Capítulo 24-FINAL

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Oi amores, como estão? Espero que bem.
  Peço que leiam o capítulo juntamente ouvindo a música e tenham paciência com o processo. Esse capítulo foi de longe o mais difícil pra se escrever e por isso demorou tanto. Partiu meu coração de tantas formas que eu me encontro desolada com a quantidade de perdas que esse livro teve.

  Apreciem a leitura.
Finais só são finais quando você aceita o resultado.
  Beijos da Sae ❤️
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ALEXIA  FOX

   O acelerador do carro rugiu alto quando pisei firme, totalmente sem rumo. Podia ver o carro de Jonas logo atrás, me seguindo sem disfarce algum. Peguei a avenida principal e cai diretamente na estrada que ficava ao lado da floresta Laker. Entrei no primeiro atalho que dava pra mesma, vendo a poeira cobrir meu campo de visão pelo retrovisor, mas com a certeza absoluta que ele estava atrás de mim, precisava despistar ele pelo menos por um tempo pra conseguir pensar em algo.

  Eu precisava voltar a mim. A antiga Alexia. Preciso pensar rápido.

_ Você precisa ser forte por nós duas._sussurrei com a mão na barriga.

  Acelerei o carro, indo de encontro a uma árvore. Entreabri a porta, e no exato momento eu pulei pra fora, rolando mato adentro, enquanto o carro batia com toda força na árvore fazendo um barulho estrondoso. Segurei minha barriga com as duas mãos, pedindo aos céus que me ajudassem dessa vez, não por que eu merecesse, mas pela criança.

  Me peguei sentindo todos os centímetros do meu corpo doer, latejando onde havia cortado com o salto. Senti sangue escorrer pela minha testa e limpei, não podia pensar nisso agora ou morreria. Andei pela floresta que estava úmida pela chuva recente, tentando achar um lugar pra me sentar um pouco. Foi quando percebi minha inocência.

  Minhas pegadas no chão. Ele me acharia por elas.

    Jonas cresceu comigo e sabia tudo a meu respeito, eu não me esconderia com tanta facilidade e ele com certeza não iria desistir. Senti minha perna latejar e levei o olhar até a mesma. Um corte profundo. Me sentei na lama, e tirei os tênis. Retirei a blusa e coloquei encima, amarrando com os cadarços pra ficar mais firme.

_Merda. Porra. Cacete. Caralho._gemi de dor quando pressionei o local.

  Deixei uma lágrima cair por causa da dor intensa, curvei a cabeça para trás e respirei fundo. Me levantei e pisei no chão, sentindo a dor se intensificar, que eu só não tinha sentido por causa da adrenalina. Andei por alguns quilômetros e sentei no chão, encostando em uma árvore.

  Isso é totalmente ridículo. Por que estou hesitando em matar ele? Ele está passando por todo o lugar como um tsunami insano, e eu só estou assistindo? Essa não sou eu, isso não é o meu normal.  Encarei as árvores e respirei fundo. Todos estavam realmente mortos? O que era isso caralho? Eu estou vendo tudo desmoronar bem na minha frente e a única coisa que estou fazendo é assistir como uma covarde.

  Jonas não era assim. Não podia ser assim.

_Já desistiu?

  Ouvi sua voz rouca ecoar pelo lugar. Não me mexi, continuei olhando pra cima, vendo as árvores e o céu. O que mais eu podia fazer?

_Sim._falei pra mim do que pra ele._E daí?

_Que?

_Eu desisto, Jonas._disse saindo de onde estava escondida._Você ganhou.

_Tola._ele falou se sentando em um tronco caído no chão._Seu bebê não é nada pra você?

_Essa criança nasceria sem o pai, e com uma mãe quebrada, não teria futuro algum._disse colocando a mão na barriga._Você matou todo mundo, entende isso? Todo mundo se foi, tudo está arruinado._eu chorava, era demais pra mim, tudo isso era demais pra suportar._Então, acabe com isso logo.

_Você realmente é uma perdedora._ele disse se levantando._Eu cuidei tanto de você, Alexia. Tanto. Consegue ver? Eu dei tudo por você, movi montanhas, me transformei em algo sombrio, na tentativa de salvar você._ele parou e se levantou, caminhando na minha direção._Para no final, você desistir?

_EU PERDI TUDO!_gritei.

_Você não perdeu nada._ele disse rindo._Não comparado a mim.

_Você é ridículo._disse incrédula._Você matou os meninos, o pai do meu filho, tem noção do que fez?

_Libertei você desses monstros._disse rindo._Não precisa agra....

Um tiro foi ouvido, e o corpo de Jonas foi ao chão imediatamente.

  Logo atrás, vi Cailean com a cabeça sangrando e com a arma.

_Ele sempre foi ruim de mira._falou com a voz rouca._Deveria ter mirado direito, dessa vez passou de raspão.

   Corri em sua direção e o abracei. Ele me abraçou com força de volta. O afastei e segurei seu rosto em minhas mãos, a lateral sangrava bastante por causa do tiro.

_Achei que tinha te acertado, eu juro que achei que tinha acertado você._falei com a voz trêmula._Eu juro que vi.

_Não acertou Alexia._ele disse com um sorriso._Acha que eu deixaria minha criança sozinha nesse mundo?

   Olhei pra trás e vi Jonas caído no chão. A parte de trás da sua cabeça sangrava em resultado do tiro.

_Ele estava louco. Não faz sentido._falei ainda sem reação de tudo que havia acontecido.

_Ele que apodreça nessa floresta escura._Cailean disse levando a mão a cabeça, com dor._Mas primeiro vamos embora ou eu irei morrer de verdade._falou rindo.

   Fomos até o hospital mais próximo, já que o outro tinha polícia pra todo lado.Cailean levou alguns pontos, mas aparentemente não era nada grave demais.

   Não podíamos mais morar aqui, pois estávamos sendo procurados por toda a polícia. Compramos passagens e fomos embora tá para a Irlanda, morar no campo, longe de toda a civilização.

   Eu posso dizer que eu nunca mais fui a mesma, embora esteja bem, nunca mais estive bem de verdade. Eu estava entorpecida das perdas que havia passado, mas algo me salvou.

  Meu filho.

Que chamei de Theodoro Gabriel, em homenagem a Theo e Gabe que morreram tentando proteger ele. Cailean por outro lado, trabalhava de casa com alguns conhecidos da Itália.

  E eu? Bom, não posso dizer muito por ser algo extremamente sigiloso, mas garanto que eu não tenho um coração tão mole quanto antes, e que eu não hesitaria em momento algum em matar alguém pelas pessoas que eu amo.

  Posso garantir, que não sobraria ninguém vivo.

  A questão é que, páginas ruins não significam que a história inteira seja um caso perdido. E por mais que meus pecados venham a me cobrar futuramente do que eu devo ao karma, estarei pronta para as consequências.

  Mas seria esse realmente o final?

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