Os dois passaram pela porta de entrada da casa luxuosa de Flávia com uma troca de sorrisos cúmplices, o breve caminho do apartamento de Guilherme até o condomínio no Leblon foi feito em meio a uma conversa animada com o intuito de distraí-los da tensão que tinha se estabelecido entre eles após terem se comprimentado com um beijo quente.
Era um alívio absurdo finalmente poder deixar aquela tensão extravasar uma vez que eles já estavam na segurança e privacidade daquela casa de cinema. Flávia havia achado mais prudente dar carona ao cunhado ao invés de criar qualquer suspeita ao ter um terceiro carro na garagem da casa, além disso, ela já tinha tomado todas as providências para que os dois pudessem ter a liberdade que tanto desejavam. Os dois saíram do carro como dois adolescentes escapando de casa no meio da noite, temendo que algum vizinho ou conhecido de Marcelo os vissem chegar juntos.
– Que silêncio que está esse lugar, ainda bem que me chamou para ficar com você... – Guilherme comentou à medida em que os dois adentraram por uma das salas de estar do lugar.
– Ah sim, eu dei férias às duas pessoas que me ajudam a manter essa casa nos eixos, incluindo a responsável por cozinhar... – Flávia anunciou com uma voz macia e um sorriso sedutor, assim que eles entraram na sala de estar. – Eu entro com o vinho e você cozinha para nós?
– Você deu férias para a pessoa que basicamente a mantém viva... como estava planejando comer nesses dias? – o homem sorriu em provocação, encostando-se na guarda de uma poltrona grande de couro marrom enquanto ela decidia o que eles iriam fazer em seguida. Guilherme precisava conter cada fibra de seu corpo que o faziam querer dizer que ela poderia dispensar para sempre essa pessoa porque cozinharia todas as vezes que ela quisesse.
Ele estava descobrindo que virava um verdadeiro bobão quando estava apaixonado... Não que ele estivesse, de fato, apaixonado por Flávia, mas estava descobrindo que tinha um potencial gigante para ficar bobo.
– Bem, eu não planejei... – ela deu de ombros. – Acho que vamos ter que nos encontrar mais vezes durante o período de férias da Odete. Não posso me arriscar na cozinha, você sabe.
Um sorriso involuntário estampou-se no rosto de Guilherme com a resposta da cunhada... Talvez ele realmente estivesse se apaixonando por ela.
– Ah não pode mesmo, carinho. Não queremos que você fique doente ou sem energias, não é?
– Não mesmo... – ela mordiscou o lábio inferior, aproximando-se dele com uma carinha desejosa. Duas semanas haviam se passado desde o final de semana que eles passaram no apartamento de Guilherme e Flávia estava, literalmente, subindo pelas paredes de vontade daquele homem... o que era até engraçado ao considerar que antes disso ela havia passado sete meses sem ser tocada dignamente. – Você quer comer agora? Eu posso escolher o vinho...
A insinuação dela o fizera grunhir baixinho em desejo. Porra, mesmo se sua pergunta não tivesse um teor sexual, ainda assim soava fodidamente sensual até mesmo para ela. Guilherme suspirou fundo e então tomou os quadris estreitos dela em suas mãos, a trazendo para si e acabando com a distância entre seus corpos.
– Ainda estamos falando sobre comida? – Guilherme perguntou, encarando o rosto da mulher pequenina a pouquíssimos centímetros do seu.
– Se sua fome for de comida, sim... – ela respondeu em um tom carregado de desejo, descansando os braços despretensiosamente nos ombros dele.
– E se não for... – ele quis saber.
– Podemos falar sobre ela mesmo assim...
– Você está com fome? – ele perguntou, mantendo-a contra si com apenas um braço enquanto acariciava o seu rosto, o maxilar, queixo, lábios. Sentindo a mulher estremecer sob seu toque. – Parece que está...
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Imbranato
FanfictionImbranato | au flagui Em que Flávia é uma psicóloga renomada, mas que vive em um casamento fracassado de sete anos com Marcelo. ou Em que Guilherme é um psiquiatra de prestígio, mas que foi renegado por ser filho bastardo de Daniel e meio irmão de...