Capítulo 11

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ALEXIA FOX

  O quarto era aconchegante. Um cinza fosco cobria as paredes, se misturando com o papel de parede floral que se estendia até a cama, onde haviam lençóis de cetim brancos, com travesseiros completamente frufrus. Parecia até o quarto de uma princesa do século X.

  Havia uma penteadeira com um amigo espelho e alguns produtos femininos para skincare, pentes e desodorante. Alguns laços de cabelo, fominhas e presilhas, tudo organizado em potinhos, devidamente separados.

—Gostou? Minha mãe não sabia bem do que você gostava, então organizou como ela gosta, o sonho dela sempre foi ter uma menina.

  Olhei para trás e Kyle me olhava da porta. Ele estava escorado com os braços cruzados, ele estava sem blusa, está que estava jogada em um de seus ombros. Eu travei o maxilar ao ver seu corpo. Seus ombros largos chamavam realmente atenção, sua calça jeans preta estava um pouco baixa, dando pra ver a entradinha que seu abdômen vazia no cós da calça. Seu cabelo estava úmido e bagunçado, espalhado pela testa e suas bochechas estavam coradas. Kyle era como um quadro pintado por um pintor de Nova Orleans, detalhadamente desenhado para arrancar suspiros.

—Distraída?—perguntou me tirando de meus devaneios. Ele sabia que estava sendo observado, e o sorriso malicioso que nascia em sua boca, confirmava bem isso.

—Eu gostei.—disse tentando afastar os pensamentos intrusivos.

—Sabe Alexia...—ele disse consertando a postura e andando na minha direção.—É estranho como você me atrai na sua direção, chame de amor a primeira vista ou loucura, que seja, eu farei você ficar perdidamente apaixonada por mim...—Kyle se aproximou mais e me fez encostar a bunda na penteadeira, ficando com uma perna no meio das minhas, colando nossos corpos.—Você irá se render a mim, e finalmente deixará de birra.

—Não estou de birra.

—Você será minha, Alexia Fox.—ele disse firme.—Não importa quanto tempo eu precise passar tentando conquistar você, eu irei te deixar apaixonada por mim.

  Kyle era intenso e direto, fazia minhas mãos suarem e meu coração acelerar. Minhas barriga se contorcia e me deixava inquieta, ele sabia como mexer comigo, era nítido. Mas eu não conseguiria dar a Kyle o que ele queria. Eu era Alexia Fox, líder dos cinco, e uma das maiores assassinas a sangue frio do país, eu nasci assim e jamais senti algo como amor ou compaixão. E ele era alguém legal, que acabou conhecendo a pessoa errada, atraindo toda a maré de azar em sua direção.

—Irei fazer você me odiar, você desejará a minha cabeça em uma estaca na entrada da sua casa.

—Até o seu lado sombrio é bonito, Alexia.—disse passando o dedo pela minha bochecha, deixando um rastro quente e sereno.

—Não posso retribuir seus sentimentos.

—Eu tenho uma vida inteira, sou paciente.—retrucou.

—Eu quase matei você, Kyle!—falei já impaciente.

—O maior requisito para ser seu homem é sobreviver a você? Se sim, deixe-me tentar tudo.—Kyle se inclinou, ficando com o rosto colado, se aproximando do meu ouvido.—Você será minha, estou positivo em relação a isso.

—Você está muito perto, Kyle.—disse prendendo a respiração.

  Senti sua mão deslizar pela minha cintura, apertando com força a mesma, fazendo uma onda quente subir pelas minhas pernas, se alojando no seu toque. Ele encostou a testa no meu ombro e respirou fundo, me puxando mais ainda para si, me apertando contra o seu corpo com toda a força.

—Eu estou me segurando tanto, Alexia.—ele sussurrou em um tom grave.

  O perfume de Kyle estava me deixando extasiada, imersa em pensamentos pornográficos intrusivos. Seus toques eram firmes, fazendo com que meu corpo ficasse mole, respondendo a ele facilmente. Senti a língua de Kyle deslizar pela minha orelha, fazendo com que eu soltasse um gemido abafado contra sua orelha.

  Sua resposta a isso foi ainda mais rápida. Me virando de costas, me deixando contra a parede, com o rosto completamente pressionado. Meu coração estava acelerado, e eu tentava controlar minha respiração para não parecer tão entregue. Mas todos os seus toques pareciam ter total controle do meu corpo.

—Kyle...

  Sua boca foi de encontro ao meu pescoço, o beijando com delicadeza, deixando seu rastro por todo o local. Sua mão estava na minha barriga, deslizando até meus peitos, os apertando com vontade, enquanto a outra deslizava para minha saia, a levantando e brincando com os dedos por cima da calcinha. Kyle sabia exatamente o que estava fazendo, e eu não fazia a mínima ideia de que merda eu estava fazendo. Meus gemidos abafados contra a parede denunciavam o quão entregue eu estava para ele. Seu volume estava pressionado contra a minha bunda, me deixando ainda mais desnorteada.

  Seus dedos afastaram minha calcinha para o lado e começaram um dedilhar lento no meu clitóris, fazendo com que minhas pernas ficassem moles, sendo sustentada apenas por seu outro braço, que estava pressionando meus peitos com força. Senti ele introduzir dois dedos dentro de mim, me fazendo soltar um gemido rouco.

—Alexia?— ouvi Cailean chamar.

  Empurrei Kyle e me arrumei rapidamente, tentando ao máximo disfarçar o quase sexo que eu tive. Ele me olhou sorrindo e chupou os dedos, que antes estavam dentro de mim. Pela primeira vez eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha com a cena de Kyle lambendo com vontade os dedos na minha frente sem nenhuma vergonha.

—Sinta-se em casa, elsker.—ele disse com um sorriso divertido.

—O que significa essa palavra? Que idioma é esse?

—Tome um banho e se arrume, vamos ter um chá da tarde com meus pais.—ele disse saindo pela porta, fechando a mesma.

  Antes que eu pudesse me recuperar da pequena queda que eu tive por Kyle, a porta foi aberta e Cailean entrou com uma expressão de mal humor. Ele se jogou na minha cama e pegou o travesseiro, o colocando no rosto.

  Andei até a porta e a fechei, a trancando logo em seguida. Fui até a cama e sentei do lado de Cai, que tinha a respiração acelerada. Seu peitoral subia e descia com certa rapidez.

—Cai? O que foi?

  No lugar de uma resposta, pude ouvir um fulgar. Ele estava chorando?

—Cailean?

—Feche as cortinas e apague a luz, não quero que me veja assim.—ele disse com a voz baixa e rouca.

   Levantei e fechei as cortinas e logo em seguida apaguei as luzes, o quarto ficou um breu total. Andei até a cama novamente e me sentei ao seu lado. Cai tirou o travesseiro do rosto e se sentou na cama, abraçando o travesseiro. Eu não conseguia ver seu rosto claramente, mas sabia que estava chorando. Eu nunca havia visto Cai chorar assim, provavelmente aconteceu algo sério.

—Cailean, me fala logo, o que foi? Estou começando a ficar preocupada porra!—disse impaciente.

—Você quer mesmo saber, Alexia?—ele perguntou com um tom de voz baixo.

—Quero, o que aconteceu? Precisa que eu mate alguém? Me conta logo!

—Certo...—ele disse colocando o travesseiro de lado e se aproximando.

  Seus lábios tocaram os meus e eu prendi a respiração. Ele estava me beijando. Suas mãos foram até o meu rosto com delicadeza, intensificando o beijo, esse que eu já estava totalmente entregue.

  Ele havia me beijado e atravessado a barreira da amizade.

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