MAITÊ" – Maitê!
– Oi, linda. – olho para ela com um sorriso travesso.
– Onde você estava? Por que não passou na minha sala hein? – ela estava com a mão na cintura e batendo o pé no chão.
A garota de oito anos brava na minha frente me faz soltar um risinho.
– Eu tava ajudando a novata da minha sala. – coço a nuca olhando ela.
– Hum. – ela arqueia uma das sobrancelhas – Então tá, depois você vai me mostrar quem é. – ela desfaz a pose de brava e abre a lancheira roxa.
Ela me puxa pela mão para sentar ao lado dela, me sento e ela me entrega um bolinho de frutas vermelhas, o que eu gostava.
– A professora quase me deixou de castigo hoje. – ela conta divertida.
– Sério? Mas o que tu fez? – pergunto surpresa, Luiza não ficava de castigo nuuunca.
– Nada. – da de ombros e eu olho desconfiada para ela – Uma garota me xingou, ainda me disse que você não tava lá pra me defender, descarada! – ela revira os olhos.
– E o que você falou? – pergunto já com raiva.
– Ué, falei nada. Dei um soco na barriga dela. – ela sorri e eu sorrio de volta.
Levanto a mão no ar e ela bate rindo.
– Essa é minha garota. – falo – Mas não pode sair batendo em todo mundo viu?
– Ta, senhora. – ela revira os olhos para mim.
Quando terminamos de comer nós corremos pelo corredor, de mãos dadas, até à quadra."
Ouço um barulho e acordo assustada, olho para a porta do quarto de hospital e vejo minha mãe entrando de mansinho.
Eu agora me analiso, estou sentada de um jeito desleixado na poltrona branca, minha mão esquerda está estendida no ar segurando a mão da Malu, seu rosto está sereno, ainda dormindo.
– Oi, filha! – ela sussurra para não acordar a garota dormindo ao meu lado.
– Oi, mãe. – sorrio de leve.
A analiso também, está com uma bolsa grande nas mãos.
– Pra que isso tudo? – pergunto.
– Ué, tu mandou trazer, então eu trouxe. – ela da de ombros e me entrega.
Entro no banheiro do quarto e troco de roupa, eu estou deplorável, estava vestindo as roupas do baile ainda.
Abro um dos bolsos da bolsa e acho minha escova de dentes, faço uso dela e lavo meu rosto em seguida, era perceptível olheiras em meu rosto.
Prendo meu cabelo em um coque deixando a parte raspada visível e saio do banheiro vendo minha mãe e uma enfermeira no quarto.
– Maitê, não é? – a mulher pergunta e eu confirmo com a cabeça – Vamos precisar fazer alguns exames na paciente para verificar se as pancadas na cabeça causou algo.
– Quer que eu a acorde? – pergunto.
– Por favor! Vou voltar em alguns minutos. – ela diz e sai do quarto.
Minha mãe sai junto indo atrás de um café.
Olho no relógio em meu pulso, os números marcam oito horas da manhã em ponto.
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MALU
Genç KurguMaria Luiza finalmente volta para o complexo onde cresceu após ter ido embora com sua mãe aos dez anos. Com isso ela relembra sua infância mas será que ela vai se lembrar "dela"? PLÁGIO É CRIME