SANCHÉZAcordo meio desnorteada sem nem saber onde tô. Analiso o quarto e me lembro de estar na casa do TH. Me levanto sem fazer barulho nenhum, agora que estava clareando portanto ainda era cedo. Pego meu celular e o radin em cima da cômoda do quarto de hóspedes e saio do mesmo. Caminho pelo corredor até o banheiro e jogo uma água no rosto, saio de lá também voltando ao corredor em passos silenciosos.
No corredor havia uma porta de vidro que dava para uma das sacadas, quando passo em frente ela vejo a garota de cabelos curtos sentada na cadeira estofada, ela tava fumando.
Ela é uma chaminé.
Reparo e vejo a bolsa ao lado da cadeira, ela ia ir embora pelo jeito. Bato de leve na porta de vidro e ela leva um sustinho.
– Que susto, sua doida. – ela fala, parecia sonolenta ainda.
Ela apaga o beck e se levanta pegando a bolsa do chão.
– Foi a intenção não pô.
– Eu sei, é que eu tava distraída. – ela sorri e passa por mim.
– Percebi mermo.
Caminho atrás dela até chegarmos na sala e a vejo procurar alguma coisa.
– O que tu tá procurando?
– As chaves da casa.
– Acho que ta na cozinha. – digo enquanto caminho até lá.
Acho o objeto no balcão e saio da casa junto com ela.
– Vai ficar me seguindo mesmo? – ela pergunta em tom divertido – Ta parecendo minha sombra.
– Tô indo pá tua casa ué. – falo e ela me olha desacreditada.
– Que pra minha casa garota. Caça teu rumo. – ela diz e eu dou risada.
– Lógico que tô indo pá minha casa né maluca. – falo dando ênfase no "minha".
– Que mania de ficar me chamando de maluca. Tenho meus problemas de cabeça mas não é pra tanto.
– Combina com teu nome, malucona. – falo e ela faz uma cara tentando entender.
– Nossa não acredito que cê disse isso. – ela ri quando entende.
Chegamos na parte do caminho em que ela ia virar a rua e eu ia seguir a que a gente tava.
– Fé pá tu aí, maluca.
– Para de me chamar assim. – ele diz já entrando na outra rua e eu dou risada.
[...]
Hoje é sexta e eu novamente ia cuidar da organização do baile, já tava na quadra ajudando os vapor a descarregar as caixas de bebida.
Acionei um DJ lá da Lagoinha hoje, gosto demais do trabalho dele. Hoje o baile da Arábia ia lotar.
Deixei tudo pronto lá na quadra e piei pá minha casa, hoje eu ia ir pro projeto das crianças que o Gabriel financiava, eu ia lá duas vezes por semana pá jogar com os pivete.
Participo desde que tranquei a faculdade, tava atoa demais então entrei pro projeto. Chego em casa e visto um calção, um top apertado e uma blusa de time, calço meus tênis e desço pá almoçar.
– Cheirin bom em dona Rose. – elogio assim que entro na cozinha.
– Vai comer menina. – ela manda.

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MALU
Подростковая литератураMaria Luiza finalmente volta para o complexo onde cresceu após ter ido embora com sua mãe aos dez anos. Com isso ela relembra sua infância mas será que ela vai se lembrar "dela"? PLÁGIO É CRIME