CAPÍTULO 1

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ALEXIA FOX

  Eu sempre me questionei sobre como eu morreria, e toda vez que o final do dia chega, eu tenho certeza que deusas não morrem, e sim, vivem vigorosamente com pessoas beijando os seus pés. Sempre que minha lâmina dilacerava a garganta de algum cretino filho da puta, eu podia sentir o poder em ascensão crescendo mais e mais dentro de mim. Meu sobrenome corria pelos subúrbios e pela capital de Nova York com a mesma velocidade que a heroína era vendida para os viciados. Alexia Fox, membro dos cinco, a fragmentada, era assim que me chamavam.

  Não sei exatamente como começou, mal consigo me lembrar de como era antes de tudo isso acontecer, mas lembro da sensação quando fizemos um juramento idiota e infantil sob cinco corpos em uma fogueira na Highland Forest. Foi realmente revigorante e discrepante.

—Alexia, não está atrasada pra aula?—minha mãe perguntou me encarando com uma xícara de café na mão.

  Ela sempre fazia uma expressão confusa quando me via atrasando pra aula, porque meu nome nunca estava no caderno de atrasos ou faltas, e eu nunca ia para a detenção, mas sempre estava atrasada.

—Já estou de saída, onde está o pai?

—No tribunal eu suponho.—respondeu pensativa.

  Meu pai era um Juiz respeitado, e sua filha primogênita, não só era um membro, mas a chefe dos cinco, a organização mais procurada dos estados unidos. Mas não o culpo, ele e a mamãe me deram todo amor e carinho que os pais podem oferecer, eu só nasci quebrada.

—Certo, até mais tarde. — disse pegando minha mochila e saindo pela porta às pressas.

  Assim que pisei para o lado de fora de casa, um tesla prateado estacionou, os vidros se abriram e eu pude visualizar os meninos. Cailean, Gabe, Jonas e Theo. Andei até o carro e me sentei no banco ao lado do motorista, colocando o cinto.

—Entra no meio de um tiroteio sem colete, mas usa o cinto de segurança em um carro que até dirigir sozinho dirige, vai entender.—Gabe disse rindo abafado.

—Segurança sempre em primeiro lugar.—disse sorrindo e olhando pra trás, piscando para os meninos.

—Isso vale só pra quando o Jonas está dirigindo, ou vale pra todos os momentos em que você se colocou em perigo?

—Só para o caso do Jonas.—disse apertando a bochecha dele, que tirou minha mão depressa.

—Vou bater o carro e matar todos.—Jonas disse sério.

—Por favor, hoje estou entediado, um acidente daria uma balançada nas coisas.—Cailean disse rindo alto.

—Doente.—sussurrei.—Mas então, de quem foi a ideia de mudar de escola?

—Do Theo, sempre bom lembrar.—Gabe disse rindo.

—Alexia já havia matado tantas pessoas na antiga escola, que o memorial para alunos não tinha mais espaço.—Theo disse distraído mexendo no celular.—Quase uma bomba relógio.

—É o jeitinho dela de ser, eu até acho fofo.—Cailean respondeu dando de ombros.

—As vezes era até sono.—Gabe me defendeu.

—Ela enforcou o líder de classe com um sutiã, e depois o pendurou no vestiário feminino.

—Ele era um tarado, não merecia viver.

—E o menino do clube de matemática?

—O que tem? — perguntei confusa.

—Ele desapareceu misteriosamente, o que você fez?

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