MALU
Estava caminhando com o sol rachando na fuça indo para a casa da tia Fata. No domingo eu acordei e a Sanchéz não tava mais comigo, tinha ido embora cedo, tia Fata chegou e começou a fazer um almoção de família, ela tinha ido dormir na casa de uma amiga no asfalto, a mesma disse que ia deixar a casa pras crianças festejarem.
O almoço foi ótimo, minha avó foi e levou minha priminha de quatro anos, filha do meu falecido tio, até o pai do TH e da Drica compareceu, ele se da muito bem com os filhos mesmo sendo separado da tia Fata a mili anos.
Hoje, na terça, eu vou almoçar lá de novo, minha tia me ligou falando pra passar lá. Viro a rua da casa dela e entro na casa que estava com o portão aberto.
– Chegou na hora Malu. Vai lá chamar teus primos pra comer. – tia Fata pede assim que eu entro na cozinha.
Subo a pequena escada que dá para o segundo andar e vou em direção ao quarto da Drica.
– Bora comer minha filha, tua mãe ta chamando. – falo com a cabeça para dentro do quarto. "Saio" do quarto dela e vou para o do lado do corredor.
– Thiago, tua mãe ta chamando. – falo próxima à porta, não escuto nada então abro a porta – Anda vem comer. – falo vendo TH jogado na cama.
Quando me viro para ir descer eu bato em alguém. Me afasto rápido vendo Sanchéz segurar meu braço.
– Minha tia ta chamando pra comer. – falo e volto a andar, um pouco rápido agora.
Desço as escadas e vejo Drica já pondo comida no prato. Me sirvo também e sento na mesa grande da cozinha.
– Mó cheirin bom em coroa. – TH chega falando.
– Coroa é a puta que te pariu. – tia Fátima xinga e TH ri.
TH e Sanchéz se servem e sentam na mesa, Sanchéz se senta do outro lado da mesa, bem em minha frente. Escuto a conversa da mesa e percebo o olhar dela sobre mim.
O almoço inteiro é torturante, ela me encarando na caruda e eu desviando meu olhar o máximo que consigo. Começo a comer mais rápido na intenção de me levantar logo daquela mesa.
– Malu e Sanchéz. – minha tia chama e eu olho rápido pra ela com curiosidade – Voltaram a amizade?
– Não. – nós duas respondemos rápido e ao mesmo tempo, todo mundo da mesa olha pra gente com uma cara estranha.
– Quer dizer... não nos aproximamos. – falo dando um sorriso falso pra minha tia.
Por um momento me permito olhar para ela, ela me encara de volta mas desce o olhar para seu prato rápido. Foco minha atenção ao meu prato também.
– Não é Malu? – Drica pergunta.
– É o quê? – pergunto confusa e ela me encara confusa de volta.
– Tô contando que essa semana a gente vai ir pro baile do Bagdá. – ela me explica.
– Nó, que dia concordei com isso? – perguntei mais confusa ainda e ela me deu um peteleco.
– Você tava meio alta na hora mas você falou que ia.
– Desculpa aí amiga mas não vou nem que me paguem.
– Deixa de fofoca, tu vai. – ela afirma.
– Vai achando. – murmuro e acabo meu prato – Bora TH, termina de comer essa montanha tua pra gente descer.

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MALU
أدب المراهقينMaria Luiza finalmente volta para o complexo onde cresceu após ter ido embora com sua mãe aos dez anos. Com isso ela relembra sua infância mas será que ela vai se lembrar "dela"? PLÁGIO É CRIME