1

9K 504 78
                                    


MALU

Abro a porta do sobrado de dois andares que agora era minha casa. O lugar estava imundo, provavelmente estava a muito tempo parado. Penso em agilizar logo a limpeza enquanto os móveis não chegavam, vou no mercadinho que havia visto quando estava subindo com o mototáxi.

Compro tudo que ia precisar e no caminho de volta mando mensagem para Drica avisando que já tinha entrado na casa e ela pede o endereço. Cinco minutos depois que entrei na casa ouço palmas no portão.

– E aí? Gostou? – ela pergunta se referindo à casa.

– Adorei! Entra aí. – falo dando espaço para ela entrar. – Já que chegou vai logo me ajudar na limpeza.

– Coi ta da! – ela fala rindo e eu dou um tapinha nela.

Entramos e logo começou a esfregação de chão e até parede, adoro casa limpa. Terminamos já era uma da tarde.

– Minhas coisas não chegam logo. – bufo – Tem nem uma panela nessa casa para fazer um almoço.

Vamo lá na tia Marta comer uma quentinha. – Drica chama e eu fecho a casa toda para a gente ir.

Descemos o morro e logo vejo a placa indicando o lugar, pegamos uma mesinha e uma mulher de uns quarenta e cinco anos vem na nossa direção.

– Oi, tia! – Drica a cumprimenta com um sorriso.

– E aí tiazona lembra de mim? – pergunto com um sorriso de orelha a orelha e ela me olha por uns segundos.

– Não acredito! Que dia você voltou minha filha? Como ta a vida? – ela pergunta enquanto me puxa para um abraço.

Eu vinha aqui sempre quando era menor com minha tia, a mãe da Drica e com minha mãe.

– Voltei hoje mesmo. A vida ta bem graças a Deus.

– Arnaldo, pega duas quentinhas de churrasco aí. – Tia Marta grita olhando para o fundo. – E vem rápido! – grita novamente e Drica da uma risadinha.

– Que isso mulher, até me assusta desse jeito. – ele coloca duas quentinhas com talheres descartáveis na mesa e depois se apoia nela colocando a mão no coração.

– Olha quem chegou. – ela fala com ele se referindo à mim, ele me olha por um instante com o rosto confuso. – Que isso homem, não ta reconhecendo a Lulu não? – bate nele com o pano de prato que estava em seu ombro.

– Luluzinha? Como você ta crescida menina. – ele fala acariciando minha mão apoiada na mesa. – E sua mãe, minha filha? E o que você arrumou nesses braços aí, tudin rabiscado. – ele ri.

– Ah ficou lá em Minas, sabe com é né. E isso aqui é arte né tio. – dou um sorrisinho enquanto levanto os meus braços tatuados.

– Entendi, Lulu, agora vou deixar vocês comerem, ta chegando cliente, depois você vai lá no balcão ganhar bala de hortelã. – ele fala todo sorridente.

– E eu tio? Não vou ganhar não? – Drica força uma cara triste e eu dou risada.

– Vou pensar no teu caso. – ele diz virando a cara para ela em falso deboche, ela finge estar ofendida e eu continuo rindo.

Ai como eu senti falta disso, da alegria deles, desse lugar.

[...]

Quase quatro da tarde meus móveis chegam,
TH, meu primo, e seus amigos ou colegas de trabalho me ajudam a levar as coisas. TH quem me ajudou com a casa também.

MALU Onde histórias criam vida. Descubra agora