprimento quem ta presente. Entro logo pá minha sala e ligo o computador.

– Manda descer o dinheiro aí chefe. – falo com BG pelo radinho.

Um garoto chega com dois sacos de papel e deixa em cima da mesa sem falar nada.

Ligo a máquina pá contar tudo as nota e vou vendo se a meta ta batendo, vou separando os lucros e o dinheiro pá pagar as conta.

Fico até onze da manhã batendo cabeça e fazendo conta.

– Cê mandou tudo pá ca? As conta tão batendo não. – falo com GB no radin.

– Chegou quantos pacotes aí? – fala com o tom de voz preocupado.

– Dois.

– Era pá ter chegado três, vou ver qual foi que ta faltando.

– Ainda. – concordo e desligo esperando o retorno.

Minutos depois chega o mesmo moleque com mais um pacote e rala sem dar um piu.

Faço as contas tudo de novo e finalmente da certo. Uma e meia da tarde termino meu trabalho e levo os pacotes com cada malote separado em um envelope diferente. Entro na sala depois de bater na porta.

– Sete porcento a mais de lucro do que semana passada, ta tudo em ordem. – falo com GB enquanto coloco os pacotes em cima de sua mesa.

– Ta pouco. – ele diz se referindo ao aumento do lucro.

– Então trabalhe mais. – dou risada.

– Ta abusadinha em garota. – ele fala rindo também.

– Falou aí, se precisar de mim não chame. – falo indo em direção a porta.

– Trabalhar com família é uma porra mesmo. – ele murmura e mais uma vez dou risada.

Quando já ia fechar a porta ouço BG me chamar.

– O que que eu acabei de falar? – pergunto irônica e ele faz um gesto com a mão de "fala muito"

– TH veio me perguntar se tinha uma sala comercial sobrando aê, o vapor que fica de olho nisso ta pá otos lados, vê essa meta aí pá mim, namoral mermo.