A Mercê De Você

Capítulo 1 - A Nova Stela!

CAPÍTULO 1

A NOVA STELA!

O barulho do alarme me faz gemer revoltada. Giro na cama, fazendo o lençol se enrolar em mim e levanto, caminhando até o móvel de madeira, pegando meu celular e desligando o alarme.

Enquanto vou em direção ao banheiro me olho no espelho grande do guarda roupa, vejo as olheiras em baixo dos meus olhos, meu cabelo bagunçado, "Deus estou um caco!." Mas era de se esperar, estava no último ano da faculdade, e as provas e trabalhos estavam me consumindo junto com o trabalho na lanchonete.

Quando saio do quarto já arrumada e com meus fones no ouvido escuto minha música parar e o barulho do toque assumir o lugar do The Weeknd. "Droga!."

- Stela Grey.- respondo fechando a porta do meu apartamento. -

- "Stela Grey!" Qual é Stelinha?! Sendo formal comigo!?.- diz Olivier com divertimento na voz.-

Reviro os olhos sentindo o sorriso invadir meu rosto e o mal humor sumir.

- Estava escutando música Oli, não sabia que era você, perdão.- peço enquanto caminho até o elevador. -

Enquanto ouvia as reclamações de Oli minha atenção vai para o apartamento praticamente em frente ao meu, cheio de homens de terno preto. Sem querer diminuo o passo e analiso cada um deles, eram seis no total, todos eles extremamente altos e mal encarados, "O que homens como eles procurariam em um prédio tão barato?!." Sinto as engrenagens do meu cérebro trabalharem. Sem perceber eu paro no meio da porta, com os olhos fixos em um homem negro com uma cicatriz na bochecha, ele parecia extremamente forte e inabalável, "O que um homem assim procuraria aqui?."

Só consigo sair do transe quando o proprietário do apartamento e também meu amigo, Steve, me chama.

- Tudo bem Stela?.- perguntou com a mão no meu ombro esquerdo. -

Dou um pulo com o susto e logo sorrio sem graça.

- Desculpa Steve! E-eu tô bem sim! Só tô aérea hoje, tenha um bom dia!.- digo avançando meus passos em direção ao elevador. -

"Não pode ser ele, não pode ser ele!."

- Tudo bem Stelinha?!.- sinto meu coração errar a batida ao ouvir novamente a voz de Oli. "Pensei que já havia desligado." -

- Está sim! Só não dormi muito bem, o que me fez ficar meio aérea!.- coço a garganta forçadamente. - Vai pra faculdade hoje?.

- É... vou sim, a vida não é um morango Stelinha, preciso terminar essa droga de curso e me mandar daqui!.- responde me fazendo rir da sua raiva. -

- Então te vejo lá.- aviso desligando. -

Caminho pelas ruas da cidade pequena e observo tudo ao meu redor, alerta mesmo com os fones de ouvido. Isso já havia se tornado comum, um pequeno hábito, um hábito que veio de herança da minha mamãezinha. Lembrar dela me faz imediatamente olhar para o céu. "Está me protegendo daí de cima sempre não é mamãe?."