Entrega

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– O que quer dizer com isso? – Flávia perguntou.

– Quero saber de você, carinho. Como você está, seus olhos estão bastante tristes nesta noite... - Guilherme respondeu com sinceridade, demorando um tempo significativo analisando a mulher em sua frente. Apesar de estar linda, descontraída e divertida como sempre, os olhos castanhos e expressivos de Flávia não tinham o mesmo brilho que ele tinha visto no sábado.

Ela suspirou fundo mas fundo mesmo, demorando alguns segundos para que finalmente conseguisse responder.

– Casamento...

– Problemas no paraíso? – Guilherme provocou.

– Antes fosse paraíso... – ela riu com desgosto, mexendo nervosamente em seus cabelos. O olhar de Guilherme sobre ela a deixava nervosa, quente, mas era algo bom, uma sensação que há tempos não sentia.

Com delicadeza o rapaz apanhou a mão que ela mexia nos cabelos e a levou até seus lábios, depositando vários beijos demorados no torso dela, a envolvendo entre as suas.

– Você está sem aliança novamente... Se eu tirar sua roupa agora mesmo, irei encontrá-la escondida entre seus peitos de novo ou poderei usar a região para as coisas que tenho em mente?

A provocação descarada fizera seus seios pesaram de desejo, arrepiado sua pele.

– Não... – ela respondeu ofegante. – Digo, você não irá encontrá-la sob minha roupa novamente. Eu a deixei em meu porta joias.

– O que o imbecil do meu meio irmão fez para deixá-la assim, carinho?

– É um conjunto de fatores e atitudes que ele tem. O nosso casamento já não é mais o mesmo. É a forma com que ele age, fala comigo. É a forma com que ele me olha... – ela confessou com um tom magoado, não sabendo o porquê de estar se abrindo daquela forma com ele quando Guilherme não tinha nada a ver com seus problemas conjugais. – Marcelo não me vê mais como sua esposa. Ultimamente eu sou apenas um empecilho em sua vida.

– Como isso? Não pode ser! Aquele idiota sempre foi louco por você...

E isso era verdade! Quando costumava examinar Flávia de longe durante os eventos em que se encontravam, ele podia ver como ela era apaixonada por Marcelo e como esse sentimento era recíproco. Os dois eram apenas toques, beijos, abraços e carinhos durante todo o tempo. Tanto que o rapaz costumava odiar ainda mais o meio irmão visto que, além de ter tido a sorte de uma vida boa, com dinheiro, sem preocupações e com a atenção do pai, Marcelo tinha uma mulher perfeita ao lado, pela qual ele era louco e era completamente correspondido.

– Eu já não tenho mais essa certeza, Gui. Ele mesmo me falou na sexta-feira que a grande paixão de sua vida é a medicina e seus pacientes... – ela assumiu. – Não tenho como competir com isso.

– Ele falou isso para você? – Guilherme perguntou tentando esconder a indignação.

– Sim e mais algumas coisas não muito boas de serem ouvidas...

– Eu sinto muito, carinho. Mas independente do que ele tenha falado, você é uma mulher maravilhosa e ele é um idiota de estar perdendo você... – o rapaz beijou novamente a mão dela, enviando todos os tipos de arrepios com aqueles lábios quentes.

– Eu não sei se deveria estar falando sobre isso com você, me perdoe pelo desabafo. Acho que estou carente demais e acabei me aproveitando por você estar sendo legal. – ela falou, encarando a forma com que as mãos dele faziam um sanduíche delicioso de sua pequenina. Céus, ele era tão mas tão grande e ela era tão delicada... apenas a ideia de ter aquele corpo sobre o dela, no meio de suas pernas a deixava em chamas.

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