ALEXIA FOX
—De quem é esse corpo?—Gabe perguntou enquanto se jogava no sofá da sala.—Quem o matou?
Estávamos todos na sala da casa que havíamos comprado juntos. A sala era redonda e espaçosa, haviam três sofás um de frente para o outro formando um círculo, uma mesinha de madeira no centro e alguns espelhos nas paredes. O corpo do homem já sem vida estava encima da mesa de centro. Cailean, Jonas e Theo estavam esperramados pelos sofás enquanto jogavam algo juntos pelo celular, ignorando o cheiro de sangue.
—Quem você acha que foi?—Cailean perguntou rindo.
—Precisava de informações sobre os informantes da escola, ele demorou muito pra falar.—dei de ombros enquanto encarava o teto.
—Isso na barriga dele é um espeto de churrasqueira?—Gabe perguntou se aproximando.
—Estava sem recursos.—expliquei.
—Droga, agora vamos ter que adiar o churrasco!—Jonas murmurou emburrado.
—Lavou tá novo.—Cailean disse rindo.—Água e sabão resolvem tudo, pode confiar.
—Sejam mais higiênicos, por favor.—disse enojada.
—E conseguiu algum nome?—Gabe perguntou sentando ao meu lado.
—Kyle White.—disse suspirando.—E por coincidência do destino, era o garoto que estava puxando assunto comigo.
—Vamos matá-lo.—Cailean disse animado.
—Não.—respondi rápido.—Eu sinto que estamos andando por uma névoa muito densa ainda, acho que não é pelo White que vamos chegar no centro.
—Se apaixonou foi?—Cailean perguntou rindo.—Ele não daria conta de você Ale, sem essa.
—Que apaixonada o que, só acho que ele não teria a capacidade de criar toda uma organização de tráfico de drogas.—disse pensativa.—Alguma coisa me diz que tem algo a mais.
—Não transe com nosso brinquedinho.—Cailean disse me encarando.—Deve ter o pau pequeno.
—Não me torrem a paciência.—suspirei e me coloquei de pé, já sentindo toda a minha humanidade morrer.—Hoje eu estou inspirada.
Peguei um braço do homem que havia matado e sai o puxando pela sala a fora.
—Chamem alguém pra limpar a bagunça, vou colocar fogo nesse aqui.—acrescentei já saindo pela porta.
Todo o meu interior era vazio, eu não sentia remorso. Eu nasci assim e cresci assim. Tenho memórias da minha infância, onde receber afeto era um incômodo brutal para a minha mente, era como agulhas penetrando minha pele. Sentir empatia sempre foi uma missão quase impossível. Eu simplesmente nasci em uma escuridão infindável, e nunca me preocupei em sair dela. Uma vez eu tive misericórdia de alguém, mas essa escolha afetou todos próximos a mim, então jurei nunca mais vacilar. Pessoas mortas não tentam me matar.
Joguei o corpo já sem vida na vala e peguei o galão de gasolina que estava ao lado, derramei até esvaziar o mesmo, peguei o fósforo, risquei na caixinha e joguei na cova, que rapidamente incendiou. Eu nunca iria me acostumar com o cheiro de carne humana sendo queimada, mas eu já havia feito isso tantas vezes, que não fazia diferença.
—Ocupada?
—Não muito, o que é?
Jonas conseguia ser o mais empático de nós cinco, embora ele também tivesse seus próprios demônios, Jonas se mantinha um tanto pacifista. Ele adorava animais e sempre brincava com qualquer criança que via pela frente.
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• DEVIL'S CLAW •
RomanceAlexia tinha demônios demais para um corpo só. Ela era obstinada e uma assassina a sangue frio. Ela tinha muitas escolhas, mas nenhuma lhe informava o caminho certo a seguir. Amores, assassinatos e uma guerra de emoções mal compreendidas. Ela ter...