MALU

15

Calço meus tênis brancos da Nike e boto o relógio. Me levanto e me olho no espelho grande do quarto, vejo meu corpo vestido com a blusa preta da Nike e com a calça jeans escura com bolsos nas laterais da perna, ajeito meu cabelo já seco e saio do quarto.

Olho o relógio Cássio em meu pulso e vejo que já tava na hora de sair de casa, procuro a chave do carro, hoje não tava afim de ir de moto.

Desço voado pá quadra, som já tava estralando. Dessa vez não foi eu que organizei o baile, joguei essa missão pá Cobra, então cheguei já tava geral aqui.

Hoje tava mó cheio, galera do Corte Oito e Lagoinha tudo constando aqui. Subi logo pro camarote desviando das pessoas e ignorando seus chamados, tava afim de lero não.

– E aí, Digão – cumprimento o vapor que tava na entrada do camarote com um toque.

– Fala aí, chefia. – ele ajeita o fuzil nas costas.

Entro no camarote e o vejo lotado, era poucas as vezes que ficava assim.

– Fala tu, Sanchéz. – RK, lá da Lagoinha vem me cumprimentar sorrindo.

– E aí, tu ta sumida, pô. – abraço ela de lado.

– As vagabunda ta tudin tomando meu tempo. – ela fala sorrindo animada e eu dou risada.

– Vai chegar uma que vai parar essa cachorrada tua. – sorrio também balançando o indicador na direção dela.

– An, nunca pô. Nem fala umas coisas dessas, tu me conhece. – ela diz negando com a cabeça e eu dou risada.

Caminho com ela até um dos bancos estofados, RK era daora demais, amigona de tempos minha.

– Tua amiga ta aí. – ela diz botando whiskey num copo.

– E eu lá tenho amiga? – arqueio a sobrancelha na direção dela.

– Ui, doeu. – ela bota a mão no peito ofendida – Tua namorada então pô.

– Quê que tu tá arrumando,?

– A Brisa, pô. – ela da de ombros e minhas sobrancelhas se franzem imediatamente. Palhaçada viu.

– Vou nem falar nada. – nego com a cabeça e pego o whiskey da mão dela, essa doida se estrapola.

– Fica putinha por causa disso não pô, vamo curtir o baile igual nas antiga. – ela fala animadona me gastando.

– Putinha o caralho. – nego com a cabeça com ela passando o braço pelos meus ombros.

Me levanto com ela na minha cola e caminho pelo camarote até onde tava os envolvido tudo.

– Aí ela aí. – Urso me cumprimenta, sub lá do Corte Oito.

– Fala comigo. – todo mundo me cumprimenta e eu cumprimento geral de volta.

– Tu fica esperto hein GB, daqui a pouco arrasto Sanchéz pá cuidar da contabilidade lá da Lagoinha, tô sabendo que depois que ela entrou bagulho aqui ta fluindo. – o dono da Lagoinha fala apontando pá mim.

– Cuidano dos negócios da família pô. – dou de ombros e ele solta uma risadinha.

– Essa aqui tu não leva nunca. – GB da tapinhas nas minhas costas.

– Dependendo da proposta tamo aí. – pisco um dos olhos e GB me olha desacreditado, caio na risada.

Quando junta os aliado é só resenha, nem parece que esses cara é brabão.