Capítulo 5

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KYLE WHITE

—Cara, você tá bem?—Tyler perguntou assim que passei pela porta.

  Alexia era o próprio demônio, e não a filha dele. Vi em seus olhos um buraco negro. Ela era vazia, não havia remorso, ela baseava suas ações de acordo com as reações que as pessoas tinham. Mas havia algo nela que me atraía. Ela era irresistível.

  Tyler me olhava em indignação, provavelmente vendo as manchas de sangue e pensando no que eu tinha me metido.

—Poderia ser pior.—disse rindo.—Ela pediu que um médico cuidasse de mim.

—É o mínimo? Ela atirou em você!—esbravejou com raiva.

—Acho que estou mais apaixonado, foi a primeira demonstração de afeto que ela teve.—disse lembrando daquele rostinho bonito.—Teve um momento que ela até sorriu.

—Ela atirou em você e torturou você!

—Eu acho que me apaixonei, o que faço?—perguntei pensativo.

  Vi Tayler revirar os olhos e se jogar no sofá com as mãos no rosto, provavelmente querendo me trancafiar em casa. Ele havia sido criado para pensar sempre com realismo, ser esperto e prever as incidências. Era um gênio. E eu sempre vivi com a cabeça na lua.

—Você vai acabar morto.

—De amor, eu espero.—disse rindo.—Mas ela era tudo que você disse, e acredito que até mais um pouquinho.

—E como saiu?

—Ela deixou.—dei de ombros.—Ela deve gostar de mim.

—Você é impossível. Ela vai matar você.—Tyler disse rindo incrédulo.

—O que eu faço agora? Devo ir até a casa dela? Fazer uma serenata?

—Eu não vou ficar aqui ouvindo isso!—Tyler disse se levantando.—Cara, somos melhores amigos e eu sempre te aconselhei, mas devo te avisar, ela não é garota pra ninguém! Ela mata pessoas por diversão, é maluca!

  Fiquei em silêncio. Tyler estava certo, Alexia não era uma garota pra ninguém, ela era uma garota somente para mim. Ela tinha que ser minha, totalmente minha. Nem que eu queimasse o mundo inteiro. Alexia Fox seria minha mulher.

ALEXIA FOX

Devo estar enlouquecendo.—disse rindo sozinha enquanto pegava um pouco de água da geladeira.—Sim, eu devo.

—Deve estar beirando a esquizofrenia, isso sim.—Cailean disse entrando na cozinha.

  Ele estava de bermuda preta, um pano preto amarrado na bermuda, de tênis e sem blusa. Ele era um homem bonito e atraente, tinha olhos azuis e cabelos pretos, realmente bonito.

—Por que está andando por aí com um machado?—perguntei confusa.—Vai matar alguém com isso?

—Você só pensa mal de mim, credo Ale!—ele tomou o copo de água na minha mão e tomou um gole.—Na verdade eu ia matar coelhos pra fazer uma sopa, mas o Jonas chegou na hora e me proibiu de matar eles...—disse suspirando.

—Ele ama animais.—disse rindo.

—Falando em animais, soube que Kyle White te visitou hoje e até chamou você pra sair...—Cai falou com um sorriso divertido nos lábios.

—Pra você ver como a plebe se acha hoje em dia.—disse suspirando.

—A plebe?—gargalhou alto.—Sua autoestima é incomparável.

—E não é? Quando ele cheirava leite, eu já cheirava a sangue.—disse com desdém.—Ele não passa de um mafiosinho de merda, filhinho de papai.

—Por que não o matou logo?—Cai perguntou sério.—Foi estranho você torturá-lo e depois o deixar ir, preciso saber de algo?

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