𝐈𝐈𝐈

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O uniforme escolar, querendo ou não, caiu bem no corpo de Alice. A saia deixou seu bumbum parecendo maior do que já era e a camisa social ficou quase justa em seus seios.

O uniforme era todo em azul marinho, exceto pela camisa social que era branca e a gravata que era em um tom vermelho.

Era de manhã quando Alice se levantou para se arrumar para o primeiro dia de aula na escola nova. Sua mãe, infelizmente, já havia saído para trabalhar, então ela teria que ir andando até sua escola.

A casa estava silenciosa quando ela se sentou para tomar café da manhã, no qual já estava sob a mesa de jantar. Viu uma pequena tigela tampada, a abriu e lá dentro havia uma porção de arroz japonês e dois ovos cozidos.

𑁋 Arroz de manhã?! Quem come isso? 𑁋 Alice se perguntou e viu um pequeno bilhete ao lado de uma colher.

Pegou o papel e era um bilhete de sua mãe. Dizia "para você já ir se acostumando um pouco com a cultura".

Alice soltou uma risada, um pouco sarcástica, e se sentou, pegando a colher para comer. Agradecia por sua mãe não ter comprado hashis ainda, já que não sabia usá-los direito.

Ao colocar a primeira colherada na boca reconheceu que era arroz japonês, já havia experimentado quando comeu sushi pela primeira vez. Um pouco relutante comeu o que sua mãe havia preparado para si, já que sempre teve dificuldade em comer de manhã.

Ao terminar de comer deixou as coisas na pia, lavaria quando chegasse da escola, e logo foi escovar os dentes. Pegou sua mochila e ao tirar seu celular do carregador viu que estava um pouco atrasada.

𑁋 Merda! 𑁋 pegou a chave, calçou seus sapatos rapidamente e saiu de casa, trancando a porta.

Desceu pelas escadas para ser mais rápido e saiu correndo na direção da escola. Na rua nem prestou atenção direito ao seu arredor, já que estava mais preocupada em chegar na escola.

Por sorte chegou a tempo, soltando um suspiro de alívio. Foi entrando, mas um professor chamou sua atenção. Ela olhou, não entendendo o que o professor falava.

𑁋 Professor, me desculpe, mas eu não entendo japonês 𑁋 ela disse em inglês, na esperança do professor entende-la.

𑁋 Você é a Diniz-san? 𑁋 o professor a chamou pelo sobrenome e em inglês, o que ela estranhou.

𑁋 Ah.. sim, sou 𑁋 respondeu novamente em inglês, já que somente assim conseguia entender.

Ela agradecia pelo curso que havia feito, mesmo que não tenho terminado-o.

𑁋 Você tem que trocar os sapatos para entrar. Cada aluno tem uma chave, você tem a sua já, não?

Alice lembrou-se da chave que sua mãe a entregou e logo tirou sua mochila das costas para ver se estava lá. Felizmente estava, o que era um alívio.

𑁋 Troque seus sapatos antes de entrar na escola e não se atrase para a aula 𑁋 o professor disse e saiu de lá.

𑁋 Obrigada, professor.. 𑁋 ela respondeu indo achar seu armário.

Quando o achou, o abriu e lá dentro havia um Uwabaki, um calçado branco feito para ser usado no interior de lugares públicos, esse era exclusivo para as escolas.

Alice trocou seus sapatos, trancou o armário e logo foi procurar sua sala. Seu coração estava levemente acelerado quando bateu na porta e a professora foi atendê-la.

𑁋 Sou Alice Diniz.. aluna nova 𑁋 disse em inglês, olhando para a professora.

A professora assentiu e deu espaço para ela entrar. Ela apresentou Alice para a turma, mesmo a mais nova para a turma, enquanto isso Alice observava todos ali, a olhando.

Quando acabou, a professora disse que ela poderia se sentar no último lugar na fileira da porta, claro, no idioma que ela entendia. Alice assentiu e se sentou lá, assistindo a aula na qual não entendia nada do que era falado.

Quando a matéria foi passada no quadro, ela pegou seu celular e tirou uma foto do mesmo, utilizando o aplicativo para traduzir o que estava escrito ali.

Alguns alunos a observavam estranhando aquilo, já que eles não sabiam que ela não entendia o idioma.

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O horário almoço do almoço com certeza foi o mais estranho para Alice, já que ela não sabia para onde ir e o que fazer.

Foi até o refeitório e lá descobriu que os lanches que tinham lá eram comprados e a maioria dos alunos levavam marmitas para comer, mais conhecidos como Bentōs.

Resolveu voltar para sala, onde ficou em seu canto mexendo em seu celular. Entretanto, uma menina sentou-se em sua frente, chamando a atenção dela.

𑁋 Boa tarde! 𑁋 a garota disse com entusiasmo, porém em japonês 𑁋 Não vai comer, Diniz-san?

Alice ficou a olhando sem entender o que a mesma falava.

𑁋 Ah.. eu não falo japonês, me desculpe. Não te entendo 𑁋 ela disse em inglês com um sorriso sem graça no rosto.

𑁋 Ah, certo, me desculpe 𑁋 ela se desculpou, entendendo ela e a respondeu no idioma que ela entendia 𑁋 Sou Mizushima Yuka, representante de sala, é um prazer te conhecer, Diniz-san!

𑁋 O prazer é meu, Mizushima... Aqui vocês chamam as pessoas pelo sobrenome?

𑁋 Ah, sim, quando não temos intimidade o suficiente com alguém o chamamos pelo sobrenome, e também é falta de educação chamar alguém pelo nome aqui 𑁋 riu minimamente.

𑁋 Ah, entendi..

𑁋 E aqui também nos apresentamos falando nisso sobrenome primeiro, para que nos chamem diretamente pelo sobrenome.

𑁋 Sério? 𑁋 ela assentiu 𑁋 Então eu teria que me apresentar por Diniz Alice? 𑁋 ela disse achando um pouco estranho.

𑁋 Exatamente 𑁋 riu minimamente 𑁋 Já comeu, Diniz-san?

𑁋 Ah, não... Sou nova nesse país e não sei muito sobre a cultura, não sabia que a comida aqui era paga.

𑁋 Na sua escola não era? De onde você é?

𑁋 Sou brasileira e não, na minha escola a comida era de graça.

𑁋 Ah, entendi.. bom, vamos, eu pago algo para você.

𑁋 Ah, não, não precisa, muito obrigada 𑁋 sorriu para ela.

𑁋 Se não comer algo, você pode passar mal. Vamos lá, não precisa ter vergonha.

Alice deu um sorriso envergonhado e acompanhou Mizushima até o refeitório, onde a representante comprou algo para ela comer. Pelo visto os japoneses não eram tão mals quanto Alice pensou...

... Continua.

𝐀𝐋𝐄́𝐌 𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐀𝐋𝐀𝐕𝐑𝐀𝐒; Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora